Siga-nos

Esporte

Centro Paralímpico: obras estão atrasadas?

Publicado

em

A estrutura imensa parece estar pronta, para quem trafega pela Rodovia dos Imigrantes, junto à entrada da cidade, na região do Jabaquara. Mas, parece também estar desocupada, sem uso. O Centro Paralímpico Brasileiro teve sua construção iniciada em dezembro de 2013, com a promessa de que seria utilizado para os treinos finais de atletas em preparação para os Jogos Paralímpicos em setembro, no Rio.

Mas, por enquanto, o Ministério dos Esportes e o Governo do Estado são cautelosos ao falar em prazos.

O CPB ocupa uma área de mais de 100 mil metros quadrados no Parque das Fontes do Ipiranga. Foram investidos nas obras R$ 282 milhões, sendo R$ 167 milhões do Ministério do Esporte e de R$ 115 milhões do Governo de São Paulo. O Ministério aplicou mais R$ 20 milhões para equipar o local.

Os equipamentos, entretanto, ainda estão sendo comprados. De acordo com o Ministério dos Esportes, a maioria dos equipamentos é de alto rendimento específico para atletas paralímpicos, está sendo realizada uma análise técnica detalhada sobre os produtos a serem adquiridos. Parte dos equipamentos já está sendo adquirida e entregue, como placares eletrônicos, traves e tatames, por exemplo.

“A gente planeja entrar lá neste primeiro semestre”, afirma o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons. “O centro é de altíssimo nível e vai apresentar condições de treinamento melhores do que qualquer outra instalação no Brasil. Assim que estiver em operação, será colocado à disposição das confederações e das modalidades para a fase final de treinos e a aclimatação da delegação completa, cerca de duas semanas antes da entrada na Vila”, explica.

Em seus 65 mil m² de área construída, o Centro Paralímpico Brasileiro (CPB) terá capacidade em alojamentos para receber até 282 atletas simultaneamente e dispõe de estrutura para treinamentos e competições de 15 modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, golbol, halterofilismo, judô, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, triatlo e vôlei sentado.

O modelo de gestão do CPB está em discussão com o Governo de São Paulo e o Comitê Paralímpico Brasileiro. A estrutura está praticamente pronta e os materiais esportivos, em fase de compra.

“A obra civil está pronta. Estamos trabalhando com a operação da piscina, que começa a funcionar este mês. Já fizemos testes de vazamento e agora vamos ligar os equipamentos, como aquecimento, filtro e componentes para tratamento da água”, explica a coordenadora da obra, a arquiteta Mei Ling. “Toda a parte fixa estará pronta até o fim de fevereiro. Temos instaladas as quadras com pisos de madeira, piscina, pista de atletismo, partes elétricas e hidráulicas, sistema de som e de controle de acesso, rede de lógica e wi-fi”, enumera.

Ele diz que a compra dos equipamentos é a próxima fase, pelo CPB e por meio de convênios do Ministério do Esporte com secretarias do governo de São Paulo. “Em cerca de 90 dias deveremos ter a maioria do material adquirido”, acredita Parsons.

Outra coisa que ainda não está definida é como o espaço será gerenciado e como será usado por paratletas de alto rendimento. Segundo o Ministério dos Esportes, o modelo de gestão do CPB está em discussão com o Governo de São Paulo e o Comitê Paralímpico Brasileiro.

“É a realização de um sonho ter um centro de treinamento específico para o esporte paralímpico, multidesportivo e do mais alto nível. É um legado dos Jogos que vamos oferecer aos atletas. Será uma sensação de dever cumprido quando fizermos isso”, define o presidente.

Investimentos

Além do CT paralímpico, resultado de R$ 167 milhões do Ministério do Esporte e de R$ 115 milhões do governo de São Paulo, o governo federal tem outras fontes de investimento no esporte paralímpico. Desde 2010, foram celebrados 17 convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que somam R$ 67,3 milhões e contemplam a preparação das seleções permanentes em 16 modalidades para o ciclo de 2016, incluindo a participação em treinamentos e competições, no Brasil e no exterior.

O último convênio com a entidade, celebrado em 2015 e publicado no Diário Oficial em fevereiro, investe R$ 4,4 milhões no apoio aos atletas beneficiados pelo Plano Brasil Medalhas e o programa Bolsa Pódio, com a contratação de profissionais para equipes multidisciplinares de 12 modalidades.

Os investimentos no esporte paralímpico têm dado muitos resultados para o Brasil. Nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no ano passado, por exemplo, o país terminou a competição, pela terceira vez seguida, como líder do quadro de medalhas. Foram 257 medalhas, sendo 254 (98,8%) conquistadas por bolsistas do governo federal. Dos 215 atletas que subiram ao pódio no Canadá, 199 (92,5%) são bolsistas. A meta nos Jogos Paralímpicos do Rio é chegar ao Top 5.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Advertisement
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados