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Entender os rótulos protege o ambiente

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Em um tempo de tantas informações, às vezes ficamos com a sensação de que elas se perdem, talvez exatamente pelo excesso. Quanto mais informações temos na hora de comprar, mais conseguimos economizar, optar por produtos de qualidade e durabilidade, fazer escolhas saudáveis e que vão impactar na saúde da família.

E ainda tem mais: o consumo consciente contribui inclusive para um futuro melhor para sua própria família, para a humanidade. Quanto menos agressões ao meio ambiente, mais preservamos recursos naturais, evitamos poluição, desequilíbrio na flora e na fauna e vários outros impactos que podem inclusive comprometer não só organismos individuais, mas também a saúde do planeta – a recente pandemia de coronavírus foi prova disso.

Uma das maneiras de nos manter bem informados é saber ler os rótulos das embalagens dos produtos, desde a composição de cada item até o a maneira correta de descartar aquele material.

Entenda os códigos

Os rótulos, em síntese, são a maneira de a indústria informar ao consumidor detalhes sobre a produção, a embalagem, a composição de cada item.

Então, obrigatoriamente, os rótulos precisam informar se contém substâncias perigosas, se são ou não recicláveis e no caso dos produtos alimentares se contém conservantes, acidulantes, glúten e outros ingredientes que podem ser

inadequados para pessoas com condições de saúde específicas e, claro, o prazo de validade.

Atualmente, muitos produtos contém também a eficiência energética, ou seja, informações sobre o consumo de eletricidade, que pode impactar na sua conta de luz e também causar impactos ambientais.

E há os chamados “rótulos ecológicos”, que apontam características de sustentabilidade do produto. Entenda alguns:

FSC – indica a origem da madeira usada no produto , que em geral é de reflorestamento e não causou danos ao meio ambiente;

PEFC – item desenvolvido conforme regras de manejo florestal sustentável;

Rainforest Alliance Certified – certificam que não houve danos às florestas, poluição da água, e respeito à comunidade;

Öko – Tex Standard 100 – indica produtos têxteis sem substâncias nocivas à saúde;

Selo de Redução de Carbono – tem o formato de uma pegada e indica baixa emissão de carbono durante a fabricação.

Embalagem reciclável – traz o triângulo de três setas. indicando que o item deve ser encaminhado à coleta seletiva. No caso dos plásticos, traz ainda um número interno que indica o tipo do material

‘Embalagem biodegradável’ é indicado por um laço de duas folhas e é usada em embalagens compostáveis.

‘Jogue na lixeira’ – para lembrar o consumidor do descarte correto, não em via pública. Se não é acompanhada do triângulo de três setas, indica que o material não pode ser reciclado.

‘Ponto Verde’: círculo verde de duas setas mostra que o item integra o sistema nacional de recuperação de embalagens.

Tipos de plástico

No caso das embalagens plásticas, que atualmente dominam o mercado pelo seu baixo preço e facilidade de manuseio, a reciclagem ganha ainda mais importância. Mas o fato é que muitas delas acabam no lixo comum ou, pior ainda, descartadas irregularmente pelas ruas.

Mas, o grande problema é que, embora existam técnicas para reciclar a maioria dos tipos de plástico, nem todas efetivamente são recicladas pelo alto custo do processo e dificuldades técnicas, que resultam em baixo interesse da cadeia de transformação.

É importante entender, portanto, o que significa cada número indicado dentro do símbolo de reciclagem, nos diferentes tipos de plástico:

Número 1 – PET – Polietileno Tereftalato: garrafas de refrigerante e água, óleo etc.

Número 2 – PEAD – Polietileno de Alta Densidade: embalagens de iogurte, sorvetes, sucos, leite, produtos de limpeza.

Número 3 – PVC – Policloreto de Vinila: itens de higiene pessoal, cosméticos, remédios.

Número 4 – PEBD – Polietileno de Baixa Densidade: sacolas e sacos plásticos.

Número 5 – PP – Polipropileno: plástico mais firme usado em potes de catchup, mostarda, maionese, manteiga e margarina, etc.

Número 6 – PS – Poliestireno: canudos, copos, pratos e talheres descartáveis, embalagens de ovos e outras de produtos racionados.

Número 7 – Outros: embalagens multicamadas como as de bolachas, salgadinhos. E também em outros produtos de utilidades domésticas, cds e dvds, mamadeiras…

Reciclável mesmo?

Embora todos esses tipos de plástico sejam, em tese, recicláveis, na prática muitos deles não são reciclados de fato. Difíceis de coletar ou armazenar – como o isopor que ocupa muito espaço mas tem pouco peso e tecnologia difícil de aplicar para reciclagem. Ou ainda que se mostram de difícil aproveitamento em larga escala.

Um grande exemplo é o pacote de bolachas e salgadinhos. Ele é feito em várias camadas – para ter o rótulo na parte externa e laminado para preservação da crocância do produto na área interna. Seria necessário separar essas camadas para a reciclagem e, na prática, isso é caro e trabalhoso, por um material muito leve e que vai acabar nos aterros sanitários mesmo que seja enviado para a coleta seletiva.

O mesmo vale para as garrafas pet de cor âmbar, aquele tom marrom escuro. Embora o PET seja um dos tipos de plástico mais reciclados hoje em dia, as de cor âmbar têm processo mais complexo, caro e não despertam interesse.

Qual a solução? Desenvolver novas tecnologias e responsabilizar os fabricantes pela coleta e destinação correta desse material, na chamada “logística reversa”. Ao consumidor final cabe essa cobrança às empresas, por meio dos serviços de atendimento, queixas em redes sociais.

Naturais e processados

Essa atenção aos rótulos pode nos trazer outro ensinamento muito importante: aquilo que não tem rótulo pode ser melhor para o meio ambiente e também para a saúde de nossa família. Como assim?

Produtos naturais, como frutas, legumes, verduras e tudo que vem da natureza pode ser consumido integralmente. Atualmente, na internet há inclusive receitas de aproveitamento com cascas, sementes, talos e folhagens.

Sucos naturais são mais saudáveis que industrializados, comida feita em casa muito melhor que ultraprocessados que vêm nas embalagens plásticas. E para as crianças, petiscos e bolos caseiros são muito melhores que salgadinhos ou bolachas…

Sem falar que as famílias ainda podem fazer compostagem em casa ou levar as sobras de alimentos (não temperados ou cozidos) para ser transformados em adubo em hortas. No Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso), há uma horta comunitária que recebe material para compostagem.

Quem puder optar por orgânicos, ou seja, produtos feitos por pequenos produtores e sem uso de defensivos agrícolas, vai estar contribuindo ainda mais com o meio ambiente, já que esses itens agridem menos o solo e não poluem as águas, e para a saúde da família.

Na zona sul da capital há feiras de orgânicos na Avenida José Maria Whitaker, 1780 às quartas pela manhã; e no Modelódromo do Ibirapuera, aos sábados também de manhã, na Rua Curitiba, 292, Vila Mariana.

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