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Recursos naturais podem se esgotar

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recursos naturais

Já ouvir falar no Dia da Sobrecarga do Planeta? Cientistas e ambientalistas fazem um estudo, a cada ano, indicando a relação entre consumo e capacidade de regeneração da natureza. Assim, no ritmo  atual da sociedade, a Terra atinge, já na metade do ano, em média, esse limite. No ano passado, por conta da pandemia, a data em que se registrou o limite de consumo adequado para a capacidade de regeneração ambiental foi 22 de agosto. Já em 2021, voltamos a médias anteriores e o ápice foi atingido em 29 de julho, quase um mês antes.

Isso significa que até o final do ano os habitantes do planeta terão extrapolado a capacidade de regeneração natural em cerca de 74%. Ou seja, seria necessário 1,7 planeta para atender as necessidades de consumo dos seres humanos que o habitam.

A realidade pode ser ainda mais crua quando a análise é feita país a país. Em nações onde o consumo é alto – como os Estados Unidos – o consumo chega a atingir 5 vezes o limite adequado, ou seja, seriam necessários cinco planetas para atender o volume de consumo do ser humano.

Já em países mais pobres, como várias nações africanas, o consumo está bem abaixo dessa capacidade – e infelizmente por pobreza e não por consciência ambiental.

Mas, o que cada um de nós pode fazer para alterar esse quadro e contribuir, na prática, em nosso cotidiano, para alcançar esse equilíbrio?

Afinal, consumir é necessário, mas os exageros podem custar – a nós e às próximas gerações – qualidade de vida,, com a redução de água potável, novas pandemias, doenças provocadas pelo excesso de poluição, aumento dos custos de vida, escassez de alimentos e até comprometimento de atividades de lazer e turismo por conta da degeneração de praias, áreas verdes, rios etc.

Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu, destaca que a data precisa ser levada a sério por todos. “O adiantamento do Dia da Sobrecarga da Terra de 2021 ilustra a importância das ações coletivas e a urgência na revisão dos nossos modelos de produção e consumo. A recuperação econômica global frente ao coronavírus precisa levar em conta aspectos socioambientais e oferecer respostas à Crise Climática”, afirma.

Lixo doméstico

A retomada pós pandemia deve levar em conta essa busca pelo equilíbrio – de nada adianta movimentar a economia e provocar novos danos ao planeta.  Uma das maneiras mais eficazes de medir nosso impacto no meio ambiente está na geração de resíduos.

Quanto lixo sai diariamente de sua casa ou escritório? Há desperdício nesse volume? Poderia ter sido evitado? Há material que pode ser reaproveitado ou reciclado?

A geração de resíduos domiciliares e de limpeza urbana tiveram aumento médio de 10% no país em no ano passado, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

Segundo a análise dos sistemas de coleta em diversos municípios, a quarentena contra a pandemia de covid-19, que fez com que mais pessoas trabalhassem em casa, concentrou a geração de resíduos fora das áreas comerciais e industriais.

Prestar atenção ao nosso lixo de cada dia nos leva a economizar e também traz benefícios ao meio ambiente do planeta, além de representar redução de custos no descarte e destinação do material.

Separe em casa todo o material que pode ser reciclado – papel, metais, plástico e vidro. Esses itens devem ser ensacados conjuntamente e disponibilizados para a coleta seletiva. Nas zonas sul e leste da cidade, esse serviço é prestado pela concessionária Ecourbis Ambiental, que também faz a coleta tradicional na cidade. Para saber o dia e horário em que cada um desses serviços acontece em sua rua, acesse: https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html.

Consumo e desperdício

Para produzir menos lixo em casa, é igualmente essencial refletir antes de sair às compras – seja de produtos duráveis como roupas, aparelhos eletrônicos e material escolar ou de alimentos e perecíveis em geral.

