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Urbanismo

SP Expo atrairá milhares de visitantes

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Um estacionamento com vagas para 5 mil veículos está sendo construído ao lado do Viaduto Matheus Torloni, que passa por cima da Rodovia dos Imigrantes, ligando o Jabaquara ao Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. Faz parte do projeto de renovação e ampliação do SP Explo, antigo Centro de Exposições Imigrantes e deve estar pronto em novembro deste ano.
Mas, como estes cinco mil veículos vão acessar o viaduto, sem causar transtornos à comunidade que mora na região, em bairros como Cidade Vargas e Vila Guarani? Por enquanto, não há como. Os carros necessariamente teriam que passar por ruas internas dos bairros, especialmente da Cidade Vargas, voltando a causar congestionamentos como já aconteceu no passado, durante eventos de grande porte ali realizados.
De acordo com Daniel Galante, diretor de Operações do SP Expo, o projeto já está pronto. Entretanto, a GL Events, empresa concessionária que administra o espaço, aguarda o parecer da Companhia de Engenharia de Tráfego para dar início à implantação.
O projeto sugerido pela GL Events, para absorver o impacto a ser causado no tráfego da região, inclui a construção de duas alças de acesso ao Viaduto (veja matéria e esquema nesta página).
Além disso, a empresa está modificando o sistema de, com pagamento apenas na saída do estacionamento, para agilizar a fluidez dos veículos e inibir a formação de filas sobre o viaduto.
Também haverá “tags”, para cobrança automática do estacionamento, igualmente tornando mais veloz a passagem pelas catracas.
Em novembro de 2013, a empresa francesa GL Events assumiu a concessão da área onde existia o antigo Centro de Exposições Imigrantes, somada ao terreno onde funcionava a sede do 3o. Batalhão da Polícia Militar (3o BPM/M) e seu estacionamento, além da antiga sede da Secretaria da Agricultura.
O local já está em obras e, além do estacionamento, que será construído em prédio de sete andares, haverá total modernização da área expositiva com modulação para até oito pavilhões simultâneos, mais criação de centro de convenções, implantação de benefícios como climatização (ar condicionado) e internet wi fi.
Para se ter uma ideia, os 40 mil metros de pavilhão já existentes serão reformados, mas está planejada ainda construção de outros 50 mil metros quadrados, além dos 10 mil metros quadrados voltados ao Centro de Convenções, numa expansão total de 150% . A concessão vale por 30 anos e o plano de investimentos prevê R$ 300 milhões para os primeiros 54 meses.

 

O novo estacionamento já está em construção. Serão 4500 vagas cobertas, outras 500 descobertas. Para agilizar a entrada de veículos, o pagamento será na saída e será aceito o sistema de “tag”. A obra deve ficar pronta em novembro. Pouco depois, em fevereiro de 2016, será concluída a ampliação dos pavilhões de exposição e construção de novo Centro de Convenções.

 

 

Cidade Vargas terá colapso no trânsito?

As obras de reforma do SP Expo ocorrem ao mesmo tempo em que está sendo finalizado o Centro Paralímpico Brasileiro. Enquanto a modernização do pavilhão cabe à iniciativa privada, por empresa que assumiu a área em concessão do Governo do Estado, a construção do complexo esportivo é de responsabilidade conjunta das esferas estadual e federal, com recursos públicos.
O fato é que ambas representam novos empreendimentos de grande porte na região do Jabaquara e a comunidade vizinha fica preocupada quanto à fluidez do tráfego local, acessibilidade do público e oferta de transporte suficiente para atender a demanda.
Atualmente, os únicos acessos aos dois empreendimentos são feitos através de ruas de um bairro definido como “estritamente residencial” – a Cidade Vargas. Ou motoristas vindos da Rodovia dos Imigrantes chegam ao Viaduto Mateus Torloni pelas Ruas Amborés e Santa Antília, ou descem a partir da estação de metrô Jabaquara por vias como Comerciários, Jornalistas, Getúlio Vargas Filho, Nelson Fernandes, Manoel Vargas…
Histórico
O problema não é novo. Para se ter ideia, na década de 1970, duas casas da Rua Santa Antília foram desapropriadas e demolidas para que ali fosse construída uma alça de acesso ao viaduto. As famílias que nelas viviam foram obrigadas a deixar seus lares, mas a obra nunca saiu do papel.
Na gestão Serra/Kassab, uma nova alça começou a ser construída, do outro lado do viaduto, mas com o mesmo objetivo de permitir acesso a ele. Novamente, casas foram desapropriadas e demolidas. Novamente, a obra não saiu do papel. A empresa vencedora da licitação municipal desistiu da empreitada, foi à falência e um imbróglio judicial se formou. Resultado: a obra foi igualmente abadonada e esquecida.
O Jornal São Paulo Zona Sul vem questionando a Prefeitura sobre o caso há meses. A Secretaria de Infraestrutura Urbana, além de confirmar o impasse jurídico, diz que não há previsão de recursos para a construção da alça neste ano.
Duas alças
Entretanto, a GL Events, empresa que assumiu o SP Expo no final de 2013, tem interesse em facilitar o acesso de visitantes dos pavilhões e centro de convenções.
Tem também responsabilidade – toda obra que gera grande impacto no trânsito deve, obrigatoriamente, apresentar e arcar com os custos de um projeto viário para o entorno dele. É o caso do SP Expo. O diretor de operações do espaço, Daniel Galante, afirma que já foi apresentado um projeto à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Em síntese, a proposta da concessionária é construir não apenas uma, mas as duas alças de acesso ao viaduto (veja esboço do mapa de acesso projetado, em figura ao lado): tanto no terreno que permanece vazio desde a década de 1970, quanto na alça abandonada em 2008.
Dessa forma, os motoristas não mais teriam que acessar o viaduto pelas ruas Amborés e Santa Antília, evitando o excesso de fluxo nas ruas residenciais.
Procurada desde o início de março para falar sobre projetos viários para o entorno dos dois empreendimentos – Centro Paralímpico e SP Expo – a CET até agora não se pronunciou. Nem sobre o projeto apresentado pela concessionária GL Events, nem sobre as alternativas para o acesso ao novo Centro Paralímpico.
É importante ressaltar que a antiga via que levava ao Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, onde está o complexo esportivo, e também à 97a Delegacia de Polícia, agora faz parte da área sob concessão, ou seja, deverá ser fechada.
O projeto viário apresentado pela GL Events sugere duas vias paralelas à Rodovia dos Imigrantes, com cruzamento em nível, que levariam aos dois equipamentos tanto a partir do viaduto Mateus Torloni quanto a partir da pista que vem do litoral.
O jornal SP Zona Sul também vem cobrando da Secretaria de Infraestrutura Urbana posição sobre a transferência da obra para a concessionária do SP Expo, dentro do projeto mitigador de impactos no trânsito.

 

O terreno na esquina da Rua Santa Antília com o viaduto Mateus Torloni, na Cidade Vargas, já abrigou imóveis que foram desapropriados e demolidos na década de 1970 para construção de uma alça viária de acesso ao viaduto, mas a ideia foi engavetada. Como também foi abandonada a obra no outro lado do viaduto na divisa com a Vila Guarani, há cerca de sete anos. A empresa que assumiu o SP Expo pretende agora construir as duas alças, como mostra o esboço à esquerda, para melhorar o acesso viário e reduzir o fluxo de veículos nas ruas residenciais do entorno

 

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