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Problemas na região

Crack ou álcool: qual a droga que traz mais prejuízos sociais na atualidade?

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Deputados paulistas admitem necessidade de enfrentar vícios que atingem muitos municípios

Enquanto o crack tem destruído famílias e criado uma massa de indigentes espalhados sob viadutos da cidade, o álcool gera violência doméstica e urbana, provoca acidentes de trânsito e gera custos incálculáveis aos cofres públicos – seja no tratamento de dependentes, seja no tratamento de vítimas de acidentes e crimes provocados pelo uso abusivo da bebida. Qual deles é pior para a sociedade hoje? Difícil responder. Agora, os deputados estaduais prometem entrar na luta contra as duas drogas.

No início de abril, a Assembleia Legislativa promoveu um seminário para discutir a Política de Enfrentamento do Crack e outras Drogas, realizado na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 5/4. O evento teve a iniciativa do deputado Donisete Braga (PT), e contou com o apoio de Enio Tatto, líder da bancada do PT, e Olimpio Gomes (PDT). Paralelamente, foi instituída uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os descumprimentos da legislação vigente e favorecimento ao alcoolismo no Estado.

Donisete Braga, na abertura do seminário, declarou que o crack é uma questão de saúde pública, e para debater o assunto, convidou pesquisadores, representantes do Poder Público e sociedade, visando conseguir sugestões para o desenvolvimento e fortalecimento de políticas públicas para vencer o crack e outras drogas. Olimpio Gomes, que durante 29 anos atuou como policial e que comandou o policiamento no centro de São Paulo,conta ter visto nascer e crescer a disseminação da droga, que vicia rápido e debilita a saúde do usuário. Ele disse que na metade dos anos 1990 já previa que o fenômeno da droga ia explodir. “O policial pode impedir a ação do traficante, mas a sociedade precisa acordar e pressionar pela ação da segurança pública”.

“Tudo o que está sendo feito é pouco. Estamos perdendo a briga para as drogas e o crack”, declarou Ênio
Tatto. Segundo ele, estatísticas mostram que quando os menores dão entrada na Fundação Casa, eles já são usuários de drogas. Para Tatto, a droga penetrou em todas as classes sociais. “Precisamos trabalhar para conseguir sugestões que possam se transformar em legislação que fortaleça e dê sustentação ao combate às drogas”.

Roberto Tykanori Kinoshita, coordenador da Área Técnica de Saúde Mental “Álcool e Drogas do Ministério da Saúde, avalia que crack não é a droga que causa maior prejuízo ao país. Há pesquisas que mostram que, dos 5.600 municípios brasileiros, 3 mil apontam ter usuários do crack, mas em todos eles há dependentes de álcool, cujo custo social chega a ser maior do que os gastos públicos com os problemas de violência e desemprego.

Ele parece ter razão. Em nível nacional, o deputado federal Vanderlei Macris não conseguiu emplacar uma CPI para investigar as causas e consequências do consumo abusivo de bebidas alcoólicas no Brasil.

O presidente da Câmara de Deputados, Marco Maia (PT), alegou que não havia um fato para justificar a abertura de uma CPI. No entanto, determinou, na semana passada, a criação da “Comissão Especial para Efetuar Estudo sobre as Causas e Consequências do Consumo Abusivo de Álcool entre Cidadãos Brasileiros, especialmente as Razões que determinam o Aumento Exponencial do Consumo dessa Substância nos Últimos Cinco Anos”.

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