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Meio ambiente

Agrotóxicos prejudicam solo e saúde

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Brasil é campeão mundial no uso de defensivos agrícolas que comprometem a qualidade das terras férteis e dos alimentos produzidos

O ano de 2015 foi escolhido pela ONU como o Ano Internacional dos Solos, em mais uma ação para conscientizar o planeta sobre a importância deste sistema. Embora muitos acreditem que é o crescimento urbano que compromete a qualidade dos solos em todo o planeta, que está perdendo um terço de suas terras, na verdade este é apenas um dos fatores.
O uso de técnicas agrícolas equivocadas por pequenos produtores e o abuso de agrotóxicos podem destruir a fertilidade da terra e ainda gerar alimentos ruins. A população ainda sofre por conta da contaminação de lençóis freáticos, rios e até dos animais que vivem nestas áreas.
Consumir alimentos sem agrotóxicos é uma tarefa cada dia mais ao alcance da população (veja matéria abaixo) e que pode contribuir para expandir a agricultura sustentável.
Os defensivos agrícolas atingem os lençóis freáticos por conta da ação da chuva ou mesmo do processo de irrigação nas plantações. Polui não só a água mas também os seres vivos que habitam nela ou matam sua sede com esta água já contaminada.
Vários dos inseticidas usados na agricultura são “bioacumulativos”. Isto quer dizer que o veneno usado para matar as pragas permanece no inseto ou em um animal que venha a ingeri-lo, sucessivamente, contaminando inclusive animais que podem ser usados na alimentação de seres humaos.
Além disso, o uso de pesticidas também prejudica diretamente a qualidade do solo. Os pesticidas reduzem a fixação de nitrogênio, que é feita por microorganismos que habitam o solo. Por sua vez, este resultado acaba fazendo com que agricultores usem uma quantidade cada vez maisor de fertilizantes.
Outro problema é que as pragas vão se tornando resistentes aos defensivos usados, provocando o surgimento de pragas progressivamente mais fortes, o que, em última instância, acaba por garantir a continuidade do uso e produção dos agrotóxicos.
Para se ter uma ideia do problema, basta dizer que o setor agrícola brasileiro comprou, no ano de 2012, 823.226 toneladas de agrotóxicos – muitos deles, proibidos em outros países.
De 2000 a 2012, o aumento em toneladas compradas foi 162,32%. Os dados estão no Dossiê Abrasco – Um Alerta sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde, lançado no final de abril pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco)..
“Desde 2009, o Brasil assumiu a posição de primeiro consumidor mundial de agrotóxico. O consumo daria 5,5 quilos por brasileiro por ano”, disse o diretor da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Paulo Petersen. Ele ainda explica que esse aumento está diretamente relacionado à expansão da monocultura e dos transgênicos.

 

Brasil é campeão mundial no uso de pesticidas:
22 dos 50 princípios ativos mais empregados em agrotóxicos no Brasil estão banidos em outros países

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