História
Região terá monumento em homenagem a vítimas da ditadura
A Vila Mariana talvez se torne o bairro que concentra histórias relacionadas à ditadura, que represente homenagens às vítimas que lutaram pela liberdade de opinião no país.
Além da possibilidade de transformar a antiga sede do DOPS (atual sede da 36a. Delegacia de Polícia), na Rua Tutóia, em memorial contra a tortura, e de sediar o imóvel que analisará as ossadas encontradas em vala clandestina há 24 anos, no cemitério de Perus, o bairro também terá um monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos da ditadura civil-militar em área externa do Parque Ibirapuera.
O projeto, conduzido pela Coordenação de Políticas de Direito à Memória e à Verdade da SMDHC, já havia sido aprovado pelos demais conselhos que deliberam sobre obras junto ao Parque, que é tombado como patrimônio histórico, entre os quais o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico da Secretaria Municipal de Cultura (CONPRESP) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Também contou com a anuência do Comitê de Preservação da Paisagem Urbana (CPPU) e tem o apoio da Subprefeitura de Vila Mariana.
A obra é formada por chapas brancas e uniformes com os nomes dos mortos e desaparecidos políticos de 1964 a 1985 de todo o Brasil e por chapas disformes que representam as diferentes trajetórias desses resistentes.
O desenho do projeto é do artista e arquiteto Ricardo Ohtake, autor de outro monumento a lançar luz sobre o tema, instalado no Cemitério de Perus.
A iniciativa faz parte da política de promoção dos direitos humanos e busca estabelecer marcos de memória na Cidade que simbolizem a luta pela democracia, indo ao encontro de uma demanda histórica dos familiares de mortos e desaparecidos políticos e militantes do tema.
“Instalar este monumento num local que é um cartão-postal de São Paulo coloca a luta contra o estado de anomalia que assolou o País por 20 anos no centro das reflexões de todos os que por ali passam”, afirma o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili.
A inauguração do monumento está prevista ainda para 2014, ano do 50° aniversário do golpe de Estado civil-militar, durante o Festival de Direitos Humanos.