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Urbanismo

Avenida na região de São Judas vai ganhar “jardins de chuva” para evitar enchentes

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A Avenida Fagundes Filho, no distrito da Saúde, fica praticamente na divisa entre os distritos de Saúde e Jabaquara, entre as subprefeituras do Jabaquara e Vila Mariana. Mais do que isso, é vizinha à Avenida dos Bandeirantes, sob a qual passa o córrego da traição, um dos maiores cursos d’ água soterrados em São Paulo e que já foi até marco divisório entre as “províncias” de São Paulo e Santo Amaro, que só em 1935 deixou de ser independente e integrou-se ao território paulistano. E também do córrego Ipiranga, aquele cantado em hino nacional e que divide a Vila Mariana com o Ipiranga, ainda hoje castigado por enchentes.

Hoje, a via é também importante caminho de ligação para quem sai da capital rumo ao litoral Sul paulista ou ao Rodoanel. E foi essa simbólica avenida, repleta de edifícios comerciais, que a Subprefeitura de Vila Mariana escolheu para ganhar seis “jardins de chuva”.

Muito além da questão estética, os jardins de chuva atuam como pontos de microdrenagem e ajudam a resgatar as espécies nativas da Mata Atlântica no bairros. A subprefeitura ainda explica que a via está na região da microbacia hidrográfica do Córrego Ipiranga, paralelo aos córregos Barroca e Água Vermelha, entre os números 512 e 705 da avenida. As obras, viabilizadas por meio de emenda parlamentar, foram iniciadas na semana passada e há previsão de serem concluídas em 30 dias.

“Os jardins serão calculados para não permitir o acúmulo de água de chuva por muito tempo (72 horas), para evitar a reprodução de mosquitos”, explica a arquiteta Débora Grecco, supervisora de Planejamento Urbano da Subprefeitura Vila Mariana. “Recentemente iniciamos a construção de 21 jardins de chuva na Vila Nova Conceição, em Moema, e nosso objetivo é expandir o projeto para outros pontos da subprefeitura. Os jardins de chuva são uma opção muito interessante de microdrenagem”, afirma o subprefeito Diogo Soares.

O ponto mais alto da avenida está na altura da Rua Berto Conde (790 metros do nível do mar) e o mais baixo, na altura da Rua Galeazzo Alessi (770 metros do nível do mar). A declividade é suave, com caimento de cerca de 4,1%. A topografia e caimento favorecem o escoamento superficial contínuo, de velocidade moderada em uma área impermeável, ou seja, onde não há infiltração da água da chuva, que vai direto para as galerias pluviais e desemboca no Rio Tamanduateí.

A água da chuva que corre sobre a Avenida Fagundes Filho vai para o Córrego Ipiranga, segue para o Rio Tamanduateí e depois para o Rio Tietê, que corre sentido noroeste, desembocando no Rio Paraná, na divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A partir daí, a água segue em direção sudoeste passando por Paraguai e Argentina, e muda de direção para sudeste antes de desembocar no Oceano Atlântico, na divisa com o Uruguai, percorrendo uma distância aproximada de 3.040 km da Av. Fagundes Filho até o Oceano Atlântico.

Segundo a subprefeitura, os benefícios dos jardins são:

– Diminui volume de enchente (reduz até 43%)

– Diminui pico de enchente (reduz até 70%)

– Redução da erosão

– Reduz demanda de água potável para irrigação

– Baixo custo e execução simples

– Redução da temperatura do ar

– Tratamento da poluição difusa

– Recarga de aquíferos subterrâneos

– Melhoria da qualidade da água pluvial

– Melhora a qualidade do ar: plantas absorvem gás carbônico, produzem oxigênio e controlam umidade

– Reduz temperatura da água do escoamento superficial

– Estética

– Estimula convívio social

– Potencializa vida vegetal e animal

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