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Alterações no projeto Água Espraiada serão discutidas em audiência na próxima quinta

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O debate promete ser quente na próxima quinta-feira, dia 13, envolvendo o novo traçado proposto para o túnel interligando a avenida Jornalista Roberto Marinho à Rodovia dos Imigrantes. Se na audiência em que foi apresentado a proposta a discussão mais acalorada aconteceu graças a presença de quem em favelas ao longo do córrego Água Espraiada, agora também os proprietários de imóveis que serão desapropriados prometem engrossar os questionamentos ao projeto.

Enquanto as comunidades temem que não haja unidades habitacionais para todas as famílias que hoje ocupam barracos, os moradores de bairros como a Vila Fachini reclamam as alterações instituídas por decreto do prefeito Gilberto Kassab, que resultarão em desapropriações em área fora do perímetro da Operação Urbana. O projeto original custaria R$ 1 bilhão, mas com o traçado todo em túnel tem estimativa de custo multiplicada por quatro.e R$ 2,5 bilhões. Em um blog criado para questionar o projeto, o movimento comunitário compara que a obra custará mais do que uma ponte de 42 quilômetros construída sobre o mar, na China. Ou o dobro de outra ponte sobre o Rio Guaíba, no Rio Grande do Sul, aqui no Brasil mesmo, que custará R$ 1,16 bilhão aos cofres públicos e terá extensão maior que a do túnel previsto para o Jabaquara.

O alto custo e as 1500 desapropriações provocadas pelo túnel Jornalista Roberto Marinho não são os únicos questionamentos que a proposta carregam. Urbanistas também criticam o fato de se prever um investimento tão alto em obra que privilegiará, mais uma vez, o transporte individual. Para se ter uma ideia, a intenção é proibir a circulação até de ônibus e caminhões dentro do túnel, que assim servirá essencialmente para que automóveis tenham acesso facilitado à Rodovia dos Imigrantes. Vale destacar que o novo corredor viário subterrâneo será paralelo a outro já existente – a avenida dos Bandeirantes.

Há ainda suspeitas de que ficará só no papel a proposta de se criar um parque linear e uma via local onde hoje existem as favelas, conforme prevê a Operação Urbana Água Espraiada. A criação desta mega área verde, que efetivamente traria melhorias ambientais e urbanísticas para o Jabaquara, não tem data para ficar pronta.

Por fim, mesmo com relação aos conjuntos habitacionais que representariam significativa melhoria de qualidade de vida para a população que vive em favelas, há dúvidas. Até hoje, as famílias removidas para a construção da ponte estaiada, que faz parte da mesma Operação Urbana, não foram realocadas. No caso das comunidades ainda existentes no Jabaquara, estima-se que existam entre 8 mil e 10 mil famílias vivendo na área, mas só há área para construção de 4 mil unidades, por enquanto. Além disso, não está claro para onde estas famílias seriam levadas enquanto os conjuntos habitacionais são erguidos, já que a intenção da Prefeitura é começar as obras dos túneis já no próximo ano.

A audiência pública para debater o tema vai acontecer no Centro de exposições da Imigrantes dia 13 de outubro, quinta, 18h no Centro de Exposições Imigrantes, à Rodovia dos Imigrantes, Km 11,5.O

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