Siga-nos

Urbanismo

Enterramento da fiação é sonho distante

Publicado

em

A

privatização dos serviços de fornecimento e transmissão de energia aconteceu em 1995 e já se falava na necessidade de enterramento da fiação, como já foi feito há muitos anos em outros países. Em 2006, a Prefeitura paulistana chegou a anunciar um programa para tirar a fiação dos postes e deixa-la subterrânea, mas ainda de forma muito tímida – pouco mais de 50 quilômetros e apenas na região central da cidade. Aliás, na época o enterramento foi previsto em lei municipal.

De lá para cá pouco mudou. Novas metas foram estabelecidas – e novamente não cumpridas. Bairros muito arborizados – como a Vila Mariana, o Planalto Paulista, não foram incluídos nessa programação.

Vale ressaltar que as árvores nessas regiões são muito antigas, de um tempo em que a rede de fiação aérea era muito menor e sequer contava com cabos de telefonia, tv a cabo, internet. Árvores muitas vezes inadequadas ao cenário urbano, mas que foram plantadas em um tempo muito diferente do atual.

Entretando, é importante destacar: árvores embelezam, melhoram a qualidade do ar, garantem controle de temperatura e são essenciais em qualidade de vida. Paralelamente, embora a manutenção e monitoramento dos exemplares seja igualmente essenciais, nunca será possível prever todas as quedas. Ou seja, a prioridade é realmente investir no aterramento – que já poderia estar mais avançado se desde 1995 tivesse sido feito de forma lenta, porém permanente – e sem taxar a população por isso. Até porque, se houver cobrança para o enterramento, ainda que na forma de contribuição voluntária, isso só vai beneficiar regiões mais ricas da cidade.

Outra cobrança urgente é na melhoria do atendimento, informação e solução de problemas por parte da concessionária Enel. Afinal, a época dos temporais mal começou e podemos enfrentar vários em curtos períodos de tempo nos próximos meses.

Processo contra Enel

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Procuradoria Geral do Município, deu entrada nesta quinta-feira, 9/11, no Tribunal de Justiça com medida de tutela antecedente contra a Enel. No documento, a administração municipal exige da concessionária medidas como o imediato religamento da rede elétrica de unidades consumidoras que ainda continuam sem luz, multa de R$ 1.000,00 por hora de atraso para cada unidade consumidora desatendida, além da remoção, no prazo de 24 horas, das árvores que continuam caídas com interferência na fiação elétrica em vários pontos da cidade. 

A gestão do prefeito Ricardo Nunes pede ainda que a Enel apresente no prazo de cinco (5) dias um plano de contingência compatível com as dimensões da cidade de São Paulo, e que, no prazo de dez (10) dias, apresente projetos e cronogramas de trabalho preventivo para o período de aumento de chuvas que se avizinha. 

A administração também solicita que a empresa informe, em 72 horas, a quantidade de equipes e funcionários que atuam no manejo arbóreo, o número de árvores podadas pela concessionária neste ano e a quantidade de equipes e funcionários contratados emergencialmente e que ficam de sobreaviso durante o período de chuvas mais intensas.

Em relação à multa, a Prefeitura pede para que o valor seja aplicado seja referente ao número de unidades que estejam ainda sem energia no momento da decisão da Justiça.

Através da Procuradoria Geral do Município, a Prefeitura pede ainda que a Enel apresente justificativa idônea para não ter realizado manejo em solicitações pendentes.

Nesse caso, a empresa teria deixado de fazer o desligamento da rede, a fim de que a administração municipal possa fazer a poda. Atualmente, a Prefeitura tem mais de 3,6 mil pedidos pendentes na concessionária para desligamento da eletricidade e, então, começar o trabalho de poda com funcionários das subprefeituras.

Advertisement
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados