Remoção de árvore no Jabaquara foi desnecessária, diz leitora

“Quais os critérios que a Prefeitura leva em conta para a remoção de uma árvore?” Quem faz a pergunta é a doutoranda em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica, Ludmila Raggi. Moradora da Cidade Vargas, ela conta que há cerca de um ano foi feito um censo das árvores que necessitavam de remoção. “Na Rua Onze de Fevereiro, há inúmeras árvores, algumas sadias, outras nem tanto”, conta, acrescentando que moradores da via vem solicitando a remoção de uma árvore que está completamente oca por dentro e que, devido a podas mal feitas, está pendente para um lado só, ameaçando cair. Mas, relata ela, há duas semanas uma equipe da Prefeitura compareceu ao local e fez apenas uma poda nos galhos que atrapalhavam os fios e deixou-a como está. “Porém, arrancou uma árvore que estava perfeitamente sadia, sem sinais algum de cupim, ou qualquer outro tipo de fitossanidade, uma árvore que devido ao período estava quase sem folhas (por ser caducifolia)”, diz. A especialista ainda diz que a árvore fornecia alimentos para os pássaros no outono e inverno e diz que um técnico avaliou que a remoção foi necessária porque as raízes estariam atrapalhando a tubulação subterrânea. “Se isso for real todas as árvores deverão ser removidas”, diz.Ela ainda critica a informação de que no local seria replantada outra espécie de grande porte, uma Sibipiruna. “No dia seguinte, o técnico conversou comigo e disse que e engenheira responsavel se arrependeu do laudo e ele plantou o Ipê no local. Essa árvore tinha pelo menos uns 40 anos!”
Procurada, a Subprefeitura do Jabaquara informou que a espécie citada foi removida com base em laudo técnico elaborado pela equipe de engenharia agrônoma e publicado em Diário Oficial. E confirma que o exemplar foi substituído por uma muda de Ipê Amarelo.