Meio ambiente
Dia 25, supermercados deixam de oferecer sacolinhas

Então, a população deve se preparar: a partir da próxima quarta-feira, 25 de janeiro, as grandes redes de supermercado não vão mais oferecer sacolinhas plásticas gratuitas para os clientes levarem suas compras para casa.
A proposta da Prefeitura paulistana era ainda mais radical. No ano passado, a Câmara Municipal aprovou uma lei que impede a distribuição de sacolinhas em todo o comércio e inclusive sua venda. Mesmo as chamadas “oxibiodegradáveis” são proibidas pelo decreto municipal, porque não há consenso quanto à sua forma de decomposição no meio ambiente. E não seriam só os supermercados: drogarias, lojas de shoppings, comércio de rua, mercearias… Enfim, todos estabelecimentos seriam proibidos de distribuir a sacolinha.
No entanto, a Justiça impediu a vigência da lei através de uma liminar, ainda válida.
Enquanto a lei é discutida e os supermercados deixam de distribuir as sacolinhas, quem realmente se preocupa com recursos naturais e agressões fortuitas ao meio ambiente devem ter em mente alguns fatos. É preciso reduzir o consumo de forma geral – de nada adianta economizar em sacolinhas plásticas e encher suas retornáveis com alimentos que serão desperdiçados ou consumir muitos produtos de limpeza, brinquedinhos que vão para o lixo, etc… Antes de pensar em reciclar, é essencial reduzir a quantidade de resíduos produzidas diariamente, até porque a capacidade de reciclagem na cidade é mínima. Mais uma regra importante: comprar diversas sacolas retornáveis ou carrinhos “porque são lindos e charmosos” é outro símbolo de consumismo desenfreado e prejudicial à natureza – este material também se deteriora e vira lixo, também demanda água e energia para ser produzido e transportado… Até porque, os mesmos consumidores ainda váo recorrer aos sacos plásticos, só que agora comprados, para embalar o lixo doméstico.
Redução de lixo não depende só de atitudes dos consumidores
A excessiva geração de resíduos em meios urbanos como a capital paulista depende de ações muito mais radicais que o banimento das sacolinhas plásticas em supermercados. E que tirariam muito mais material de nossos aterros.
Há mais de um ano e meio foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que deveria trazer importantes avanções na destinação do lixo no país. Um dos principais pontos diz respeito à logística reversa, que traz para os vendedores e fabricantes parte da responsabilidade no descarte dos resíduos dos produtos.
Mas, sua efetiva implantação depende de acordos com as cadeias produtoras que devem definir o modelo de recolhimento, reciclagem e destinação final. Até o momento, nenhum ramo industrial apresentou proposta nesse sentido.
Para a coordenadora de Ambiente Urbano do Instituto Polis, Elisabeth Grimberg, o atraso no processo de definição da logística reversa se deve à falta de empenho das indústrias. “[Não há] Nenhum movimento dos fabricantes nessa direção de assumir que estão fazendo uma discussão de com qual modelo eles vão fazer a parte deles”, disse em entrevista à Agência Brasil. Os planos municipais devem ser concluídos até 2012 e, em 2014, só poderão ir para os aterros o lixo que não tem mais como ser aproveitado ou remanufaturado.
Punir só o cidadão, fazendo com que troque sacolinhas gratuitas por sacos de lixo comprados, é um passo muito tímido…
