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Urbanismo

Megacomplexo no Jabaquara deixa ambientalistas e moradores temerosos

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Bienal do Livro, Feira de Duas Rodas, Feirão do Imóvel da Caixa, Carnafacul e vários outros eventos promovidos nos últimos anos no Centro de Exposições Imigrantes, localizado junto à Rodovia dos Imigrantes, já deixou muitos moradores do Jabaquara sem sossego. Barulho, congestionamento, circulação excessiva de vans e ônibus, além de falta de vagas para estacionar por todo o bairro são apenas alguns dos transtornos enfrentados pela vizinhança do espaço quando há muitos visitantes por ali. Agora, moradores temem que a situação vá ficar ainda pior. O Governo do Estado planeja ampliar o Centro de Exposições e montar na região um grande complexo de eventos, com espaço para shows e até complexo hoteleiro.
Além do fato de gerar temores no bairro vizinho, o antigo projeto está mobilizando também ambientalistas e organizações não governamentais preocupadas com a presernvação da reserva de mata Atlântica ali existente.
Projeto
Uma área de 167 mil metros quadrados, que atualmente pertence ao Parque Estadual Fontes do Ipiranga (Parque do Estado) será incorporada ao centro de exposições. O espaço de eventos é hoje gerenciado pela iniciativa privada, através de uma concessão de 20 anos que se encerra no ano que vem.
O governo havia planejado uma Parceria Público Privada para implantar o mega complexo, mas mudou de ideia.
“Vamos fazer uma concessão de investimentos com o grande centro de convenção, com prioridade para o setor do agronegócio, mas também com uma arena multieventos, com hotéis, permitindo uma grande articulação de eventos para o Centro Imigrantes”, explicou esta semana o secretário de Planejamento Desenvolvimento Regional, Julio Semeghini.
Órgãos como a Secretaria de Estado da Agricultura já foram transferidos. Há rumores de que a feira realizada aos domingos também será levada para outro lugar.
Os principais temores são a deterioração da área com a grande circulação de pessoas e carros, com consequências desastrosas não só para a área verde, como também para os animais que habitam a mata. Além disso, as entidades defendem que a Avenida Miguel Estéfano, que leva ao Jardim Botânico e ao Zoológico, deveria ser valorizada enquanto estrada parque.
Mas, o complexo hoteleiro, que deve ser construído na área da antiga fábrica Aliperti, pode gerar grande fluxo de veículos na conexão com o novo megaempreendimento.
A ONG Pick Upau está buscando mobilizar a sociedade, em especial ambientalistas, contra o projeto. Alega que o governo vai pedir a desafetação da área, para evitar uma discussão sobre o Plano de Manejo do parque, e critica o fato de tratar o projeto como irreversível.

 

 

Falta de vagas é um dos principais gargalos

 

O Governo não pretende apenas ampliar a área de eventos, mas também o estacionamento – um dos grandes gargalos hoje no funcionamento do Centro de Exposições Imigrantes. Como não há vagas suficientes, mesmo com a cobrança de tarifas em torno de R$ 40, as 5 mil vagas se mostram insuficientes.
Miriam Bock, da Sociedade Amigos da Cidade Vargas e do Conseg Jabaquara, conta que outra preocupação é com o serviço de vans que normalmente liga a estação Jabaquara ao Centro de Exposições durante eventos. “Muitas ficam estacionadas pelo bairro o dia todo”, diz ela, contando que sugeriu, durante audiência pública para discutir o projeto, que seja criada uma linha circular, ou seja, que não crie pontos finais e de parada no bairro.
Ruim também é o acesso ao local – uma alça para ligar a Rodovia dos Imigrantes ao viaduto Matheus Torloni, que leva ao Centro, está prometida há décadas, mas nunca foi feita e os veículos têm que passar pelo meio da Cidade Vargas. A licitação chegou a ser feita e as obras foram iniciadas, mas estão paralisadas há mais de cinco anos por falência da empresa contratada.
Entretanto, a promessa de uma outra obra pode também estar sendo levada em consideração. Ali perto do viaduto Mateus Torloni, deverão ser construídas novas alças que possibilitarão retorno entre as pistas. Isto deve acontecer com a ligação da Avenida Jornalista Roberto Marinho à Rodovia dos Imigrantes, na Operação Urbana Água Espraiada.
O Governo do Estado diz que as obras devem ser feitas ao longo dos próximos cinco anos e devem consumir cerca de R$ 390 milhões, provenientes da iniciativa privada.

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6 Comentários

6 Comments

  1. fabio

    12 de novembro de 2012 at 22:53

    Sera que é nos terreno todo,onde inclui a atual estalação da gerdau?quem souber por favor responde…

  2. MARCOS CIPRIANO

    13 de novembro de 2012 at 17:09

    Desejo muito que o jornal publique as ruas (quadras), vilas que seram compromedidas com todo o projetos que se tem; tipo na construção deste termino da Av. Roberto Marinho ligando com a IMIGRANRTES , o que altera na contrução do MONOTRILHO quais são as ruas que pega nesta mudança no terminal do metro o tal SHOPING começa onde termina onde pega a minha casa etc … os moradoes do BAIRRO tem que ter estas informções ta mais que na hora de termos mais informações já procurei a prefeitura no JABAQURA o funcionario não sabe informar nada quero vender ou comprar um imovel quero saber se vai ser pego nestas mudanças ninguem sabe informar…

  3. Jabaquara

    31 de março de 2014 at 12:41

    Poderiam Construir um complexo universitário ali, o bairro carece de alternativas, temos que cruzar a cidade para estudar, uma Fatec, Unesp, Ufsp ou um braço da Usp, seriam bem vindos ali.

  4. Karl

    27 de julho de 2014 at 16:00

    Boa tarde,

    qualquer outra alternativa que beneficie a população como um espaço para esporte, lazer, educação, contato com a natureza, etc….. seria uma finalidade muito mais inteligente do que uma iniciativa para fins unicamente privados ($$$) que sobrecarrega ainda mais a precaria infra-estrutura da região. Com esses projetos (Centro paraolimpico, ampliação do Centro de Exposições, construção de hotel) as poucas opções de lazer para os moradores foram totalmente eliminadas.

    Qual é a estratégia de Secretaria de Planejamento para esses problemas?

    Obrigado

  5. Graciele Valentim

    25 de março de 2018 at 6:45

    Bom pessoal após o projeto, aqui estou eu, moradora da Domiciano Leite Ribeiro tendo todo o tipo de problema com os eventos no local.

    Mesmo com o mega estacionamento, as ruas no entorno ficam com carros de todo tamanho estacionados, transito de carros parado impedindo entrada e saída de casa, excesso de pessoas circulando a qualquer hora e muita poluição sonora.

    Baladas de sábado para domingo com som alto a madrugada toda.

    Excesso de vans e carros buzinando.

    Complicado!

  6. Elaine Cristina Nunes

    2 de abril de 2020 at 9:53

    Aqui é a , Elaine Cristina Nunes eu gostei muito do seu artigo seu conteúdo vem me ajudando bastante, muito obrigada.

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