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Urbanismo

Aumenta movimento em Congonhas

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A história do Aeroporto de Congonhas tem estreita relação com a da zona sul paulistana. Construído em 1936, esse que é um dos mais movimentados aeroportos da América Latina ganhou recentemente uma Certificação de Segurança, passou por processo de concessão e aumentou ainda mais o número de pousos e decolagens.

Se tudo isso mexe com a vida de passageiros, mexe também com a vizinhança. Bairros como Moema, Planalto Paulista, Jardim Aeroporto e Cidade Vargas já se queixam de barulho há anos. Temem também pela segurança, em caso de acidentes como os ocorridos em 1996 e 2007, e sofrem com o trânsito no entorno.

Agora, aumentam as queixas de moradores de outros bairros, como Vila Mariana e Vila Clementino, que alegam ter aumentado nos últimos meses o barulho com mudança e ampliação de rotas para atender à ampliação do movimento.

Por outro lado, há quem avalie que a movimentação pode trazer benefícios, com ampliação do comércio e geração de empregos no entorno.

A partir dessa semana, o jornal São Paulo Zona Sul publica uma série de reportagens para abordar diferentes aspectos das mudanças mais recentes trazidas pela ampliação constante da movimentação de Congonhas.

Movimento

Desde o dia 26/3, o Aeroporto de Congonhas tem autorização da Anac para operar de 41 para até 44 movimentos de pousos e decolagens por hora.

A Infraero informou, no entanto, que a despeito de diversos investimentos realizados em foco na segurança operacional e conforto aos passageiros, a decisão de utilizar os novos slots autorizados pela Anac é das companhias aéreas, de acordo com a estratégia comercial de cada uma.

Há uma estimativa de que cerca de 100 mil pessoas circulem por Congonhas diariamente, mas projeções apontam que mais 8500 passageiros devem ser acrescidos nessa conta, com aumento de embarques e desembarques. A autorização, na verdade, permite até 51 novos voos por dia, durante o horário de funcionamento, entre 6h e 23h. Com variações ao longo do dia, o fato é que os pousos e decolagens acontecem com intervalo médio de apenas 2 minutos entre eles.

Segurança

A maior movimentação suscita também questionamentos sobre a segurança, em um aeroporto que já registrou dois dos maiores acidentes aeronáuticos do país: em outubro de 1996, quando um Fokker 100 da Tam (atual Latam) caiu na região do Jabaquara, matando 101 pessoas a bordo e outras 3 em solo, além de destruir algumas residências; e em julho de 2007, com a queda de um Airbus, da mesma TAM, do outro lado, ou seja, na Avenida Washigton Luís, atingindo um prédio na região de Moema. Morreram 199 pessoas: todos os 187 ocupantes do voo e 12 pessoas em solo.

Em abril passado,o Aeroporto de Congonhas obteve a Certificação Operacional, que atesta que a Infraero cumpre os regulamentos técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) relativos à segurança operacional e à resposta à emergência aeroportuária. É o 15º aeroporto que, sob gestão da Infraero, alcançou certificação nos últimos quatro anos.

Segundo a Infraero, com a certificação, será elevada a segurança operacional da aviação comercial do Brasil a um patamar equivalente a demais países. O certificado também gera benefícios diretos e indiretos, ampliando ainda mais a credibilidade junto às empresas aéreas, possibilitando a ampliação de conectividade, fomentando o turismo e colaborando com o desenvolvimento da economia da região e do País.

A certificação de Congonhas foi resultado de um trabalho que vem sendo executado pela Infraero, em conjunto com a Anac e Departamento de Controle do espaço Aéreo (Decea), e contemplou constantes melhorias de infraestrutura – incluindo a aplicação da Camada Porosa de Atrito (CPA) e a implementação do sistema EMAS (Engineered Material Arresting System) na pista principal de pousos e decolagens.

A certificação ainda considera o estabelecimento de procedimentos específicos para operação e acordos com companhias aéreas, torre de controle e demais elos do sistema de aviação, bem como compromissos assumidos para manutenção e aumento da segurança operacional e regularidade das operações.

A Infraero afirma ter atuado para garantir o cumprimento das exigências. “É um momento gratificante para a Infraero receber essa Certificação Operacional, que vem de um trabalho árduo e da implementação de constantes melhorias, investimentos e adequações em Congonhas para oferecer uma infraestrutura de excelência aos nossos usuários e ao Brasil”, destaca o presidente da Infraero, Rogério Barzellay.

A certificação de um aeroporto tem por objetivo definir os tipos de operações aéreas que o aeroporto está apto a receber e atesta a capacidade do operador de cumprir os regulamentos técnicos da Agência relativos à segurança operacional. Essas normas incluem requisitos de infraestrutura aeroportuária, manutenção, operações, resposta à emergência aeroportuária e controle da fauna, entre outros, além de endereçar melhorias de infraestrutura propostas pelo operador do aeródromo e aceitas pela Anac.

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1 Comentário

1 Comentário

  1. Marcio

    8 de maio de 2023 at 19:20

    Está um inferno. É preciso fazer algo.

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