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Meio ambiente

Bairros da região sofrem com falta de água

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O Sistema Cantareira não é o único fornecedor de água para a região – parcela vem também da Represa Guarapiranga. Ainda assim, paulatinamente, os bairros dos distritos Vila Mariana, Saúde, Jabaquara, Cursino, Ipiranga e Campo Belo têm sofrido com torneiras secas durante pelo menos dez horas diárias. A partir das 13h, a redução de pressão é nítida – e já admitida oficialmente pela Sabesp. Mas, os moradores relatam que o fornecimento é totalmente interrompido por várias horas, a partir do período da tarde, e só retomado na madrugada ou manhã seguinte. Diariamente.
Ainda no ano passado, o Instituto de Defesa do Consumidor entrou com pedido judicial para que a Sabesp passasse a informar em seu site os horários da chamada “redução de pressão”. A empresa chegou a divulgar mapas, mas depois considerou que a indicação da localização das válvulas que proporcinam a diminuição do volume distribuído geravam uma impressão equivocada de áreas de risco.
Agora, qualquer pessoa que acessar o site da empresa poderá ver exatamente quais são os períodos em que cada bairro fica sem água.
Bairros
Assim, de acordo com as informações oficiais da Sabesp, o Jabaquara fica diariamente com pressão reduzida das 13h até 5h da madrugada.
Saúde, Moema e Aeroporto tem menos água das 13h até 5h30.
Americanópolis, CAmpo Belo e Vila do Encontro sofrem a redução de pressão das 17h às 8h.
No Cursino, a medida é tomada das 13h até 4h e no Ipiranga das 13h às 7h.
Na Vila Mariana, as torneiras têm menos – ou nenhuma – água das 13h às 6h.
Vale ainda ressaltar que as casas localizadas em regiões mais altas – como o chamado Espigão da Paulista, que inclui as Avenidas Paulista, Noé de Azevedo, Vergueiro, Engenheiro Armando de Arruda Pereira, Jabaquara e Rua Domingos de Moraes – têm chance de ver a situação ainda mais complicada, já que a redução de pressão implica em dificuldade de normalizar o reabastecimento nas áreas de maior altitude.
Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo e no próprio site da Sabesp, o presidente da empresa, Jerson Kelman, diz que é uma minoria da população que pode estar com “longas horas sem água nas torneiras” e “em casos excepcionais, até mesmo alguns dias”. Seriam os que moram em pontos elevados e que não possuem caixa d’água.
“Pode-se descrever essa situação como a de um racionamento?”, questiona Keller, para em seguida responder: “Depende. Para quem pertence à minoria que, neste momento, não tem água em casa, a resposta é certamente positiva. Porém, o termo racionamento é usado, em geral, quando se força a diminuição coletiva do consumo por meio da total interrupção do fornecimento por algumas horas do dia ou quando se impõem quotas individuais de consumo. Não é o que a Sabesp tem feito, mas poderá ser forçada a fazê-lo, se continuar a não chover nos lugares certos e nas quantidades necessárias”, admite.
Também esta semana, o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato Yoshimoto, chegou a afirmar que a empresa poderá adotar o sistema de rodízio de cinco dias por semana sem água, caso não aumente o volume de chuvas no Sistema Cantareira.
Ele diz que a decisão será tomada somente em situação extrema. “Se as chuvas insistirem em não cair teremos de fazer um rodízio muito pesado para ter uma economia necessária e não deixar que o nível continue caindo como está”, disse.
Massato também afirmou que a Sabesp passou a informar sobre o horário de redução de pressão, depois que a medida foi estendida da noite para o período da tarde. “Está atingindo toda a região metropolitana de São Paulo. Se os órgãos reguladores chegarem à conclusão de que temos que retirar menos água do que estamos retirando teremos que adotar o rodízio”, confirmou.

 

Em seu site (www.sabesp.com.br), a concessionária agora admite a redução de pressão nos períodos da tarde e da noite e indica o horário em que ocorre em cada bairro

 

 

Consumidores pagarão multas por gasto de água excessivo

Os moradores e comerciantes da capital podem ser penalizados duplamente, por conta da situação crítica em que se encontra o Sistema Cantareira em São Paulo. Além de sofrerem com a redução do abastecimento ou até racionamento com interrupção por dias seguidos no fornecimento de água, os consumidores poderão ter que arcar com multas.
O governo do Estado de São Paulo já está aplicando multas para quem aumentar o consumo de água. Segundo a atual gestão, a medida é educativa. Quem aumentar o consumo em até 20% irá pagar 20% a mais na conta. Quem gastar ainda mais pagará 50% de multa. O cálculo será feito em cima da média de consumo de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.
Na Câmara Municipal, o Projeto de Lei (PL) 529/2014, de autoria dos vereadores Roberto Trípoli (PV), Nelo Rodolfo (PMDB), José Police Neto (PSD), Mário Covas Neto (PSDB), Laércio Benko (PHS) e Ari Friedenbach (PROS) prevê multas de até R$ 1.000, dobrando a cada reincidência, para quem lavar calçadas e/ou veículos com água tratada da rede de abastecimento da cidade.
Paralelamente, o prefeito Fernando Haddad, anunciou que deve encaminhar, o mais rápido possível, à Câmara de Vereadores projeto de lei para punir consumidores pelo uso abusivo de água, exemplificando também com o ato de lavar calçadas. Ele deu a informação logo após reunião com o secretário de Recursos Hídricos do estado, Benedito Braga, e mais 29 prefeitos da região metropolitana.

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