Urbanismo
Vila Campestre não sofrerá mais com desapropriações
Nada menos do que 300 imóveis seriam desapropriados e demolidos na Vila Campestre, bairro no distrito Jabaquara, para construir uma garagem de ônibus. O decreto municipal publicado pelo prefeito Fernando Haddad, em julho, causou indignação na comunidade local, que passou a protestar e buscar apoio para que o decreto fosse anulado.
Esta semana, finalmente, um decreto do legislativo, de iniciativa do vereador Celso Jatene, tornou nula a publicação anterior e finalmente os moradores puderam celebrar.
O projeto de desapropriação previa transformar toda a área donde vivem e trabalham centenas de famílias em uma garagem para estacionamento de ônibus que atendem a região sul da cidade.
No novo modelo de concessão do sistema de transportes públicos, a gestão Haddad pretendia transformar todas as garagens de ônibus em propriedade do município. Assim, em outras regiões da cidade, as garagens já em funcionamento seriam desapropriadas e passariam a ser de responsabilidade da Prefeitura.
A ideia é que as empresas que atuam no sistema podem ser alteradas com o passar do tempo, mas as garagens permaneceriam as mesmas.
Só que, de acordo com a SPTrans, na região do Jabaquara não havia nenhuma garagem que se enquadrasse nas demandas do novo modelo de transporte público. Por isso, seria necessária a desapropriação prevista do decreto 57.107, publicado em 6 de julho passado.
A empresa ainda informava que a área da antiga garagem da CMTC, no Jabaquara, seria insuficiente para abrigar a futura empresa que atenderia a região e que as áreas próximas ao quadrilátero previsto no decreto integram a Operação Urbana Água Espraiada, o que também impediria seu uso para a renovação do sistema de transporte público.
A maioria dos imóveis atingido é unifamiliar, ou seja, casas residenciais particulares, algumas com uso comercial por pequenas empresas e escritórios. No total, a área ocupava 22.203 metros quadrados como de utilidade pública – equivalente a mais de cinco campos de futebol.
Isto significa que centenas de famílias teriam suas vidas completamente modificadas e teriam que sair de suas casas por conta de um estacionamento para ônibus…
Os moradores que seriam atingidos pelo decreto e outros da vizinhança se mobilizaram e passaram a protestar. Conquistaram o apoio do deputado federal Arnaldo Faria de Sá. “O projeto não faz o menor sentido”, disse ele, à epoca.
A comunidade promoveu passeatas, abaixo assinados e passou a atuar junto à Câmara dos Vereadores, para conquistar apoios contrários ao projeto. Um projeto de decreto legislativo foi, então, elaborado pelo vereador Celso Jatene e aprovado esta semana em plenário, depois de longa e ansiosa espera pela comunidade.
A SPTrans defendia que uma garagem no local representaria a redução de quilometragem ociosa e para obter uma área com topografia favorável à instalação da infraestrutura necessária à operação, além de local com viário adequado para a saída dos veículos de grande porte.
Os moradores, por sua vez, apontavam que além de prejudicar os donos de imóveis desapropriados, a nova garagem trará transtornos a todo bairro pela intensa e diária circulação dos ônibus.
Mirtes
7 de agosto de 2023 at 15:51
Gostaria de saber se ainda sera desapropriado as casa da rua dr.deodoro de campos na vila campestre americanopolis sp