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História

Conpresp finalmente abre processo de tombamento de antigos sobrados da V. Mariana

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Quando surgiram os tratores em frente à vilinha de casas do início do século passado, na rua Conselheiro Rodrigues Alves, os vizinhos não acreditaram: será que viria abaixo mais um patrimônio histórico, cultural e arquitetônico da Vila Mariana, para dar lugar a mais algum edifício gigantesco?

O maquinário tinha o objetivo de demolir um muro que corria o risco de cair sobre uma escola, mas também já havia sido expedido um alvará de demolição das casas, pela Subprefeitura de Vila Mariana.
Os moradores cuidaram de se movimentar rapidamente e acionaram imprensa para denunciar: desde 2006 estava parado no Conselho Municipal de Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) um pedido para avaliar a possibilidade de reconhecer a importância daquela vila, protegendo seus imóveis com processo de tombamento.

Mais do que isso: a comunidade recorreu à Justiça e a movimentação deu resultado.

A Juiza Maria Fernanda de Toledo Rodovalho deferiu o pedido de suspensão da demolição. “Não há nenhuma dúvida de que, se a providência não for deferida, haverá perecimento do objeto e do direito”, disse em sua decisão. E acrescentou: “Não há nenhuma dúvida de que, se a providência não for deferida, haverá perecimento do objeto e do direito”. A magistada ainda determinou às rés “que se abstenham de todo e qualquer ato de demolição, movimentação de terra, intervenção na paisagem, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 1.000”.

A decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo foi publicada na sexta, 12, já na segunda-feira, 15, o Conpresp aprovou a abertura de processo de tombamento de um conjunto de casas (números 275, 281 e 289 – casas 1 a 7) da Av. Conselheiro Rodrigues Alves, na Vila Mariana.

O Alvará de demolição já havia sido suspenso pela Subprefeitura Vila Mariana e a decisão do Conpresp impediu em definitivo qualquer intervenção no imóvel sem a prévia autorização do DPH/CONPRESP.

A resolução de APT (Abertura de Processo de Tombamento) seria publicada no Diário Oficial.

Os sobradinhos dos anos 1930 estão em uma bucólica via de paralelepípedos, repleta de árvores, que corre paralela à Rua Fabrício Vampré. Estavam ocupados até 2017 por inquilinos, já que pertencem à Ordem da Imaculada Conceição. Há relatos de que esses locatários haviam demonstrado interesse em comprar os imóveis, mas sem sucesso – o que leva a vizinhança a desconfiar da intenção de demolição para construção de algum empreendimento imobiliário de grande porte.

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