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Emoção marcou inauguração de monumento em homenagem a vítimas da ditadura, no Ibirapuera

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Pessoas emocionadas tentavam se aproximar dos pilares que traziam os nomes de desaparecidos e vítimas da ditadura militar no Brasil. Outros, apenas convidados, buscavam respeitar o momento e deixar para outro momento a checagem da lista de pessoas homenageadas. Agora, o Monumento em Homenagem a Mortos e Desaparecidos Políticos está no Parque do Ibirapuera para que qualquer pessoa, moradores da cidade ou turistas, possam também se emocionar em ver os 463 nomes de pessoas quer perderam suas vidas pelo simples fato de terem opinião diversa à dos millitares ou por terem buscado a democracia no país.
Iniciativa é da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, o monumento foi criado pelo artista plástico Ricrdo Ohtake. Tem seis metros de altura e 12 de comprimento.
Em chapas de aço pintadas de branco, estão gravados os nomes das 436 vítimas. As demais, de aparência enferrujada, significam os diferentes pontos de partida e trajetória dos militantes. Transpassando a obra, uma lança perfura as hastes e representa as vidas perdidas durante a ditadura.
“A ditadura foi um movimento irracional, particularmente na questão de direitos humanos. E essa coisa irracional e caótica da ditadura causou a morte de 463 brasileiros. Pusemos os nomes desses brasileiros na placa branca, que é a luz de toda paisagem”, explicou o artista à Agência Brasil.
Presente ao evento, a ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, disse que o monumento “resgata a memória e a verdade” sobre o período. “Todo esse resgate é de fundamental importância para aqueles que não vivenciaram o momento. Resgatar a memória, a verdade e fazer justiça é de fundamental importância, principalmente para as novas gerações”, assinalou.
Para o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a instalação do monumento é representativa: “muitos órgãos da repressão se instalaram na região do Ibirapuera, que, talvez, seja o parque mais visitado da cidade de São Paulo. É um gesto importante lembrar o que aconteceu em período relativamente recente da história do Brasil e evitar, definitivamente, que nossa liberdade seja comprometida. Esperamos um estado cada vez mais democrático, participativo, livre e que os cidadãos sejam cada vez mais críticos, participativos e soberanos. Para isso, só com eleições periódicas e imprensa livre.”
De acordo com a Prefeitura, o Ibirapuera foi escolhido para receber o Monumento porque, além ficar próximo de equipamentos públicos utilizados na repressão, como o Doi-Codi localizado na Rua Tutóia, o Ibirapuera também recebe quase 100 mil turistas por dia aos fins de semana, chamando a atenção para a obra. “Acho muito importante que no parque mais visitado da cidade tenhamos um monumento que nos lembre aqueles que lutaram pela liberdade e pela democracia. Acho que é o primeiro monumento do gênero no país, com os nomes de todos os mortos e desaparecidos até para fazer justiça ao sentimento dos brasileiros”, afirmou o prefeito Fernando Haddad.
“Com tantos logradouros e equipamentos públicos que ainda nos remetem a anti-heróis da ditadura, fica latente que nossa cidade carece de marcos que valorizem as vidas desses militantes, duas trajetórias e suas memórias”, afirmou o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili.
Na cerimônia de inauguração, estavam presentes Clara Charf, viúva de Carlos Marighella, além de Vera e Maria Lúcia Paiva, parentes de Rubens Paiva. Os dois líderes políticos foram mortos durante a ditadura.
Com informações da Agência Brasil

 

Familiares de vítimas da ditadura participaram do evento.
O monumento será visto por milhares de visitantes do parque

 

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