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Transporte

Linha 5 do metrô será operada pela iniciativa privada

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As obras de expansão da Linha 5 – Lilás do Metrô se arrastam desde 2008 e talvez só sejam concluídas depois de dez anos. Mas, o governo já anunciou como será operada: através de concessão para a iniciativa privada, como já acontece com a linha 4 – Amarela. Mesmo o trecho atualmente já existente, entre Capão Redondo e Adolpho Pinheiro, em Santo Amaro, sairá das mãos dos metroviários e passará à empresa vencedora da proposta para Parceria.
O governador Geraldo Alckmin anunciou a novidade na terça, 21, durante o lançamento da Plataforma Digital de Parcerias, medida que permitirá que as propostas sejam enviadas eletronicamente e acompanhadas pela internet.
“Vamos abrir a concessão e o setor privado vai operar toda a Linha 5-Lilás. Quem vencer, vai operar de Capão Redondo até Chácara Klabin”, explicou. O Governo informou já ter dado início aos estudos de modelagem financeira e jurídica para a concessão de operação e manutenção da Linha 5 no trecho, que totaliza 20,8 km de extensão e tem demanda prevista de 750 mil usuários.
A Linha 5-Lilás opera desde 2002 ligando o Capão Redondo ao Largo Treze, com 9,3 km de extensão e sete estações. A estação Adolfo Pinheiro foi entregue à operação comercial em agosto de 2014.
Por este trecho já concluído, passam diariamente 271 mil usuários.
O novo traçado se estenderá até a Chácara Klabin, com 11,5 quilômetros e 11 novas estações (além da Adolfo Pinheiro, haverá paradas Alto da Boa Vista, Borba Gato, Brooklin, Campo Belo, Eucaliptos, Moema, AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin).
A obra tem investimento previsto de de R$ 9,1 bilhões, valor que inclui projeto de total acessibilidade nas estações, com escadas rolantes, elevadores, rampas e piso tátil.
Segundo o governo, o método de construção é dos mais modernos, com três shields (apelidados de Tatuzão) sendo utilizados ao mesmo tempo. Enquanto cavam o subsolo, os equipamentos instalam os anéis de revestimento de concreto, deixando os túneis prontos para a montagem dos trilhos, sistemas de alimentação elétrica, sinalização e telecomunicações.
Metroviários
são contra
O Sindicato dos Metroviários convocou uma coletiva de imprensa para protestar contra o anúncio do governo estadual. Segundo a categoria, não há explicação para conceder a operação do trecho à iniciativa privada, já que os recursos para a obra saíram dos cofres públicos, com financiamento internacional e federal, e haverá repasse da operação para uma empresa que não teve custos.
Além disso, segundo os metroviários, o trecho atualmente operado através de Parceria Público-Privada (PPP), na linha amarela, apresenta problemas, lentidão e maior intervalo entre os trens. Alegam que o mesmo poderá ocorrer, inclusive no trecho que atualmente opera com eficácia sob o comando da Companhia do Metropolitano, entre Capão Redondo e Largo 13.
Para os metroviários, a transferência deste trecho já em operação para a iniciativa privada pode indicar uma brecha para que o Governo do Estado privatize toda a rede do metrô.

 

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