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Urbanismo

Dois shopping centers ao lado de Congonhas?

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O Aeroporto de Congonhas passa por grandes transformações, com aumento do tráfego aéreo, reforma das pistas e implantação de normas internacionais de segurança, modernização da área interna e comercial. Essas mudanças, como vem mostrando o jornal SP Zona Sul em uma série de reportagens, não mexe apenas com a vida de passageiros e pessoas que trabalham no aeroporto, mas também com a vizinhança.

Dois grandes projetos comerciais futuros podem trazer mais trânsito e movimentação, porém também mais empregos e opções de compra na região.

Ambos, entretanto, estão atrasados ou “empacados”: um shopping do grupo Iguatemi no terreno da Cruz Vermelha e um Megacenter que prevê investimento de 1,2 bilhão de reais na área onde ficavam os hangares da antiga e falida VASP (Viação Aérea São Paulo).

Megacenter Leroy Merlin

Os antigos hangares da VASP ficaram abandonados por muitos anos, até mesmo com carcaças de antigas aeronaves até que, em 2017, a Infraero abriu processo para conceder a área à iniciativa privada.

A licitação foi vencida pela empresa Leroy Merlin, que já conta com outras lojas de grande porte espalhadas em diferentes bairros da cidade, no ramo de produtos de construção, decoração e reforma.

Mas, até agora as obras sequer começaram. O jornal São Paulo Zona Sul já havia questionado a Infraero sobre o atraso há quatro anos, em 2019. Na época, a Infraero explicou que o cronograma de implantação apresentado pela empresa Megahouses Empreendimento Imobiliário SPE S/A (Leroy Merlin e Creative) sofreu alterações devido à etapa de aprovações dos projetos junto à Prefeitura Municipal de São Paulo. Mas que estaria concluído em 34 meses. Isso também não ocorreu e agora uma explicação similar, sobre atrasos burocráticos, nos foi enviada.

Procurada, a Leroy enviou nota por meio de sua assessoria de imprensa:

“A Megahouses, grupo responsável pelo espaço, esclarece que iniciou a primeira etapa das obras referente ao Megacenter, em Congonhas, após processo de licitação ocorrido no final de 2017, cujo objeto é de exploração comercial da área, que no passado abrigou hangares de uma companhia aérea. Após as obras de demolição, já em fase final, se iniciarão as etapas de edificação, materializando, ao final, um complexo de lojas e, entre elas, está uma unidade da Leroy Merlin.”

Como se pode perceber, a intenção não é construir somente uma loja de materiais de construção e sim um amplo conjunto comercial, com várias lojas. No dia seguinte ao comunicado da empresa, o jornal O Estado de São Paulo publicou matéria confirmando que um megaempreendimento comercial deve ser implantado ali e que já está em andamento a captação de R$ 1,2 bilhão.

A Megahouses – Leroy não forneceu mais detalhes sobre o projeto, mas um estudo de impacto ambiental oficial da Prefeitura aponta que terá quatro subsolos, térreo e mais três pisos, outros três intermediários e uma cobertura, num total de área construída que supera meio milhão de metros quadrados.

Terá cerca de 260 lojas, sendo 65% compostas por megalojas e âncoras e de 35% de lojas satélites e serviços. Será ancorado por uma Loja da Leroy Merlin, com ~ 13.000 m2, um conjunto com oito salas de cinema com 3.800 m2, Coworking com ~ 5.700 m2; lojas de Vestuário & Moda; loja para Pet’s; lojas de Eletroeletrônicos, além de espaços para supermercado, restaurantes e outros serviços.

O Estudo de Impacto Ambiental considerou que o empreendimento tem condições de ser implantado no local.

Iguatemi

Várias discussões em diferentes instâncias municipais também têm se arrastado ao longo dos anos por conta de um projeto do grupo de shopping centers Iguatemi, que pretendia construir um Shopping Center junto à sede da Cruz Vermelha.

Ali, entretanto, a situação é mais complexa e não depende apenas de investimentos. O bairro atrás da Cruz Vermelha, o Planalto Paulista, é de uso exclusivamente residencial e com restrições de área construtiva. A comunidade se mobilizou de forma contrária ao projeto e até um projeto de lei municipal chegou a ser apresentado para que no local fosse, na verdade, montado um parque.

