Siga-nos

Ecourbis

Consumo consciente gera solidariedade

Publicado

em

Separe roupas, colchões, móveis e eletrodomésticos em bom estado de uso e conservação para doar a famílias que perderam tudo nas fortes chuvas

A sociedade moderna depende do consumo. Na verdade, as compras são essenciais para garantir sobrevivência e também qualidade de vida. Sem falar na geração de empregos e fomento da economia. Mas, para que esses objetivos sejam efetivamente alcançados, é preciso educar as pessoas para que façam escolhas conscientes.

E esse processo envolve várias questões essenciais para um mundo povoado por 8 bilhões de seres humanos. A compra precisa ser saudável e provocar impactos ambientais que possam ser revertidos na capacidade de recuperação natural do planeta.

A educação da sociedade, portanto, deve envolver o conhecimento de toda a cadeia produtiva dos itens adquiridos e, também, as relações pós-consumo. O que isso significa?

Significa essencialmente que as pessoas precisam se enxergar antes como cidadãos do que como consumidores. E fazer algumas perguntas:

– Qual o destino das embalagens do produto que estou comprando?

– Qual a durabilidade e a capacidade de conserto desse item?

– Há possibilidade de doação do item ainda em boas condições depois que não tiver mais utilidade para mim ou minha família?

– Esse item ficará acumulado em armários ou gavetas na minha casa, sem uso?

– Como esse item vai ser descartado?

– Terá impacto ambiental por conta do material com que foi produzido?

– Será pouco usado e acabará ocupando espaço em aterros sanitários? Vale ressaltar que os aterros têm vida útil curta e manutenção cara e que, em breve, na capital paulista, é muito provável que seja preciso custear a exportação de lixo por falta de espaço para garantir novos aterros com tratamento sanitário adequado. Importante apontar também que São Paulo, diferente de outros municípios pelo país, há muitas décadas não tem mais lixões a céu aberto.

Desastres naturais

Na época das chuvas, tem se tornado cada vez mais comum, infelizmente, assistir a desastres naturais como esse que no Carnaval se abateu sobre o município de São Sebastião, no litoral norte paulista, onde muitos moradores da capital passam dias de folga.

Mas, qual a relação entre as mudanças climáticas que provocam tempestades como essa e a geração de resíduos?

O excesso de consumo, a produção que não leva em consideração a capacidade regenerativa da natureza, os avanços sobre áreas preservadas, tudo isso cria problemas que a humanidade tem enfrentado como os desastres naturais e pandemias.

Cuidar da geração de resíduos, portanto, traz uma reflexão sobre aquilo que estamos consumindo, o que temos armazenado em excesso, o que temos desperdiçado, o que temos gastado de dinheiro em itens supérfluos, o que temos enviado para aterros sanitários e que poderia ter voltado à economia.

Reciclagem

A cidade de São Paulo é uma das que mais recicla no país. E tem grande infraestrutura tanto  para coleta seletiva – com equipes especializadas e caminhões adequados, pontos de entrega voluntária, – quanto para o encaminhamento à reciclagem propriamente dita, com cooperativas de catadores conveniadas à Prefeitura, centrais de triagem mecanizadas.

Ainda assim, muitos moradores ainda não se engajaram na simples tarefa de separar o lixo em dois: o material limpo e seco que é reciclável (papel, vidro, metal e plástico) do lixo comum (rejeitos como bitucas de cigarro, sujeira de varrição doméstica, restos de alimentos, papel higiênico, fraldas, absorventes, etc).

O resultado é que cerca de 40% do material que é encaminhado diariamente aos aterros poderia ser separado, reciclado e voltar ao mercado em forma de novas embalagens ou outros produtos. Além de economizar recursos naturais e energia na produção, a reciclagem ainda pode prolongar a vida útil dos aterros sanitários, portanto, e evitar um custo de destinação final de resíduos ainda maior para a própria sociedade.

Se você ainda não encaminha materiais para a coleta seletiva, saiba que é muito simples. Não há necessidade de organizar por tipo de material. Basta separar o lixo em dois: comum e reciclável. Depois, confira no site https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html qual a data e horário em que a coleta seletiva acontece na rua onde mora. O site mostra também a data e horário em que passa o caminhão do lixo comum, permitindo que cada tipo de resíduo seja descartado de forma correta.

Doações

O ano está apenas no início e para muita gente, que perdeu tudo por conta dos deslizamentos e alagamentos na região do litoral paulista, será tempo de recomeçar a vida. E essas pessoas perderam tudo: móveis, colchões, roupas de cama, vestuário, calçados, eletrodomésticos.

Talvez seja um bom momento para reorganizar seus armários, verificar quais os itens estão esquecidos e sem uso, porém em boas condições e que possam ser aproveitados por essas famílias.

Além de contribuir nesse processo de reconstrução das vidas de famílias carentes, você reflete sobre consumo responsável e ainda evita encaminhar para aterros itens que podem sobrecarregá-los ou até mesmo contaminar o meio ambiente, como é o caso de eletrodomésticos e eletrônicos que contêm em sua composição metais pesados.

O mesmo vale para colchões, por exemplo, que são feitos de espuma, um tipo de plástico de difícil reciclagem e que deve ter seu uso prolongado enquanto possível.

Mas, ressaltando novamente, só deve ser doado aquilo que está em bom estado de conservação e pode efetivamente ser aproveitado.

Doe roupas, por exemplo, que deixaram de ser usadas por tamanho inadequado ou porque não agradam mais. Roupas furadas, manchadas, desgastadas devem ser descartadas no lixo comum. Iniciativas de reciclagem de tecido ainda são incipientes, mas há algumas.

Informe-se sobre lojas que recebem roupas e tecidos rasgados, meias furadas e as transformam em novos produtos, também para doação a pessoas carentes.

Para doar itens que podem ser aproveitados por famílias vítimas de desastres naturais, há um endereço na zona sul paulistana: a sede da Cruz Vermelha de São Paulo.

A doação dos itens pode ser feita 24 horas por dia. Os mais necessários são roupas e colchões na sede diretamente na sede da entidade (Av. Moreira Guimarães, 699), próximo ao Aeroporto de Congonhas.

O Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo também está coletando doações, que podem ser feitas pessoalmente no depósito, localizado na avenida Marechal Mário Guedes, 301, no Jaguaré, zona oeste da capital paulista, entre 8h e 17h.

Advertisement
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados