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Urbanismo

Construção de centro esportivo muda paisagem no Jabaquara

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Especialmente para quem mora nos bairros de Cidade Vargas e Vila Guarani, no distrito do Jabaquara, as transformações estão sendo imensas e provocando temores. A Construção do Centro Brasileiro Paralímpico não apenas criou uma imensa clareira junto ao Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, onde até recentemente funcionava um Centro de Lazer, como também está modificando todo o cenário e transferindo equipamentos de uso público de endereço.
A Feira Livre, tradicional e conhecida por Varejão do Jabaquara, que acontecia semanalmente, há décadas, no estacionamento em frente à antiga sede da Secretaria da Agricultura, já não foi realizada ali no úlltimo domingo. Enquanto durarem as obras, ela deve ser promovida no estacionamento existente na Rua dos Comerciários, quase esquina com Rua Anita Costa, na antiga sede do Resgate Civil. A promessa é de que volte a ocupar um espaço junto ao futuro centro paralímpico, mas as informações ainda são preliminares. A própria secretaria da Agricultura havia sido transferida para o centro da capital no ano passado por conta do projeto.
Agora, será a vez da delegacia: o 97o. distrito policial por enquanto ainda funciona em sua sede própria, junto à Rodovia dos Imigrantes, mas nas próximas semanas deve ser transferido para uma casa no bairro vizinho da Vila Guarani, e o prédio será demolido.
O Batalhão de Polícia Militar não está mais em seu endereço tradicional e ocupa uma sede provisória também na Vila Guarani. Mas os planos são de adaptação da antiga sede do Resgate Civil para que ele possa vir a ocupar o imóvel da Rua Anita Costa, em futuro próximo. Os moradores da Cidade Vargas e da Vila Guarani estão se mostrando até satisfeitos com estas alterações, já que a circulação de carros das polícias civil e militar e a sede das corporações dentro do bairro devem aumentar a segurança.
“É importante ressaltar que esta imensa área desocupada na Rua Anita Costa, que já foi um centro de lazer e depois a sede da Ong Resgate Civil, é remanescente das obras de construção do terminal EMTU no Jabaquara”, relembra Miriam Bock, presidente do Conseg Jabaquara. Ela conta que a mobilização da comunidade local, na década de 1980, impediu que o Governo do Estado ocupasse todo este terreno com baias para os ônibus. Na época, os moradores temiam que a intensa circulação de ônibus descaraterizaria o bairro como residencial e deterioraria a qualidade de vida e, por isso, foi construído um centro de lazer para a população. Como a área estava subutilizada, nos últimos anos, a comunidade já vinha pleiteando que se tornasse sede da Polícia Militar.
As transformações da região e as demandas da comunidade foram o tema principal da mais recente reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Jabaquara, realizada em 16 de junho. que contou com a participação de um representante da Secretaria de Planejamento do Governo do Estado, Júlio Cesar Ferreira.
Ainda pairam várias dúvidas sobre os futuros acessos ao Centro Paralímpico.
Segundo o representante do governo, a Prefeitura precisará transformar a via que levava à delegacia e ao Varejão em rua pública ou então o acesso só poderá ser feito através de retorno em Diadema. Estão prometidas também a conclusão da alça de acesso ao viaduto Matheus Torloni, que foi iniciada há mais de oito anos e, por conta de falência da empreiteira vencedora da licitação da obra, não foi concluída até hoje.
Também há a pormessa de manter na quadra esportiva existente atrás do 97o. DP o Projeto Garotos, de inclusão social de crianças carentes através do esporte, após a conclusão das obras.
As obras de demolição e terraplenagem junto à sede da delegacia devem ter início em até seis meses e só então haverá prazo mais definitivo para retorno da feira. A expectativa de conclusão do Centro Paralímpico é para julho de 2015, um ano antes dos Jogos Olímpicos no Brasil (veja também matéria abaixo).