Há também restrições históricas e legais. A cessão daquela imensa área foi feita há mais de um século por uma proprietária à Cruz Vermelha, sob a condição de que se mantivesse ali apenas uma obra assistencial.

A Cruz Vermelha pretende manter um hospital em funcionamento em parte da área, mas alega que a concessão do espaço ao Grupo Iguatemi traria equilíbrio às finanças. O projeto arquitetônico chegou a ser desenvolvido, mas por enquanto não houve avanços. Também de 2017, o projeto prevê um shopping de quatro andares que manteria parcela  do terreno permeável, ou seja, ajardinada .

Um estudo de impacto ambiental apresentado em dezembro de 2021 em audiência pública trazia como conclusão baixo impacto desse empreendimento no trânsito vizinho.

Em ambos os projetos, especula-se que o objetivo seria trazer mais oportunidades de consumo aos passageiros que usam Congonhas, já que o centro de compras mais próximo, o Shopping Ibirapuera, está no lado oposto do corredor norte sul e a uma distância de quatro quilômetros do aeroporto.

 

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16 Comentários

1 Comentário

  1. Marco Antonio Hintz

    28 de maio de 2023 at 10:44

    É importante a modernização do local onde está a atual Cruz Vermelha. Hoje o local está degradado, sujo, as calçadas são depósitos de lixo e restos de plantas dos moradores do entorno, alguns assaltos são realizados por ali, despachos de macumbas, etc., ou seja, quase em abandono total.
    Afora a importância de transformar o local de forma mais iluminada, limpo, seguro, há a disponibilização de alternativas de varejo, de alimentação e de lazer, da mesma forma como está inserido positivamente na vizinhança o Shopping Higienópolis.
    Espero que o projeto avance e se realize rapidamente.

  2. Fernanda

    1 de junho de 2023 at 11:31

    A cidade não precisa de mais shopping centers; Eles descaracterizariam o bairro residencial, trariam trânsito, barulho, flanelinhas.O entorno do Shopping Ibirapuera por exemplo, é péssimo, no do JK não há mais residencias, só predios comerciais.Além do que, no terreno da Cruz Vermelha há o cerrado, vegetação importante,em risco de extinção que seria dizimada.

  3. Celia

    1 de junho de 2023 at 15:29

    Exato o último comentário , não precisamos de mais shopping , ruídos, prédios , tráfico em área residencial descaracterizando completamente a área .

  4. Iná Mantovani

    1 de junho de 2023 at 16:14

    Quanto a trânsito não é o shopping que trará, já que as ruas do Planalto Paulista já são rotas de fuga da Av dos Bandeirantes.
    Cerrado e vegetação importante para que?? Para depósito de lixo e ratos.
    Tem sim que se modernizar e valorizar área
    Abrir comércio para dar empregos

  5. Conceição

    1 de junho de 2023 at 17:55

    Com shoppings ou sem shoppings, o fato é que Congonhas, tem um trafeco muito intenso,seja com aeronaves mais potentes e barulhentas, quanto com helicópteros, causando transtornos aos moradores dos bairros próximos, principalmente ao que tange à poluição sonora a partir das 20hs.
    Shoppings seriam bem-vindos, mas aviões não!

  6. Conceição

    1 de junho de 2023 at 18:25

    Corrigindo: tráfego e não trafeco

  7. João De Marco

    2 de junho de 2023 at 9:58

    Sou morador do Planato, inclusive bem próximo ao aeroporto. Honestamente o ruído é algo que aprendi a conviver. Já busquei informações sobre as leis que regulamentam a emissão de ruídos e pelo que entendi, as regras internacionais sobre questões ligadas a poluição sonora e redução no consumo de combustíveis pelas aeronaves, estão forçando os fabricantes a encontrarem soluções técnicas afim de se enquadrarem. Esses ajustes tem prazo e aqueles que não se adequarem serão proibidos de voar. Enfim, pode ser um bom sinal. Sobre o shopping na Cruz Vermelha, acredito que será bom para o bairro e seus moradores. Aos que aqui residem creio ser melhor ter um shopping do que ver parte do antigo comércio que um dia foi útil ao bairro se transformarem em oficinas mecânicas ou algo do tipo. Essa é a minha opinião e respeito quem pense diferente, o importante é estar aberto a discussão.

  8. Denise

    2 de junho de 2023 at 19:20

    Como moradora, a um quarteirão da Cruz Vermelha, sou totalmente contra essa construção. Como disseram acima, não precisamos de mais um shopping. Uma área de construção horizontal com uma arquitetura bem planejada, com área de alimentação, com um bonito paisagismo seria um projeto a se considerar. Mas um “cofre do tio patinhas” bem na nossa frente é feio demais. O IPTU desse bairro é altíssimo, vai diminuir? Afinal muitas pessoas q não moram no bairro vão fazer uso sem pagar por isso.

  9. Alexandre

    2 de junho de 2023 at 21:06

    Moro ao lado da Cruz Vermelha, na avenida Jandira todo dia tem trânsito em frente de casa, entre veículos passam caminhões enormes. Sou a favor da construção deste Shopping, se já tenho tanto movimento, porque não gerar empregos, movimentar investimentos da iniciativa privada e entretenimento saudável?

    Cerrado? No máximo em gramado misturado com capim, moradia de ratos e pássaros na sombra de árvores carcomidas por cupins.

    A minoria chata é a que faz barulho. Só servem pra atrapalhar a vida dos outros.

    Eu quero que nosso bairro seja conhecido como o BAIRRO DO SHOPPING e não o bairro da prostituição.

  10. Lino Forte

    3 de junho de 2023 at 4:21

    De novo esta História de Construírem um Shopping no Terreno da Cruz Vermelha , ao invés de ver os Problemas que tem no Bairro, eles preferem construir um Shopping, o Engraçado é que para Construir uma Escola ou um Hospital ninguém quer né.

  11. Alexandre

    5 de junho de 2023 at 12:53

    O shopping teria uma co participação com a Cruz Vermelha, ou seja mais obras sociais que vocês tanto defendem. O projeto inicial previa um investimento no hospital, com aumento de leitos e até atendimentos pelo SUS. É uma propriedade privada. Que a Cruz Vermelha decida o que vai fazer com ela. Ou vocês querem perder o direito de decidir o que outros irão fazer com as suas propriedades? Pau que bate em Chico, baterá em Francisco.

  12. Regina

    24 de junho de 2023 at 22:15

    Os shoppings estão fadados à extinção com o comércio online. Vide o Shopping Vila Olimpia, que é um deserto; entorno à noite e final de semana é como cidade fantasma. A cidade precisa de hospitais. Os grandes grupos de saúde deveriam investir no hospital e retomar o Hospital dos Defeitos da Face que era referência em tratamento de queimados. Muito mais importante que mais um centro de compras. SP já é um caos; o Plano Diretor vai tornar a cidade pior do que é.

  13. DIVA

    26 de junho de 2023 at 13:57

    Melhor ter shopping do que ter oficina mecânica que transforma a rua em um desmanche a céu aberto. Como meu vizinho que pinta veículos na rua, emitindo ruídos e poluição química. PODE VIR SHOPPING!! Para tirar esses pequenos lixos comerciais.

  14. LUCCA MUSSOLIN

    1 de dezembro de 2023 at 0:10

    shopping sim!!!! chegou a hora do bairro se mordenizar

  15. Claudio

    18 de janeiro de 2024 at 7:09

    E a malha viária da região ? É péssima é caótica , metro nem pensar que não vai resolver e está empacado . E o hotel fantasma do Bahamas caindo aos pedaços , ou seja não resolvem nem o básico !

  16. Dione de Mello Ferraz

    16 de outubro de 2024 at 21:38

    Acho possível conciliar “modernidade” com o sustentável “. Poderiam fazer um Shopping sustentável com muito paisagismo ou então um belo Parque com um Centro de Convenção. Aonde uma parte do lucro desses projetos iria para o hospital. O bairro precisa ser modernizado e sem contar geraria muitos empregos!!! Sou à favor

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