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Educação ambiental traz qualidade de vida

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Até o início da década de 1970, ou seja, pouco mais de 50 anos atrás, a questão ambiental não era foco da humanidade. Acreditava-se que os recursos naturais eram infindáveis, que sempre haveria alimento, água, ar limpo, solo cultivável…
Mais do que isso: em algumas circunstâncias, havia até a preocupação de expandir indiscriminadamente a urbanização, um certo desprezo pelo campo e pela natureza selvagem. Houve até campanhas governamentais para que “o progresso” fosse levado a Amazônia, por exemplo, sugerindo que a derrubada da floresta levaria desenvolvimento à região.

Com a explosão populacional no mundo, a industrialização e expansão dos hábitos de consumo e mais a necessidade de fomentar a economia, as agressões à natureza ganharam um ritmo muito intenso e os resultados foram surgindo. Os movimentos ambientais cresceram na mesma medida em que a ciência percebia que a natureza tem um limite para se recompor e, ao ultrapassá-lo, o ser humano correria riscos.

Poluição das águas, solo e ar, diminuição da cobertura vegetal, extinção de espécies animais, tudo poderia provocar doenças, má qualidade de vida, comprometimento do futuro da própria economia, com a escassez de recursos para produção, empregos, garantia de alimentação da humanidade…

Aos poucos, o ser humano passou a entender que tudo passava pela ideia de equilíbrio ou, como viria a ser determinado depois: sustentabilidade.

Para que a humanidade continue a evoluir, ter economia ativa e qualidade de vida era preciso respeitar a natureza e seus ciclos.

E como cada um de nós, cidadãos comuns, podem atuar para contribuir na preservação da natureza, em um sistema tão complexo como no mundo de economia globalizada de hoje?

Nosso lixo doméstico é o grande termômetro de nossa atuação. Ali, é possível ver se nos preocupamos em evitar desperdícios, se houve produção excessiva de itens que nossa família “jogou fora”. Ou se deixamos ir para o aterro itens que poderiam voltar à economia, pelo reaproveitamento ou reciclagem

Visão de futuro

A geração atual de jovens já nasceu em um tempo em que a questão ambiental é essencial e, acima de tudo, integra a rotina diária por conta da necessidade de manter as contas da casa em dia.

A jovem Giovanna Junqueira, por exemplo, acaba de se formar no Ensino Médio e já começou a cursar Cinema. Ela mora com a mãe, Adriana, na Vila Mariana e já é hábito para ambas procurar resolver tudo no bairro. A escola que cursava era próxima, a faculdade também.

Elas não têm nem pretendem comprar um carro. Compartilhar é a palavra chave para essa geração que não precisa “ter”. “No geral, fazemos tudo a pé, nos guiando por aplicativos de celular”, conta Adriana. No máximo, em caso de distâncias maiores, chamam carros por aplicativo ou usam o transporte público.

O lixo da casa delas diz muito sobre a atitude não consumista. As habilidades e capacidade de planejamento para produzir refeições sem sobras, desperdício ou, ainda, sem deixar que alimentos estraguem e acabem no lixo fez com que ela resolvesse empreender.

Hoje, esse talento em preparar comida saudável se transformou em negócio. Adriana tem uma empresa que prepara refeições prontas e congeladas. “A dica é calcular o quanto as pessoas da casa realmente vão comer e fazer as compras já tendo em vista a real necessidade de cada ingrediente. E se por acaso sobrar, congela”, orienta.

Pet e alumínio na reciclagem

Ao ir ao supermercado, quitanda, feira, sacolinhas, nem pensar. Para evitar o plástico, Adriana e Giovanna só usam sacolas retornáveis.

As latinhas de alumínio e garrafas pet são sempre separadas para a reciclagem. Vale ressaltar que esses são os itens mais reciclados no país.

O Politereftalato de Etileno era usado majoritariamente em tecidos até 30 anos atrás. Foi em 1993 que o PET passou a substituir as garrafas de vidro retornáveis de bebida e hoje é usado também em produtos de limpeza como detergentes, embalagens de óleo e outras embalagens. A reciclagem de pet no Brasil não para de crescer e já ultrapassa 55% das garrafas colocadas no mercado pela indústria, atingindo cerca de 20% de todas as embalagens recicladas no país.

Só esta separação de pets já evitou que mais de 350 mil toneladas fossem direcionadas para aterros e ocupassem espaço com alto custo social. Na capital paulista, por exemplo, o aterro atualmente em operação deve durar menos de uma década e a cidade – e seus munícipes – terão que pagar pela exportação do lixo.

Outra medida interessante no Estado de São Paulo, relacionada à reciclagem de PETs, é que um projeto de lei aprovado pelos deputados estaduais no final do ano passado determina que novas embalagens desse tipo sejam feitas a partir da reciclagem.

Nas novas embalagens, deve ser usado um mínimo 20% de PET reciclado na estrutura e esse valor será ampliado em 2% a cada ano até chegar aos 30% em 2032.

Vale destacar que separar o lixo para reciclagem é muito simples, especialmente para quem mora na Vila Mariana, onde o caminhão da coleta seletiva passa duas vezes na semana e ainda há inúmeros Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) e contêineres espalhados para receber papel (limpo), vidro, plástico e metal (latinhas e outros itens de alumínio e ferro). Não é preciso separar por tipo de material, apenas colocar todos os recicláveis limpos em uma embalagem.

Para saber o horário e a data em que o dia e horário em que o caminhão da reciclagem passa em sua rua, basta acessar: https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html. O site indica também a data e o horário em que é feita a coleta tradicional. Esses serviços são prestados na capital pela concessionária Ecourbis Ambiental nas zonas Sul e leste da cidade.

A latinha, entretanto, ainda é a grande campeã. Índice de reciclagem de latas de alumínio chega a 99% e Brasil se destaca como recordista mundial. O Brasil é recordista mundial no recolhimento e reciclagem de latas de alumínio. Em 2021, 98,7% das latas comercializadas em todo o país foram reutilizadas, o maior volume da história.

Natureza em destaque

O fato é que a vida simples traz mais saúde e evita o estresse. “Gostamos muito de estar em um ambiente com ar puro. Amamos a natureza e costumamos ir para um sítio que nós temos”, relatam Adriana e Giovanna, explicando que o equilíbrio entre os meios urbano e rural resultam na valorização do que realmente vale a pena.

“Não descartamos lixo na rua e amamos animais. Temos um cachorro e três gatos”, complementam.

Consumo deve ser do que é necessário e também do que vai gerar conforto, sem exageros. Por isso, elas eventualmente compram também roupas em brechós e, por outro lado, tudo aquilo que têm em casa – roupas, livros e aparelhos que estão em bom estado – elas costumam vender.

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