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Afinal, o que é reciclabilidade?

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A palavra é longa e parece remeter a um conceito difícil de entender, mas a reciclabilidade é cada vez mais debatida quando se trata de proteger o meio ambiente, discutir a limpeza urbana, falar sobre a importância da reciclagem ou até para definir leis que regem a produção e a economia nos dias de hoje.

As pessoas já sabem o que é reciclar e também compreendem a importância de fazer com que produtos voltem a ser utilizados depois do descarte, por meio da coleta seletiva e transformação deles em novos objetos, evitando a ocupação de aterros, novas extrações da natureza, poluição ambiental e desperdício de energia.

Mas, nem sempre esse processo é simples ou barato. Alguns itens da vida moderna até já contam com tecnologia para que possam ser reciclados, mas o custo é tão alto ou há um trabalho tão complexo envolvido que não vale a pena reciclar. É a isso que chamamos reciclabilidade.

Nem sempre vale a pena para catadores a coleta de materiais que são muito pesados e difíceis de transportar ou, pelo contrário, muito leves e que por isso não têm valor de venda.

Há ainda situações em que a tecnologia necessária para retransformar um item em novo produto é tão cara que o impacto ambiental é ainda maior que a confecção inicial.

Consciência na escolha

Coincidência ou não, muitos desses itens cujo processo de reciclagem é caro ou inviável são completamente dispensáveis em nosso cotidiano. Mais do que isso, boa parte deles faz mal à saúde!

Um bom exemplo são as bexigas e balões de festas. Vão durar apenas algumas horas, podem facilmente ser substituídas por decoração em papel – atualmente há muito material criativo, em cores diferenciadas ou estampados – e são feitas de um plástico que não tem reciclabilidade, ou seja, que não vale a pena reciclar

Outro bom exemplo são as embalagens feitas de papel espelhado por dentro, como aquelas usadas em biscoitos recheados e salgadinhos industrializados. Embora até existam processos para reinserir essas embalagens na economia, eles são caros e raros, ou seja, difíceis de serem encontrados, o que faz com que catadores e cooperativas não se interessem por esse tipo de material.

Aí vale lembrar que esses itens não são saudáveis e que poderiam ser trocados por itens naturais, como frutas, nozes, legumes… O consumidor economiza e evita sal, açúcar e gordura em excesso, além de contribuir para a proteção ambiental.

Vidro ou metal

A importância de entender e prestar atenção à reciclabilidade também pode ser exemplificada por algumas outras escolhas do consumidor.

Atualmente, muitos optam pela compra de bebidas em garrafas de vidro conhecidas por “long neck” em vez de latinhas de alumínio. Mas, a reciclagem da embalagem de vidro é mais cara e complexa.

Há na cidade de São Paulo contêineres em praças como a Nossa Senhora Aparecida e a Cidade de Milão, ambas na área da Subprefeitura de Vila Mariana, para a coleta de vidro para reciclagem e consumidores conscientes devem preferir essa destinação.

No entanto, a escolha ideal continua sendo pela latinha de alumínio, já que esse material é altamente reciclado no país.

A embalagem de vidro, sempre que for inevitável, deve ser prioritariamente reaproveitada no próprio ambiente doméstico. Ou seja, em vez de encaminhar o potinho de geleia para a reciclagem, use-o para guardar temperos, por exemplo.

O vidro é infinitamente reciclável, mas é um material mais pesado, difícil de transportar e manusear, ainda pouco valorizado como item de venda para reciclagem. Assim, sempre que possível, prefira o alumínio ou embalagens cartonadas.

Papel ou plástico

A mesma lógica de escolha deve ser seguida no caso das embalagens de plástico ou papel.

Se possível, por exemplo, troque os grãos comprados em saquinhos plásticos por aqueles vendidos a granel e, claro, use embalagens de papel para transportar.

O mesmo vale para o comércio em geral – dê preferência para saquinhos de papel.

O plástico filme que envolve muitos produtos é outro material de baixa reciclabilidade, ou seja, não tem valor para catadores, é leve em demasia e não tem processo adequado para sua reciclagem.

O isopor – que é um tipo de plástico – já conta com tecnologia para garantir sua reciclagem. Entretanto, mais uma vez, é um processo caro e ainda pouco popularizado, por isso muitas acabam no aterro sanitário.

Assim, sempre que possível, evite o uso de bandejas de isopor em compras de hortifrutigranjeiros, frios, pães e outros porcionados. Alguns estabelecimentos comerciais já trabalham com bandejas de papel cartonado e outras oferecem os produtos em sacos de papel.

Higiene pessoal

Em se tratando de cuidados com a saúde e a higiene pessoal, também é muitos itens que consumimos rotineiramente e que têm baixa reciclabilidade.

É o caso, por exemplo, das escovas e pastas de dente. Dentistas recomendam a troca das escovas a cada três meses, no máximo, mas esses produtos não têm reciclabilidade. É complexo separar as cerdas do cabo – que são de nylon – e o tipo de plástico utilizado também não desperta interesse no mercado. Vale lembrar que muitos modelos atuais ainda contam com borracha no cabo, ou seja, mais um material a ser separado, encarecendo o processo.

As hastes de algodão, feitas de plástico, igualmente não despertam interesse e, até pelo tamanho, não são recicladas, mesmo havendo tecnologia para recuperar aquele plástico.

Imagine só no momento da separação e triagem dos recicláveis, ficar retirando cada haste para depois remover o algodão – que pode estar contaminado ou usando algum remédio ou produto químico – e só então juntar todos esses itens para reciclar?

Obviamente, pequenos plásticos não são interessantes para o mercado da reciclagem. Nesses casos, o ideal é evitar o uso e escolher itens feitos de bambu, um material renovável e biodegradável, ou seja, que pode ser descartado no lixo comum com menor impacto ambiental.

Preocupadas com sustentabilidade, muitas marcas de higiene têm disponibilizado no mercado produtos feitos com bambu, papel cartonado ou mesmo oferecido formas de devolução do item para reciclagem após o uso.

Nesse sentido, aliás, é sempre importante destacar que o consumidor pode e deve manter contato com as indústrias das quais costuma comprar, sugerindo mudanças de embalagens, questionando possibilidades de logística reversa (devolução dos produtos comprados para reciclagem e destinação correta dos resíduos.

De qualquer forma, recicle!

Entender a reciclabilidade dos produtos consumidos em casa é importante para fazer boas escolhas na hora de comprar. Mas, continua sendo essencial participar da coleta seletiva e elevar o nível de reaproveitamento dos plásticos, papeis, metais e vidros que descartamos.

A cidade de São Paulo conta com coleta seletiva porta a porta e contêineres espalhados por todos os bairros onde os recicláveis podem ser descartados corretamente.

Nas zonas sul e leste da cidade, a coleta é feita pela concessionária Ecourbis Ambiental. Para saber a data e horário em que o serviço é prestado em sua rua, basta acessar o site

https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html

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