Negócios
Zoológico e Jardim Botânico serão concedidos à iniciativa privada
Em abril, o Zoológico de São Paulo lançou uma campanha para que os paulistanos comprassem, de forma antecipada, ingressos para garantir a visitação assim que o parque for reaberto. O objetivo, segundo a Fundação, é garantir recursos para a manutenção do parque e seus animais durante esse período em que a visitação está suspensa por causa da quarentena no Estado.
Ao mesmo tempo, corre um projeto de concessão tanto do Zoológico como de seu vizinho Jardim Botânico à iniciativa privada.
Essa semana, houve uma audiência pública para que a sociedade pudesse discutir a proposta. A reunião aconteceu on-line, por conta da prevenção à Covid-19 (Novo Coronavírus), e foi convocada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema).
O objetivo foi o de sanar dúvidas, além de acolher sugestões e críticas para a melhoria do processo. “Esta concessão vai trazer inúmeros benefícios ao Zoológico, Jardim Botânico e, consequentemente, à comunidade paulista”, disse o presidente do Consema e secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido.
O subsecretário de Meio Ambiente da SIMA, Eduardo Trani, também defende a concessão de áreas de uso público de parques e Unidades de Conservação como instrumento moderno e eficaz para aprimorar o atendimento ao público, garantir a preservação dos ecossistemas e incentivar as pesquisas científicas.
“Concessão não é privatização dos ativos, principalmente os ativos inalienáveis, como a pesquisa. Não abrimos mão do papel que tem o estado e suas responsabilidades. O que está em jogo é um movimento nacional e internacional de processos de concessão de áreas de uso público. Vislumbramos aqui investimentos da iniciativa privada para melhorar a visitação, a prestação do serviço, garantindo acesso destes locais a toda a sociedade, aproximando as pessoas da biodiversidade com educação ambiental e o ecoturismo”, afirmou Trani.
“Estou certo de que o Governo do Estado, por meio da SIMA, vai fazer um processo em que haverá ganho para todas as partes envolvidas, principalmente no contexto atual, de queda na arrecadação”, destacou o diretor-geral do Instituto de Botânica, Luiz Mauro Barbosa.
“A Fundação Parque Zoológico sairá melhor do que está hoje. Esta foi a garantia que a Secretaria nos deu no início deste processo e nós acreditamos que a concessão vai abrir para todos nós um leque de oportunidades na área de pesquisa”, disse o diretor-presidente da entidade, Paulo Magalhães Bressan.
Modernização
O “Projeto de Concessão de uso de bem público para a exploração do Zoológico, do Jardim Botânico e da Fazenda, compreendendo as atividades de Manejo, Educação Ambiental, Recreação, Lazer, Cultura e Ecoturismo, com os serviços associados” visa repassar à iniciativa privada a administração e modernização das áreas e serviços dos complexos, localizados no Parque Estadual Fontes do Ipiranga (PEFI).
O PEFI é um significativo fragmento de Mata Atlântica dentro da cidade de São Paulo. Possui 24 nascentes do Riacho Ipiranga, dois aquíferos subterrâneos, diversos exemplares de fauna silvestre e a presença de espécies ameaçadas de extinção.
Vale destacar que a unidade de conservação, as pesquisas e a proteção das espécies ameaçadas de extinção continuarão sob a responsabilidade do Governo do Estado durante o prazo da concessão, que será de 30 anos.
A versão digital dos documentos do projeto está disponível em https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/2020/03/consulta-publica-02-2020/.
Sobre o Zoo e o Botânico
O Zoológico de São Paulo, administrado pela Fundação Zoológico, foi fundado em 1958 e recebeu, em 2019, mais de um milhão de visitantes. Ele abriga cerca de dois mil animais de mais de 25 0 espécies. É o maior da América Latina.
Já o Jardim Botânico, fundado em 1928 e administrado pelo Instituto de Botânica, recebeu no ano passado mais de 133 mil visitantes. O local abriga atividades de pesquisa, conservação, educação ambiental, além da promoção da cultura e lazer.