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Urbanismo

Vila Mariana renasce das águas

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córrego do sapateiro

Fotos: Gabriel Florez – @florezdrone

 

Era apenas um beco, escondidinho, em meio a tortuosas ruazinhas na Vila Mariana. Mas, escondia um tesouro que estava desprezado, esquecido. Ali naquele cantinho com piso de paralelepípedos  entre as ruas Lutfalla Salim Achoa e Rino Pieralini (travessa da Rua Capitão Cavalcanti)brota um fio d’água que, poucos sabiam, é a nascente do Córrego do Sapateiro, riacho que corre no subterrâneo do bairro e que alimenta nada menos que o Lago do Parque Ibirapuera.

Na sexta-feira, dia 3, quando a Vila Mariana comemorava seus 126 anos de existência – data marcada por uma legislação de 1895 que “regulamentava” o bairro – a comunidade local se uniu em volta da tímida fonte para celebrar, essencialmente, duas coisas: a história do bairro e as bacias hídricas e sua importância na vida urbana atual.

O subprefeito de Vila Mariana, Luis Felipe Miyabara, colocou uma equipe à disposição para que os outros parceiros da empreitada – Conselho Participativo Municipal de Vila Mariana e Associação de Moradores da Vila Mariana  – conseguissem revitalizar a área. “Juntos vamos cuidar desse local”, disse ele durante o evento de inauguração da obra, que ainda contou com apresentações culturais.

“A AVM convidou o vizinho Gabriel Neistein, estudante de arquitetura da FAU- USP, para criar um Mapa das Águas, que mostra o caminho dos rios do pedaço até os lagos do parque”, conta Denise Delfim, presidente da Associação. O mapa terminou desenhado em um grande paredão, na Rua Rino Pieralini, cedido pelo condomínio Ilha das Palmas. “O mapa contou com a ajuda do experiente artista plástico – e também vizinho– Ricardo Tatoo. O PD Studio – Corte a Laser, Router CNC, Impressão 3D, na Rua França Pinto, imprimiu as máscaras gratuitamente para o feitio do mapa de 3 m X 2,4m”, relata Delfim, ressaltando o importante engajamento da comunidade, com moradores e comerciantes. “Também houve participação da Reformare Materiais de Construção, Academia Aquasport, ABREJOTA – Associação dos Bares e Restaurantes da Joaquim Távora e Restaurante Pasta Nostra ajudaram com recursos para a produção da obra da nascente e o Coletivo Moradores das Nascentes do Sapateiros ajudou na festa!”,

Uma charmosa placa de madeira traz a gravação que indica o novo “ponto turístico” do bairro: “Nascente do Sapateiro”.  Denise ainda conta que as plaquinhas de madeira são de reaproveitamento, complementando o conceito de valorização da natureza: “Eram do pé de uma mesa antiga, quebrada, doada pelo Instituto Biológico”.

A importância do evento ainda se destaca em outra descoberta:  “durante a troca dos paralelepípedos, a subprefeitura descobriu mais três nascentes”, relembra Denise.

Pesquisadores e ambientalistas também participaram do evento, ressaltando a importância da preservação de bacias hídricas na cidade, além de contribuírem com a fauna e flora da capital.

Outra boa notícia veio da análise da água. “Foi um presente da diretora Magali Antonia Batista, da Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental solicitado via SUVIS – Jabaquara /Vila Mariana, anunciada por Sibele. O laudo mostrou que a qualidade da água da nascente do Sapateiro é satisfatória”, celebra Denise Delfim.

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