O Instituto Akatu – especialista nas dicas sobre consumo consciente, indica as principais ações na atualidade, nesse sentido:

– Reduza o consumo de carne: calorias animais, sobretudo carne bovina, são significativamente mais intensivas no uso de recursos na sua produção do que calorias vegetais. Para comprovar isso, basta ver que ao substituir a carne bovina por outra fonte proteica (frango ou leguminosas, como lentilhas, feijões, ervilhas e grão de bico) uma ou mais vezes por semana, você poupa as emissões de gases de efeito estufa relacionadas à produção da carne e, com isso, estará combatendo a Crise Climática. Enquanto a produção de um 1kg de carne bovina emite 27 kg de gás carbônico (CO2e), a produção de 1kg de frango emite quase 4 vezes menos (6,9 kg CO2e) e a de 1kg de feijão, quase 14 vezes menos (2 kgCO2e).

→ Se toda a população mundial reduzir pela metade o consumo médio anual de carne, preferindo a ingestão de verduras e legumes, o Dia da Sobrecarga da Terra será adiado em 17 dias.

Evite o desperdício de alimentos: as perdas (na produção) e os desperdícios (no processamento e no consumo) de alimentos são responsáveis por cerca de 9% da pegada ecológica global. Se uma família de 4 pessoas desperdiçar 100g de arroz semanalmente, em 1 ano descartará mais de 5 kg desse alimento. A produção dessa quantidade de arroz gera emissões similares à da produção de energia elétrica suficiente para manter 2 lâmpadas de LED acesas 4 horas por dia ao longo de 2,5 anos! Para poupar essas emissões, prepare somente o que você vai comer, faça o uso integral dos alimentos (incluindo cascas e sementes) e, se for o caso, congele o que sobrou para comer depois.

→ Se reduzirmos pela metade as perdas e desperdícios de alimentos no mundo, o Dia da Sobrecarga da Terra será adiado em 11 dias.

Prefira meios de transporte sem emissões: a redução no uso individual do carro em todo mundo contribuiu para o atraso do Dia da Sobrecarga da Terra em 2020, já que o transporte movido à combustíveis fósseis tem grande impacto ecológico. Se a distância é curta, use bicicleta e se desloque à pé. Para trajetos maiores, dê preferência ao transporte público, como metrô e ônibus.

Quer ver como essa troca faz a diferença? Se você deixar o carro de lado e se deslocar a pé ou de bicicleta em um trecho de ida e volta de 4 km, cinco dias por semana, em 1 ano evitará emissões similares às geradas na produção de energia elétrica que mantém 4 lâmpadas de LED acesas 6 horas por dia ao longo de 21 anos!

→ Se reduzirmos pela metade a pegada de carbono dos deslocamentos, assumindo que 1/3 das distâncias percorridas de carro são substituíveis por transporte público, bicicletas e caminhadas, o Dia de Sobrecarga da Terra será adiado em 13 dias.

Simplifique seu guarda-roupa: A pandemia trouxe a percepção a muitas pessoas de que é possível viver tendo menos roupas nos armários, focando só no que é necessário. Comprar e possuir menos roupas, adotando um estilo mais minimalista, também contribui para a preservação do meio ambiente, uma vez que as roupas representam 3% da pegada ecológica global, e a produção de todo e qualquer novo item emite gases de efeito estufa e consome recursos naturais.

Para se ter uma ideia, a produção de uma única calça jeans consome quase 11 mil litros de água, quantidade suficiente para suprir a demanda diária (beber, cozinhar, lavar louças, etc.) de uma  pessoa por mais de 3 meses. Reflita antes de comprar uma nova peça e doe ou venda no mercado de segunda mão aquela que você não usa mais.

Calcule a sua Pegada Ecológica: pela internet, é possível calcular o quanto você está contribuindo nesse processo. Em pegadaecologica.org.br, uma ferramenta desenvolvida pelo WWF indica o impacto de seu consumo pessoal no meio ambiente. E em tcc.akatu.org.br é possível fazer um Teste do Consumo Consciente, para identificar em quais áreas a sua consciência no consumo pode evoluir ainda mais, levando à adoção de práticas mais sustentáveis.

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