Urbanismo
“Trabalho tem surtido resultados”, avalia subprefeito do Jabaquara
“Tive muita sorte – meus dois antecessores fizeram um bom trabalho preventivo no bairro e o resultado é que não temos enfrentado grandes problemas com grandes chuvas nem com manutenção”.
Se, por um lado, o subprefeito Elder Vieira dos Santos tem enfrentado raras situações complexas na zeladoria do Jabaquara, por outro admite as dificuldades do momento político e econômico. Há seis meses no cargo, ele substituiu Wander da Silva, que comandou interinamente a Subprefeitura por quase um ano, desde a saída de Dirceu Oliveira Mendes, em maio de 2014.
“O Brasil atuou de forma anticíclia e enfrentou uma crise econômica mundial em 2008. Agora, o cenário mundial é mais complexo e a crise atinge de forma mais aguda a economia das nações. Está mais difícil fazer investimentos, não há tantos recursos”, avalia.
Ainda assim, o subprefeito faz um balanço positivo das ações municipais e projeta boas notícias para o bairro. Conta, por exemplo, que a malha cicloviária ainda vai avançar pelo bairro – hoje, as pistas exclusivas para as bicicletas se restringem a trechos das avenidas George Corbisier e Engenheiro Armando Arruda Pereira, mas ainda desconectadas daquelas que levam à região central e aos outros bairros vizinhos.
Até mesmo para a região do Parque do Estado deve ser construída uma nova faixa de bicicletas, facilitando não só o turismo, com acesso a equipamentos como os Jardins Zoológico e Botânico, mas também ao novo Centro Paraolímpico Brasileiro e ao SP Expo, centro de exposições e convenções atualmente em reforma e que deve se tornar o maior do país em pouco tempo.
“Para o bairro vai ser muito bom. Para o país todo, aliás. Entra para o circuito internacional, fomenta a economia, terá um impacto positivo”, avalia.
Questionado sobre a acessibilidade a estes dois novos espaços que devem gerar grande aumento de fluxo tanto de pedestres quanto de motoristas no Jabaquara, o subprefeito afirma apenas que o tema “está no radar”.
Explica que projetos para consertar calçadas no trajeto entre metrô e os novos equipamentos ou estabelecer meios de transporte e acesso viário a eles demandam um envolvimento entre várias secretarias e órgãos – muncipais, estaduais, além do Ministério dos Esportes, do Centro Paralímpico Brasileiro e da empresa concessionária responsável pelo SP Expo.
“Mas tenho certeza de que chegaremos a um bom termo e haverá projetos para contemplar as necessidades de acessibilidade”, diz, sem entrar em detalhes.
Vieira dos Santos acredita, aliás, que está no diálogo o grande desafio e ao mesmo tempo o grande trunfo da gestão Fernando Haddad à frente da Prefeitura. “A linha de trabalho é o diálogo. É preciso acomodar os diferentes interesses”, resume, exemplificando com as propostas das ciclovias e das faixas exclusivas para ônibus. “As bicicletas já existiam, era preciso criar um espaço para elas. O trânsito fica mais civilizado, automóveis têm seu espaço, bicicletas também, e até os ônibus conseguem circular melhor”, opina.
O uso compartilhado da cidade, com respeito a regras e limites, também é citado por Elder ao tratar do comércio ambulante.
Para ele, o aumento de ambulantes irregulares não é algo tão forte no Jabaquara. Mas admite que é natural o aumento do comércio de rua em tempos de crise econômica. “Estamos atentos e não temos tantos problemas. Temos negociado com os ambulantes organizados e trabalhado para coibir os clandestinos. Esta semana mesmo houve reunião para adequarmos às exigências do Ministério Público”, conta. O Jabaquara terá em breve pontos regulamentados para venda de comida de rua, segundo o subprefeito.
Por fim, Elder reconhece que, nas gestões anteriores (José Serra e Gilberto Kassab), as subprefeituras efetivamente voltaram a ter atuação mais ligada à zeladoria e deixaram de trilhar o caminho da descentralização administrativa na cidade, o que se mantém no mandato de Haddad.
“A cidade tem que fazer um trabalho diário de manutenção. Então removemos entulho, cuidamos das praças, como as pessoas que rotineiramente tomam banho, escovam os dentes”, brinca.