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Atlas do plástico indica necessidade de mais mudanças

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Em 2018, o Brasil produziu uma média 79 milhões de toneladas de lixo, sendo que dessas, cerca de 13,5% são de resíduos plásticos, de acordo com dados da SELURB (Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana).

Somos o quarto maior produtor do mundo de lixo plástico. E apesar de termos por aqui algumas políticas importantes para o combate aos resíduos plásticos, elas carecem de efetivação.

O exemplo maior é a Política Nacional de Resíduos Sólidos que completou 10 anos em 2020 e que busca regular o problema da disposição inadequada dos resíduos sólidos que compromete a qualidade do meio ambiente e seus serviços ecossistêmicos, a saúde pública e o bem-estar da população. Entre outras coisas, a PNRS estabelece que os fabricantes têm responsabilidade pela destinação final daquilo que colocam no mercado. E isso inclui as embalagens – uma empresa de refrigerantes, por exemplo, tem que se responsabilizar pela reciclagem das milhares de embalagens pet que coloca no mercado.

Além dela, temos o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, lançado em 2019 com poucos resultados efetivos, e a ausência de um plano nacional de resíduos sólidos. E apesar da crise notória da poluição do plástico, a indústria prevê ainda um crescimento vertiginoso da sua produção.

Mas, como combater de forma efetiva os resíduos plásticos? O Atlas do Plástico, que será lançado pela Fundação Heinrich Böll, reúne dados e pesquisas feitas no Brasil e no mundo sobre o consumo, descarte, contaminação e consequências macro, como a situação dos mares, e micro – por exemplo, ao temperar um alimento, uma pessoa já está consumindo microplástico. Também são apresentados caminhos sobre materiais alternativos e novos hábitos que podem levar a uma grande mudança.

O Atlas está disponível para download gratuito no site br.boell.org.

A produção e consumo desenfreados do plástico jogou o planeta em um impasse: uma vida com a praticidade dos descartáveis e produtos com matéria-prima barata, ou uma vida com menos poluição? Especialmente durante a pandemia, os itens descartáveis reforçaram sua importância para manter a higiene, mas ampliaram o impasse com relação aos problemas que o excesso do uso de plástico criam.

As atuais montanhas de lixo plástico que não se degradam, há uma visão nada confortável do futuro próximo. Estima-se um aumento de 40% de plástico no mundo logo ali, em 2025. E em 2050, considerando-se o atual ritmo de consumo, teremos mais plástico do que peixes nos oceanos.

Ou seja, banir canudinhos e sacolas de mercado é uma gota nesse mar de polímeros. A grande mensagem do Atlas é: precisamos de reduções urgentes e drásticas na produção e consumo de plástico e regulamentação em nível local, nacional e global para lidar com a poluição do plástico na fonte.

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