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Se embalagens são inevitáveis, separe para reciclar

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Em São Paulo, os números são sempre superlativos. A soma de todos os bens e serviços finais produzidos na cidade chegou a R$ 687 bilhões em 2016, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sua economia representa 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, mais que o dobro da segunda cidade colocada, o Rio de Janeiro. A metrópole tem também o terceiro maior orçamento público do país, ficando atrás apenas da União e do próprio Estado de São Paulo.

Mas essa economia pujante tem também seu custo e seus impactos, especialmente ambientais. Só de lixo, a cidade produz em média 20 mil toneladas por dia, segundo a Prefeitura, entre resíduos domiciliares, resíduos de saúde, restos de feiras livres, podas de árvores, entulho etc. Só de resíduos domiciliares são coletados cerca de 12 mil toneladas/dia. A estimativa é que, em média, cada paulistano produza 1,4 quilo por dia.

Para onde vai todo esse lixo? Para aterros sanitários – terrenos especialmente preparados para receber os resíduos, mas que têm um custo e vida útil limitada. Se a cidade não se preocupar com o lixo gerado cotidianamente, no futuro terá que “exportar” lixo, aumentando ainda mais esse custo que, em última análise, sai do bolso do próprio contribuinte.

Reciclagem

Uma das maneiras de reduzir a geração de lixo é promover a coleta seletiva. Atualmente, a cidade tem toda infraestrutura montada: em todos os 96 distritos da cidade já ocorre a coleta. Nas zonas sul e leste paulistanas, o serviço é prestado pela mesma concessionária que faz a coleta do lixo comum, a Ecourbis Ambiental. Caminhões específicos para essa coleta diferenciada passam até duas vezes por semana em vários bairros, facilitando a vida de quem quer separar o lixo em dois – recicláveis e lixo comum.

Os recicláveis, depois, são triados por centrais mecanizadas e de triagem manual, então encaminhados para empresas que os transformam em objetos novamente úteis. Vale ainda destacar a participação de catadores e cooperativas nesse processo que representa o sustento de milhares de famílias na capital.

Para participar, basta saber em que dia e horário a coleta seletiva é feita em sua casa, confira no site ecourbis.com.br/coleta/index.html

Condomínios

No Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo, um condomínio tem nada menos que 224 apartamentos. Na capital dos números superlativos, é apenas um dos exemplos – ou apenas uma comunidade, já que dividem várias tarefas cotidianas coletivamente: consumo de água, energia, limpeza das áreas comuns, decisões de manutenção e, claro, geração de resíduos.

“Infelizmente, acredito que apenas a menor parte dos moradores separe seu lixo rotineiramente, mesmo o condomínio tendo uma área exclusiva para depósito dos resíduos recicláveis”, conta Vanderli Maciel, que mora no local há seis anos.

Ela conta que os funcionários do condomínio passam pelos apartamentos duas vezes ao dia e até ajudam na separação do material, mas ainda assim a adesão é pequena.

Vanderli mora no apartamento com o marido e um casal de filhos. E tem buscado ampliar a conscientização dentro da própria casa, com participação de toda a família. “Acho que a gente produz muito lixo, sim, principalmente de embalagens”, avalia. E esse é o principal material encaminhado por ela à coleta seletiva.

Embalagens

“Aqui em casa, eu, meu marido trabalhamos. O filho mais velho faz estágio e estuda à noite. A vida corrida exige praticidade e isso acaba levando à compra de produtos semiprontos, fracionados, separados ou pré-lavados. E isso tudo significa muita embalagem junta”, admite. Se é inevitável levar as embalagens para casa, então é essencial saber separá-las para posterior reciclagem. “A quantidade de plástico produzida é impressionante: garrafas de óleo, por exemplo, não conseguimos nem reaproveitar. Só dou uma enxaguada e encaminho para reciclagem”, diz.

Outros produtos como uma embalagem de sorvete ou potes de vidro, a família de Vanderli reaproveita. “Em vez de ficar comprando potes de plástico para armazenas alimentos, uso essas embalagens”, explica.

Alimentos

Por outro lado, a família busca evitar o descarte de alimentos que, além de representar desperdício de dinheiro, também significa geração de resíduos.

“Vou ao sacolão duas ou três vezes por semana. Prefiro ir mais vezes do que levar produtos perecíveis em demasia e acabar não usando”, ensina.

“E também compro muitos itens já semiprontos, como legumes picados, para agilizar a produção das refeições. Ao mesmo tempo, reduz muito o desperdício de alimentos, porque compro a porção necessária para nós, e ainda congelo quando há sobras, inclusive pequenas porções”, diz. E conclui: “tenho horror de jogar comida fora!”

Doações

Professora, Vanderli acredita que só mesmo por meio da educação será possível transformar a atitude das pessoas. “Muitos adultos praticam consumo não consciente e acabam transmitindo essa mensagem para as crianças”, avalia a educadora, que tem uma filha de 11 anos e outro de 20.

“Aqui em casa, acreditamos que nas pequenas atitudes transmitimos a mensagem de que acumular não é o correto. Consumo não é o mesmo que cidadania”, diz. “Nunca tivemos hábito de juntar tralhas. Pelo contrário: roupas, sapatos, brinquedos são sempre repassados para amigos e família. As crianças perdem roupa muito rápido”, aponta. Por outro lado, se não conhecem ninguém para doar, ela separa para levar a entidades assistenciais. “Sempre ensinei isso aos meus filhos. Se não usam mais um brinquedo, outra criança poderá brincar”, resume.

Vanderli só descarta uma roupa, um calçado ou um brinquedo se não estiver em condições de ser reaproveitado por outra pessoa. “Não se pode doar um brinquedo quebrado ou uma roupa rasgada. Nesse caso, encaminhamos as peças de material reciclável para a coleta seletiva”, finaliza.

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