Busque o suficiente e evite o excesso

É realmente necessário trocar de carro? E o novo modelo de televisão, é essencial? Qual o limite do suficiente para cada consumidor? 

Um novo modelo de aparelho celular é lançado no mercado e há pessoas que fazem filas para adquiri-lo nas primeiras horas de lançamento. Esta atitude combina com a busca de um mundo mais humano e sustentável, em que a natureza é respeitada em suas limitações? Não. De acordo com o Instituto Akatu para o Consumo Sustentável, é preciso buscar a suficiência e não o excesso.
Este é um dos Dez Caminhos para a Produção e Consumo Conscientes, que o jornal SP Zona Sul vem abordando quinzenalmente na página Meio Ambiente.
A pessoa que não troca o celular constantemente entendeu que o “suficiente” é ter um aparelho para se comunicar, e que não é preciso ter uma prática do “excesso”, trocando aparelhos que ainda funcionam.
A pergunta deve ser feita também na hora do impulso de comprar uma nova roupa ou calçado – a nova peça é necessária ou outro excesso? Ao final das festas de fim de ano, percebemos quantos itens desnecessários foram comprados: novos brinquedos, perfumes e até itens de alimentação que sobraram ou correm o risco de estragar.
Até mesmo ao decidir-se por itens ainda mais caros a pergunta deve estar em mente. O carro precisa mesmo ser trocado com tanta frequência? Qual o futuro daquele automóvel zero quilômetro que saiu da fábrica para atender um consumidor?
Ao decidir investir dinheiro em um novo artigo, é preciso se questionar, sempre: será que já não tenho/comprei o suficiente para suprir minhas necessidades?
O mercado quer convencer consumidores de que há itens indispensáveis de que ele não dispõe: pode ser um aparelho de televisão ou celular com novos recursos, uma geladeira com gelo na porta. Pode ser um modelo de sapato diferente ou uma peça de roupa que estará na moda na atual estação.
A lógica da compra pela compra em si, desprovida de um conteúdo de real necessidade, assim como a troca desnecessária de produtos ainda em plena vida útil, extrapola o limite do suficiente para cada um.
E, com isso, extrapola o limite da sustentabilidade que é garantir “o suficiente, para todos, para sempre”.

O aparelho funciona?
Consumidor deve evitar compra por impulso se equipamento já é suficiente para o uso