Meio ambiente
Reciclagem de pet cresce no Brasil
Indústria têxtil é a que mais reaproveita material das garrafinhas plásticas, mas há também uso em embalagens e aplicações químicas
Duas garrafas de PET são suficientes para produzir uma camiseta. Com quatro, já dá para fazer uma calça. Embora a indústria têxtil seja a que mais se utiliza da reciclagem do material, respondendo por cerca de 40% do total reciclado, outras destinações têm ganhado força neste mercado, como os próprios setores de embalagens, com cerca de 23%, e o de aplicações químicas, que atinge aproximadamente 18%.
Na moda, a vontade de aliar sustentabilidade e beleza tem gerado ótimos resultados. O fio de poliéster, que geralmente é associado ao algodão, confere algumas valiosas propriedades ao tecido. Por exemplo, estabilidade dimensional, que impede que o tecido encolha ou entorte, solidez na cor, resistência e durabilidade com mais qualidade durante muito tempo. “Essa mistura é sempre benéfica”, resume o presidente da Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET), Auri Marçon.
Marcas tradicionais de vestuário já oferecem produtos de malhas compostos por PET reciclado, como Osklen, Brooksfield e a Mizuno.
Também se renderam ao toque da fibra empresas que produzem pijamas, pois evita que o tecido amasse. Na moda íntima, o PET reciclado chegou ao universo masculino: a D’Uomo, uma das maiores fabricantes de cuecas brasileira, lançou um modelo feito com poliéster originário de garrafas recicladas. Até empresas preocupadas com responsabilidade ambiental estão apostando em tecidos feitos a partir do PET para uniformizar seus funcionários.
As aplicações do material reciclado também já chegam aos calçados, pois a maioria dos tênis e sapatos traz em sua estrutura uma espécie de tela, um não-tecido, no qual se espalma o produto.
O Poli(Tereftalato de Etileno) – é um poliéster, polímero termoplástico, considerado o melhor e mais resistente plástico para fabricação de garrafas, frascos e embalagens para refrigerantes, águas, sucos, óleos comestíveis, medicamentos, cosméticos, produtos de higiene e limpeza, destilados, isotônicos, cervejas e vários outros produtos.
Assim como no caso do alumínio, o Brasil tem mantido posição de liderança no mercado mundial de reciclagem de PETs.
Os números do 9.º Censo da Reciclagem do PET no Brasil, divulgados recentemente, são animadores: subiu 12,6% em volume, de 2011 para 2012, ou seja, foi de 294 mil toneladas para 331 mil toneladas, em 2012. Assim, o índice de reaproveitamento no Brasil atingiu, no ano passado, 58,9%.