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Meio ambiente

Bagaço da uva do vinho pode ser reaproveitado

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Em novembro passado, foi promovida uma conferência na Inglaterra para discutir, entre outros temas relacionados à alimentação mundial, os danos do desperdício. Além de representar menos comida para a população que ainda passa fome, espalhada pelo mundo, o não consumo de alimentos produzidos representa danos para o meio ambiente – do uso desnecessário do solo, aos gastos de energia e transporte, até o lixo gerado. Entre as várias iniciativas em andamento, existe uma criada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para dar uma destinação mais sustentável e econômica ao bagaço de uva. Normalmente descartado pela vitivinicultura (processo que envolve o cultivo da fruta e a fabricação de vinho), o bagaço pode ser usado pelas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética.

O extrato, antioxidante e com alto valor nutricional, pode ser utilizado em barras de cereais, bebidas probióticas, farinhas e em usos não alimentícios, como óleo ou agente antioxidante. O projeto começou a ser desenvolvido em 2008 pela Embrapa Agroindústria de Alimentos e conta com a parceria da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A cada 100 litros de vinho processados são gerados 30 quilos de resíduos – bagaço, gavinhas e borras, o que equivale a 210 mil toneladas por ano. O bagaço é constituído de casca, semente e engaço da uva. “A indústria paga a outras empresas para retirar o engaço da sua planta. Parte do resíduo é vendida ou doada como fertilizante”, explica Lourdes Cabral, pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos.
Mesmo sendo de fonte natural, a matéria orgânica gerada na decomposição do bagaço de uva pode se proliferar e contaminar o ambiente. Por outro lado, a composição é rica em fibras, proteínas e compostos fenólicos, com potencial de gerar produtos inovadores e funcionais. “Como consequência da demanda dos consumidores por produtos naturais, as indústrias são pressionadas a buscar alternativas aos aditivos químicos”, destaca a pesquisadora da Embrapa.
O uso de resíduos da agroindústria está dentro do conceito de Química Verde, que prevê a redução da poluição nos processos químicos e o aproveitamento máximo da matéria-prima, minimizando ou eliminando a geração de poluentes até o ano de 2030.

 

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