Siga-nos

Trânsito

Audiência trouxe debate sobre Ciclofaixa na Rua Luís Góis

Publicado

em

Como equilibrar demandas, reivindicações e necessidades urbanas? Como evoluir para uma cidade com menos poluição, trânsito e mais humana e segura? Quando se trata de ciclovias e ciclofaixas, parece que vale aquele mesmo conceito relacionado às feiras livres – todo mundo gosta e aprova, mas ninguém as quer em frente às suas casas ou estabelecimentos comerciais. Foi o que se pode constatar na audiência pública promovida pela Comissão Permanente de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores sobre a implantação de ciclofaixa na Rua Luís Góis.

A audiência aconteceu de forma virtual, comandada pelo vereador que a convocou – Aurélio Nomura, do PSDB. Apesar de integrar a bancada de apoio ao prefeito Bruno Covas, do mesmo partido, o vereador acredita que os comerciantes deveriam ter sido comunicados e avisados sobre a discussão que incluía a via no mapa cicloviário da cidade e vê prejuízos aos comerciantes com a implantação.

audiência pública

Audiência pública realizada em 2019 aprovou a ciclovia na Luís Góis. Fotos: Bike Zona Sul

 

 

 

A Ciclofaixa na Luís Góis foi discutida em audiência pública promovida pela Gestão Covas em junho de 2019 e que aprovou outras 30 ciclofaixas na região das subprefeituras Vila Mariana, Jabaquara e Ipiranga. A via foi escolhida porque seria conexão entre outras ciclovias e ciclofaixas da cidade, como da Avenida José Maria Whitaker, Rua Domingos e de Morais e Avenida Jabaquara, Ricardo Jafet e Alameda das Boninas.

Como era de se esperar, a audiência pública foi marcada por posições antagônicas. Foram inscritas 10 pessoas favoráveis e outras 10 contrárias à ciclofaixa.

Os representantes contrários eram todos comerciantes da via, que apontaram problemas como a falta de alternativa de estacionamento para clientes e para carga e descarga de fornecedores.

Outro argumento foi a dificuldade que terão passageiros de ônibus ao desembarcarem em pontos existentes ao longo da via, do lado da ciclofaixa – os usuários teriam que descer na pista da ciclofaixa, colocando em risco sua segurança.

Também foi indicada a dificuldade de uma escola de educação infantil, que atende crianças a partir de 4 meses e que, até então, tinha autorização para paradas de embarque e desembarque para os pais ao deixarem seus filhos.

Muitos dos comerciantes reclamaram da falta de divulgação da audiência pública em 2019 em que foi aprovada a ciclovia na Luís Góis. Outros defendem que, mesmo com a indicação, deveria ter sido feita consulta diretamente a cada um deles.

Alguns passaram a dar sugestões de vias alternativas para a implantação, indicando vias como Loefgreen e Dr. Altino Arantes como alternativas por terem menos comércio.

Favoráveis

Já os defensores da ciclofaixa apontaram que não faz sentido uma audiência pública na Câmara dos Vereadores, ignorando todo o processo democrático e técnico de discussão e aprovação da ciclofaixa que se estende há mais de dois anos. E criticaram o fato de que já houve investimento público para implantar a ciclofaixa e sua sinalização, ainda sem conclusão, e deverá ser feito agora novo gasto de dinheiro público caso seja removida.

Entre os favoráveis a manter a ciclofaixa na Luís Góis, havia moradores do bairro, ciclistas que fazem o trajeto e cicloativistas. Também a vereadora Sílvia da Bancada Feminista participou do encontro para apoiar a manutenção da estrutura já construída, com sua conclusão.

Apontaram que a questão da entrega de produtos por fornecedores já é equacionada por comerciantes que têm estabelecimentos em shopping centers, outras áreas com ciclovias e situações semelhantes.

Defenderam ainda que a segurança dos ciclistas deve ser levada em consideração e que a via pública não deve ser encarada como de uso exclusivo pelos comerciantes para atendimento de seus fornecedores e clientes.

Os ciclistas ainda argumentam que carros estacionados tiram a visão do comércio e reduzem a área para circulação de veículos, além de travar mais o trânsito com a manobra de motoristas em busca de estacionamento. Sugeriram a implantação de zona azul na área para ganhar rotatividade de estacionamento para a clientela.

Ao final do encontro, a representante da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte, Maria Tereza Diniz, ressaltou a importância do encontro e que os projetos são elaborados com base em diversos critérios. Disse ainda que a CET vai fazer uma nova análise do projeto e possíveis aprimoramentos. “Depois daremos retorno se haverá continuidade ou mudanças no projeto”, concluiu.

Confira, no vídeo abaixo, a íntegra da Audiência Pública

Advertisement
3 Comentários

3 Comments

  1. L M Oliveira

    10 de abril de 2021 at 18:14

    Há uma faixa para ciclista na rua Coronel Lisboa e passo por lá duas vezes por dia. Não chego a ver dois ciclistas por mês. É cheia de subidas e descidas… Só quem tem muita perna pode usar… Fica lá, sem uso!! Tem sentido??

  2. Rosely Pompeu Prestes Mancuso

    11 de abril de 2021 at 15:01

    Essas vias deveriam antes de serem implantadas ter aval dos moradores e usuários das ruas.
    A maioria delas aqui no Planalto Paulista aonde moro são inviáveis e sem adesão dos usuários de bicicletas levam a lugar algum e atrapalham a frente das casas.

  3. francisco falco

    13 de abril de 2021 at 15:42

    E quem está recebendo multas, sendo que nem pintada a rua está, transtorno geral, sem demarcações no solo e nem aérea, uma máquina de subtrair valores do cidadão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados