Siga-nos

Urbanismo

Árvores são vilãs na Vila Mariana?

Publicado

em

remoções de árvores

Todo ano, nas tempestades de verão, a discussão se repete. As árvores caem sobre carros, chegam a ferir o matar pessoas, destroem casas e estruturas, arrebentam a fiação e causam, para além da falta de energia, tragédias como a que vitimou um homem de 63 anos em frente ao Hospital do Servidor essa semana.

Ele estava no carro com a esposa quando um fio de alta tensão se rompeu pela queda de um galho e provocou chamas sob o carro e em uma banca de jornal na Rua Pedro de Toledo. Assustado e temeroso pelo fogo, o homem saiu do carro e foi eletrocutado por conta do fio. A orientação é não sair de dentro do carro, nessas situações, porém o fogo provocado certamente causou desespero na vítima

Mas, essas tragédias significam que qas árvores são vilãs, no cenário urbano? Muito pelo contrário. Além de melhorar a qualidade do ar  – vale relembrar que a poluição é uma das principais causas de morte na capital – as árvores ainda trazem qualidade de vida pela redução de temperatura e até pela beleza. Sim, as árvores valorizam até mesmo o bairro, aumentam o preço dos imóveis. Um dos principais problemas na periferia, aliás, é a falta de verde.

Mas, na temporada das fortes chuvas e ventanias, os bairros mais arborizados são os que mais sofrem. Vila Mariana, Vila Clementino, Moema, Mirandópolis e Planalto Paulista estão entre aqueles que registram maior número de quedas. Durante a semana, o subprefeito de Vila Mariana, Luis Felipe Miyabara, registrou nas redes sociais o intenso trabalho de recolher troncos e galhos – mostrando que várias subprefeituras contribuíram com maquinário e equipes para dar conta do serviço.

Vale ressaltar que muitas árvores da Vila Mariana são antigas, outras tantas são de porte ou tipo inadequado ao meio urbano, já que foram plantadas há muitos anos, quando ainda não havia o planejamento urbano necessário ou até mesmo quando sequer as ruas estavam asfaltadas e calçadas, dificultando o crescimento das raízes e impermeabilizando o solo.

Isso, claro, sem falar no crescimento da fiação aérea: eletricidade, cabeamento de internet e tv a cabo. Atualmente, muitas das árvores sequer podem sem podadas pela Prefeitura e precisam aguardar ação da concessionária Enel. E, embora a empresa alegue que a “poda em V” que costuma executar, removendo apenas os galhos sobre a fiação, muitos agrônomos questionam essa opção defendendo que desestabilizam a árvore.

Então, qual a resposta para a equação?  Certamente passa por maior velocidade no aterramento da fiação e ação conjunta mais intensa de poda e remoções nos meses de seca para prevenir quedas, em especial em bairros como os da Subprefeitura de Vila Mariana.

As árvores, infelizmente, não deixarão de cair. E substituí-las por espécies adequadas ao meio urbano é também essencial. Assim, moradores da capital que desejam plantar árvores em sua calçada ou mesmo na área interna são estimulados a fazê-lo, porém é preciso atenção para escolher o tipo correto. Para solicitar o plantio em uma calçada, faça o pedido por telefone no número 156, pelo site sp156.prefeitura.sp.gov.br/ ou aplicativo SP156.

Em áreas públicas, é necessário respeitar largura mínima de 1,20 metros nas calçadas.  para garantir a livre circulação de pedestres. Além disso, é importante considerar o tipo de rede presente no local, se convencional ou compacta, para determinar o porte da espécie que poderá ser plantada no local.

Advertisement
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.


© 2024 Jornal São Paulo Zona Sul - Todos os Direitos Reservados