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Saúde

Balões vermelhos alertarão sobre imunodeficiência

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Entre os dias 22 a 29 de abril, a Vila Clementino vai sediar um evento para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce para tratamento da imunodeficiência. A Semana da Imunodeficiência será lembrada pelo ambulatório de Imunologia Clínica da Escola Paulista de Medicina da Unifesp com a soltura de balões vermelhos, às 11h30.
E a Vila Clementino será apenas um dos setenta pontos espalhados pelo mundo onde a ação ocorrerá simultaneamente. Todos são centros de tratamento, em vários países.
A imunodeficiência
A imunodeficiência é um grupo de doenças, que são caracterizadas por um ou mais defeitos do sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. Como consequência dessas alterações, o indivíduo se torna mais propenso a apresentar infecções. Existem dois grupos de alterações imunológicas: o primeiro grupo é constituído por defeitos hereditários, que geralmente iniciam-se na infância, embora em algumas situações só se manifestem na idade adulta. Estas alterações são conhecidas como imunodeficiências primárias ou congênitas; o segundo grupo, muito mais frequente, é constituído por defeitos não hereditários, mas decorrentes de outras condições, como, por exemplo, desnutrição e infecção pelo HIV (vírus causador da AIDS). Esses defeitos são conhecidos como imunodeficiências secundárias ou adquiridas.
“No Brasil, as imunodeficiências primárias são subdiagnosticadas, e muitos pacientes apresentam sequelas pela demora no diagnóstico ou mesmo falecem antes dele”, explica a professora Beatriz Carvalho, responsável pelo atendimento do ambulatório. Estima-se que a prevalência das imunodeficiências primárias seja de aproximadamente um caso para cada dois mil habitantes. “No Brasil, temos entre quatro e cinco mil casos diagnosticados, o que mostra o enorme número de pacientes ainda sem diagnóstico”, ressalta a professora.
Tratamento e custos
Quanto mais precoce o diagnóstico, melhores são as chances de uma boa qualidade de vida para o paciente. Quando ele é feito tardiamente, a probabilidade de ocorrência de complicações e sequelas é muito maior, inclusive com risco de morte. “Por isso, é muito importante que as crianças sejam levadas rotineiramente ao pediatra, desde os primeiros meses de vida”, ressalta a professora. De acordo com estudo publicado em 2007, pela Jeffrey Modell Foundation, tratar estes pacientes é mais barato que mantê-los sem diagnóstico adequado. O impacto econômico ao sistema de saúde dos Estados Unidos, no que diz respeito ao tratamento de pacientes subdiagnosticados, ultrapassam os US$ 40 bilhões anualmente.
O tratamento depende do tipo da imunodeficiência, e algumas modalidades consistem em medicações para estimular a produção de glóbulos brancos, a reposição mensal de anticorpos, a terapia gênica – ainda não disponível no Brasil – e o transplante de medula óssea, já realizado em nosso país para várias imunodeficiências. “O mais importante é que as imunodeficiências sejam corretamente diagnosticadas, para que o tratamento mais adequado seja indicado o mais precocemente possível”.
A Ação em comemoração à Semana da Imunodeficiência acontece na terça-feira, dia 22 de abril, às 11h30, no Ambulatório de Imunologia Clínica (EPM/Unifesp), que fica na Rua dos Otonis, 725, Vila Clementino.

 

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