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História

Unifesp terá mais recursos para antropologia forense

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Em 2013, foi criado na Vila Clementino o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF). Um dos objetivos da instituição, ligada à Unifesp, é contribuir no processo de identificação das ossadas encontradas em uma vala clandestina no Cemitério João Bosco, no bairro de Perus, em São Paulo, em 1994. Mas, a instituição quer ir além e ampliar sua atuação na área e, nesse sentido, a semana teve uma boa notícia.

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) venceu o edital lançado pelo British Council, a Presidência da República e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH). Trata-se de uma nova chamada do programa Institutional Links com a utilização de recursos do Newton Fund no Brasil. O objetivo da iniciativa é apoiar pesquisas e trabalhos sobre Antropologia Forense sob a ótica dos Direitos Humanos.

A chamada visa promover a parceria entre instituições brasileiras e britânicas de ensino superior e/ou pesquisa.

O projeto apresentado pela Unifesp, intitulado “Violência do Estado no Brasil: um estudo dos Crimes de Maio de 2006 na perspectiva da Justiça de Transição e da Antropologia Forense”, será desenvolvido por meio de colaboração entre o CAAF e o Centro Latino Americano – Escola de Estudos Interdisciplinares, da Universidade de Oxford, pelo qual receberão financiamento no valor de £ 220.000,00 (duzentos e vinte mil Libras Esterlinas).

Para a realização da proposta, serão desenvolvidas ações em três frentes distintas: A realização de um curso de Direitos Humanos e Antropologia e Arqueologia Forense, cujo objetivo é disseminar o conhecimento internacional sobre o tema; a organização de seminários internacionais, sendo um no Brasil e outro na Inglaterra, possibilitando a troca de informações e experiências entre especialistas de vários países; e a produção de uma pesquisa sobre os crimes de maio de 2006, quando ocorreram 43 episódios de mortes de civis por armas de fogo na Baixada Santista, pelos quais os agentes do Estado não foram responsabilizados.

Ossadas de Perus

O CAAF foi criado em 2013, com o objetivo inicial de capacitar profissionais nas áreas de antropologia e arqueologia forense. No processo de identificação das ossadas de Perus, acredita-se que entre os restos mortais possam estar desaparecidos políticos da época do regime militar.
Após finalizadas as análises, a Unifesp pretende tornar o laboratório um espaço fixo para investigar desaparecimentos atuais, bem como consolidar e expandir a antropologia e arqueologia forense no Brasil.

Em dezembro passado, o chamado Grupo de Trabalho Perus (GTP), que atua no processo de identificação das ossadas, deu início às coletas de sangue de familiares de desaparecidos políticos da época da ditadura militar.

As coletas foram feitas por meio de métodos reconhecidos em protocolos internacionais, e já foram realizadas na região Nordeste do Brasil e na cidade de São Paulo. No mês de fevereiro o mesmo procedimento será efetuado no Rio de Janeiro e a previsão é de que todas as coletas sejam concluídas ainda no primeiro semestre deste ano.

As análises de DNA serão realizadas por meio de comparação genética entre as amostras dos familiares e das ossadas.

O GTP é resultado da parceria entre a Unifesp, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC).

 

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