Siga-nos

Ecourbis

Cuidar do lixo traz desafios constantes

Publicado

em

Mudanças na vida nem sempre são representadas pela troca de domicílio. O formato familiar vai mudando, crianças crescem e na vida jovem podem ter novos hábitos, nova rotina. O que as famílias fazem com velhos brinquedos, roupas, livros, material escolar?

Quanto desses itens acaba no lixo comum? O que pode ser reciclado?

No início de ano, essas perguntas acabam criando muitas dúvidas nas famílias, com a necessidade de liberar espaço para que novas histórias sejam construídas.

É o que está acontecendo, paulatinamente, na casa da família Camolesi, na Vila Mariana. Lá vivem o casal Paulo e Elisabeth, com as filhas Luiza e Gabriela, além da mascotinha da família, a cadela sem raça definida, Marieta, adotada há cinco anos.

As duas filhas já concluíram o Ensino Médio. A mais velha já está na faculdade e a mais nova segue pelo mesmo caminho.

Na infância, era a mãe quem organizava anualmente a separação de materiais escolares antigos, avaliando o que ainda poderia ter uso, o que seria doado por estar em boas condições porém sem interesse para as estudantes e o que deveria ir para o lixo comum ou reciclável. O colégio, também localizado na Vila Mariana, ajudava porque recebia livros e apostilas para doar a outras famílias.

Agora, com as duas já maiores de idade, são elas mesmas quem se responsabilizam pelo serviço. “A questão da organizar do material escolar é com elas mesmas!”, conta Elisabeth.  “Mas, têm incluído ver se existem pessoas conhecidas ou não que possam receber os livros ou apostilas por elas já utilizadas! Cuidam da doação dos materiais possíveis e descarte em “recicláveis”, se for o caso!”, completa.

Diferentes fases da vida

O aprendizado na família é constante. Ao longo da infância das meninas, foram doados brinquedos, calçados, roupas, livros, tudo que não fosse adequado à faixa etária ou não servisse mais, desde que em ótimo estado de conservação, iria para pessoas que precisam.

Na agenda cotidiana, todos na casa participam do processo de separação de recicláveis. “Nem sempre é fácil definir o que é ou não reciclável”, diz Elisabeth. Ela também comenta que alguns produtos, como caixas de bombons ou latinhas de alumínio são simples de separar para reciclagem. Outros exigem um pouco mais de trabalho, como embalagens de molhos, iogurtes, óleos e outros itens que precisam de um enxágue, antes do encaminhamento.

“Sei também que papéis engordurados, inclusive embalagens de papel engordurado de delivery de pizzas e sanduíches, não devem ser colocados na coleta seletiva”, alerta Elisabeth. Ela tem razão, já que o papel perde a capacidade de ser reciclado e a sujeira ainda pode contaminar outros itens limpos que sejam encaminhados conjuntamente.

A família ainda conta com apoio da administração do prédio onde vive, já que há um espaço separado para colocação dos recicláveis em qualquer momento e, na data de coleta na via, o próprio condomínio se responsabiliza por encaminhar todo o material dos moradores. Ali, a coleta seletiva acontece duas vezes por semana: às terças e sextas, no período noturno.

Para saber a data e o horário em que a coleta seletiva acontece em sua rua, basta acessar https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html. O site também informa a data e o horário da coleta de lixo comum. Ambos os serviços são prestados, nas zonas sul e leste da capital, pela concessionária Ecourbis Ambiental.

Escolhas na rotina

Embora a coleta seletiva tenha suas exigências, a família Camolesi tem consciência de que a exigência maior é saber cuidar do lixo comum. “Não desperdiçar comida é um grande desafio. Temos tentado fazer porções mais planejadas e usar de criatividade no reaproveitamento de comida pronta, transformando-a com novas receitas e temperos”, conta Elisabeth. Na hora de abastecer a casa também é preciso refletir e praticar consumo consciente dos itens perecíveis. “Porque senão a comida acaba estragando. Parece simples e óbvio, mas exige planejamento prévio, pensar nos cardápios da semana, porque se não a gente acaba se excedendo”, admite. A compra excessiva de itens que acabam no lixo, além de gerar muitos resíduos, ainda tem peso desnecessário no orçamento familiar.

Vários tipos de resíduos

O condomínio onde a família mora também conta com uma caixa para que os moradores depositem lixo eletrônico, separada das áreas para o lixo comum ou para o reciclável. Na vida de uma família em que todos trabalham ou estudam, especialmente depois do período de home office na pandemia, há muita geração de lixo eletrônico: pilhas, baterias, aparelhos eletrônicos, celulares… Sem falar nos itens que foram ficando obsoletos ao longo do tempo, como aparelhos de DVD, CDs…

Funcionária de serviço público de saúde, Elisabeth Camolesi ainda têm o conhecimento específico sobre a importância do descarte correto de remédios. “Eu levo para o meu local de trabalho, mas também sei que as farmácias aceitam sobras de remédios, itens vencidos e tubos e blisters, que são as cartelas de comprimidos vazias”, diz.

As duas jovens meninas, agora em fase de ensino universitário, certamente vão levar para a vida adulta os conhecimentos que começaram a adquirir ainda no processo escolar, nas aulas de artes em que reaproveitavam garrafas pet para fazer porta objetos ou caixas para praticar artesanato e transformar em brinquedos bem divertidos.

Tomar decisões de consumo baseadas nas informações sobre o descarte futuro, entender o destino de cada tipo de produto no pós consumo, exigir que as empresas desenvolvam produtos ambientalmente responsáveis são algumas das preocupações das novas gerações.

As agora universitárias Luiza e Gabriela têm uma formação que acredita no desenvolvimento sustentável. A economia deve girar e o consumo deve garantir o conforto da família. Mas, as decisões que tomamos pesam tanto na economia doméstica quanto na preservação da natureza. E agressões ao meio ambiente podem comprometer a saúde pública, a qualidade de vida e os planos das futuras gerações.

“Outra decisão que mudou nossa rotina foi a adoção da Marieta, uma cachorrinha sem raça definida e que nos faz lembrar, todos os dias, que há uma responsabilidade em cada uma de nossas escolhas”, conclui a moradora da Vila Mariana.

Advertisement
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados