Urbanismo
Região já conta com coleta seletiva em 100% das ruas
Todos os 96 distritos de São Paulo são agora atendidos pela coleta seletiva. Em 52 deles, o caminhão passa por todas as vias e, em outros 44, portanto, a coleta não foi ainda universalizada, o que deve acontecer ainda este ano.
Na região, os distritos de Vila Mariana, Saúde, Jabaquara, Cursino, Ipiranga, Moema e Campo Belo já são totalmente beneficiados. Em muitas vias, aliás, o recolhimento de recicláveis acontece duas vezes por semana.
A expansão do serviço para todos os distritos era uma das metas anunciadas para o mandato do prefeito Fernando Haddad, que esta semana promoveu um evento para anunciar a conquista.
“O total coletado na cidade quadruplicou. Antes, apenas cerca de 1,73% do lixo coletado na cidade era encaminhado para reciclagem. Agora, conseguimos atingir 6,5%”, disse Haddad, referindo-se aos primeiros meses deste ano.
O prefeito garante, entretanto, que com a instalação de centrais mecanizadas de triagem e formação de uma rede de cooperativas na cidade, já há capacidade para superar 10% de recicláveis coletados. O que falta é a adesão da sociedade.
“Quanto mais a sociedade participar, mais resíduos serão reciclados na cidade”, disse, explicando que o atendimento a todas as ruas da cidade também depende de mais famílias separando o material reciclável em casa.
Além das centrais de triagem e das cooperativas, a Prefeitura, através das concessionárias de coleta de resíduos domiciliares, investiu também em mais caminhões e campanhas educativas para engajar o cidadão comum.
O número de caminhões que recolhem apenas material reciclável, como vidro, papel, metal e plástico triplicou. O resultado é que cada um dos veículos tem uma área menor para cobrir, ampliando e agilizando o serviço. “Se considerarmos de 2003 para cá, aumentou 40 vezes o volume coletado. E isto representa material que deixa de ir para aterros sanitários”, disse o presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Ricardo Brandão.
“Cheguei do Rio de Janeiro há 29 anos e, durante 12, fui catador, puxei carroça. Tenho muito orgulho desta história porque é uma história de responsabilidade social, de geração de emprego e renda”, contou Telines Basílio Nascimento Jr, o “Carioca”, atual presidente de uma cooperativa de catadores na zona sul de São Paulo. Ele lembra que foram os catadores que iniciaram a coleta seletiva na cidade, ensinando a importância daquilo que muita gente considerava “lixo”. “Éramos invisíveis e começamos a ganhar respeito e visibilidade quando fomos inseridos na coleta seletiva da cidade”, observou.
Para o prefeito Fernando Haddad, a adesão da sociedade à coleta seletiva tende a aumentar com campanhas educativas em andamento. “Muita gente não sabe que 40% de seu lixo não precisa ir para os aterros”. Ele também afirmou que vem fazendo tratativas com pontos de vendas, como supermercados, para que informem aos seus consumidores sobre a importância de encaminhar embalagens e outros recicláveis para a coleta seletiva.