 

As obras para construção do Centro Paralímpico Brasileiro estão a todo vapor (acima) e provocaram a mudança da feira livre que acontecia ali. Terreno estadual na Cidade Vargas (abaixo) abriga a feira provisoriamente e depois sediará Batalhão da Polícia Militar, também já desativado em endereço anterior (abaixo)

 

 

 

Centro Paralímpico será referência na América Latina

O projeto de construção do Centro Paraolímpico Brasileiro é pioneiro e será o principal centro de excelência do Brasil e da América Latina. Desenvolvido pelo Governo do Estado em terreno que integra o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, o centro de treinamento é parte do Plano Brasil Medalhas, do Ministério do Esporte, que vai aportar R$ 1 bilhão adicional ao orçamento do esporte brasileiro entre 2013 e 2016 com a meta de projetar o Brasil entre as principais potências esportivas do mundo a partir dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. O objetivo é que o Brasil se classifique entre os cinco primeiros no quadro de medalhas, depois de ter conquistado o nono lugar nos Jogos de Pequim, em 2008, e o sétimo, em Londres 2012.
A instalação em São Paulo é pioneira no País e será o principal legado de estrutura do Rio 2016 para o esporte paraolímpicoervirá para treinamentos, competições e intercâmbios de atletas e seleções; preparação física; cursos para técnicos, árbitros, gestores e outros profissionais; e desenvolvimento das ciências do esporte, no conceito de atuação interdisciplinar envolvendo medicina, fisioterapia, psicologia, fisiologia, biomecânica, nutrição e metodologia do treinamento, entre outras áreas. Como legado, o CT servirá à preparação de diversas gerações de atletas de esportes para pessoas com deficiências.
O CT congregará 14 modalidades de esportes paraolímpicos: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, rúgbi, tênis, tênis de mesa e voleibol sentado. A concentração de modalidades em um só local é inspirada em países como Ucrânia, China e Coreia do Sul, que adotaram o mesmo modelo e obtiveram sucesso na preparação de atletas e seleções.
As estruturas, que serão erguidas em etapas, vão comportar instalações esportivas cobertas e no ar livre (entre elas quatro ginásios, dois campos de futebol – nas modalidades futebol de 5 e de 7 – quadras de tênis e pista de atletismo), uma área residencial composta por alojamentos, refeitório e lavanderia, um setor administrativo com escritórios, salas de reunião, auditórios, depósitos e estacionamentos e o Centro de Medicina e Ciências do Esporte, além de academia, vestiários e outros espaços de apoio. A área construída está projetada em 94 mil metros quadrados.
A primeira etapa do projeto, com previsão de início de licitação em maio deste ano, foi cumprida. O Centro Paraolímpico Brasileiro foi anunciado no Palácio dos Bandeirantes, no aniversário de São Paulo, 25 de janeiro deste ano, com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff; a secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Dra. Linamara Rizzo Battistella; o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin; e o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo.
Recursos
Parte (um terço) do montante destinado ao Programa Brasil Medalhas 2016 virá das empresas estatais, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios, Banco do Nordeste, BNDES, Eletrobras, Infraero e Petrobras. Os dois terços restantes do investimento de R$ 1 bilhão virão do Orçamento Geral da União. A gestão desses recursos será feita de maneira integrada entre ministério do Esporte, comitês, confederações e associações.

 

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2 Comentários

2 Comments

  1. carlos

    1 de julho de 2014 at 13:33

    Srs. do Jornal Zona Sul

    Cadê as reportagens sobre o PROLONGAMENTO DA AV. ROBERTO MARINHO, E A CONSTRUÇÃO DO PARQUE DO CHUVISCO.
    Há tempos este Jornal não comenta mais nada sobre o assunto, depois deste prefeitinho nossa regição esta cada vez mais degradada. (ele paralizou tudo)e não adianta falar que a prefeitura não tem verba, estas obras são feitas obrigatoriamente com recursos na venda de CEPAC´s
    Vamos ver se vçs fazem alguma reportagem sobre a situação atual da regi
    ao
    Grato

  2. Italo Veras

    9 de janeiro de 2015 at 17:19

    Amigo, acho que você está sendo um pouco precipitado ou até mal informado, sou funcionário público e trabalho nesta obra. A verba é da esfera estadual com ajuda da esfera federal. A prefeitura não tem nada a ver. Você pode reivindicar, mas está equivocado quanto ao Centro Paraolímpico Brasileiro

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