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Crianças ensinam sobre coleta seletiva

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Quem disse que são apenas os mais velhos e experientes que têm o que ensinar? As novas gerações também trazem novos conhecimentos, importantes para encarar um planeta muito povoado e com necessidades diferentes e atuais.

Nas últimas décadas, as escolas acompanharam as preocupações mundiais com a ecologia, a sustentabilidade. E várias discussões sobre como preservar o planeta para as próximas gerações passaram a fazer parte de diferentes disciplinas, para diferentes faixas etárias.

Até as crianças da educação infantil já costumam ter atividades como a transformação de garrafas pet em porta lápis, a confecção de brinquedos a partir de caixas de papelão, entre tantas outras ideias de reaproveitamento de materiais recicláveis.

Conforme os anos avançam, a garotada também passa a aprender a importância de evitar extrações da natureza, o consumo consciente, o compartilhamento de objetos e serviços, a limpeza de áreas urbanas, rurais e de nossas águas.

Aula de consciência

Na casa de Edson Silva e Rosilene Wansetto, moradores de Mirandópolis, foi assim. Eles vivem com uma filha de 9 anos, e admitem que, embora já fossem bastante preocupados com preservação ambiental, foram as atividades da pequena Sophia na escola que despertaram novas atitudes na família.

“A partir das aulas na escola da Sophia sobre reciclagem, começamos a observar o quanto do que consumimos tem de material plástico, papel, isopor, entre outros. Praticamente todo consumo ligado a alimentação, higiene, atividades escolares, de lazer e de trabalho utilizamos material reciclável”, aponta.

“Desde a implantação da coletiva seletiva no bairro de Mirandópolis adotamos a prática de separar o lixo. Nesta mesma época estava como síndico do prédio e também adotamos a separação do lixo no condomínio”, relata.

A coleta seletiva na região de Vila Mariana acontece até duas vezes na semana, em horários e datas diversos da coleta comum. A região ainda conta com diversos Pontos de Entrega Voluntária e contêineres onde os recicláveis podem ser depositados a qualquer dia ou horário.

Os serviços de coleta na região são de responsabilidade da concessionária Ecourbis Ambiental. Para saber o dia e o horário em que a coleta seletiva ou a tradicional acontecem na rua onde mora, basta acessar: https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html

Participar da coleta seletiva, desde então, tornou-se hábito, parte da rotina doméstica para os três. “Aqui todos nós sabemos como separar o lixo em casa e depois destinar para as lixeiras de cada material no condomínio. A Sophia compreende da importância da separação do material reciclável e também do aproveitamento dos materiais orgânicos para compostagem”, conta o pai orgulhoso.

“Lixo” é a última opção

A participação na coleta seletiva e o aprendizado trazido da escola pela criança ainda foi fazendo a família se aprofundar em ações responsáveis. Se desde a juventude o casal tinha o hábito de contribuir com projetos sociais, hoje essa prática atingiu novos patamares.

“Os objetos não mais utilizados avaliamos se é possível a utilização por outros e procuramos doá-los para pessoas ou projetos sociais”, relata. E quem tem crianças em casa sabe como as roupas e calçados fiquem pequenos muitas vezes com pouco tempo de uso. Sem falar nos brinquedos e livros que se tornam desinteressantes quando a idade evolui.

“As roupas utilizáveis e limpas vão para doação, os cadernos escolares são aproveitados nas férias para atividades lúdicas, o material escolar que é durável e possível reaproveitamento mantemos para o ano seguinte”, resume o morador de Mirandópolis.

Mas, as preocupações da família Wansetto e Silva vão além. Eles sempre dão preferência a consertar o que for possível, de eletrodomésticos a aparelhos de celular, de móveis a roupas. “Nos casos de defeito, avaliamos a possibilidade do conserto. Mas, não sendo mais possível o uso, destinamos para pontos de coleta como o Ecoponto de Mirandópolis”, conta.

Edson e Rosilene estão corretos. O descarte deve ser sempre a última opção e, quando inevitável, ser feito de forma correta. Há mais de 100 ecopontos na cidade onde pode ser descartado até 1 metro cúbico de entulho por dia, gratuitamente. Os ecopontos também recebem outros objetos inservíveis, como colchões, móveis quebrados, etc. A lista de todos os endereços e horários de funcionamento está em bit.ly/3CFY2xh. Vale lembrar que a maioria abre inclusive aos domingos e feriados.

Atenção ao consumo

A família concorda que, a partir do momento em que a coleta seletiva e a gestão de resíduos se tornam parte da rotina doméstica, o momento das compras também se transforma.

Como assim?

Seja num supermercado ou num shopping, o papel do consumidor se modifica a partir desse engajamento.

“Após observar o consumo, verificamos o excesso de sacolas plásticas e substituímos por sacolas duráveis e resistentes para as compras. Os copos, vasilhas, recipientes, garrafas plásticas são higienizadas e separadas para a reciclagem, da mesma forma os vários materiais de papel”, relata o casal. “Tentamos sempre que possível evitar o consumo com excesso de materiais descartáveis, principalmente a base de isopor”.

Essa realidade cotidiana, avalia Edson, já cria uma mentalidade diferenciada na jovem Sophia. “A orientação para Sophia ocorre no ambiente escolar e é reforçada com práticas na vida familiar”.

Antes, reaproveitar

Uma das coisas que Edson e Rosilene aprenderam a partir de todo esse processo de observação foi a importância – inclusive econômica – de reaproveitar antes mesmo de pensar em reciclagem. Os potes de vidro são um bom exemplo: eles os reaproveitam para armazenar alimentos. “Outro exemplo legal: compramos mel de uma cooperativa que recebe os vidros com desconto no valor da mercadoria”, relata.

Evitar excessos e desperdício também se tornou hábito. “Eliminamos o uso de pilhas no dia a dia, bem como as sacolas plásticas descartáveis e as cápsulas de café”, conta.

A família ainda evita compras de roupas e calçados só por mudanças na moda e brinquedos são no limite da capacidade de a criança poder aproveitá-los.

Avaliaram ainda que o consumo de medicamentos estava acima do necessário, ao perceber quantas cartelas – também conhecidas por blister – ficavam vazias. Buscar atividades mais agradáveis e evitar o estresse pode realmente diminuir a necessidade de uso de analgésicos e relaxantes musculares. “Remédio agora só em casos indicados por médicos ou ocasiões excepcionais”, garante.

Ainda em busca de uma vida mais simples e saudável, Edson e Rosilene optaram pela compra quinzenal de cestas de alimentos  orgânicos, produzidas por um projeto de cooperativa de agricultura familiar. “As folhas, cascas, talos, sementes, e outras partes in natura vão para um lixo separado e que depois serão depositados em reservatórios para compostagem e aproveitamento nas plantas”, conclui.

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1 Comentário

1 Comentário

  1. Cristina Campos

    27 de outubro de 2022 at 16:26

    Adorei a reportagem e a simpática família, é sempre bom termos exemplos próximos e ir nos conscientizando e melhorando a cada dia, parabéns!

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