Coronavírus
Quando escolas poderão reabrir suas portas?
Na quarta-feira, 22, o governador João Doria chamou a imprensa para anunciar o projeto de reabertura do comércio e fim da quarentena, a partir de 11 de maio, ou seja, daqui mais de duas semanas.
Mas, durante a coletiva, o governador foi genérico, disse apenas que a abertura será gradual e estudos mostrarão em que setores da economia e que regiões do Estado será possível relaxar o esquema de distanciamento social em vigor desde março.
No mesmo dia, declarou em entrevista ao vivo na Globo News que não havia qualquer plano para reabertura das escolas e que, ainda que a quarentena seja relaxada em alguma região do Estado, isso não valerá para escolas. Toda a rede deveria ser reaberta ao mesmo tempo. Entretando, em coletiva nessa sexta, 24, Doria já deu informação diferente…
Segundo o Governo, as datas de retorno poderão ser diferentes entre as regiões do estado. As escolas municipais e particulares devem seguir a orientações de retorno gradual, com foco em diagnóstico e estratégia de acolhimento, reforço e recuperação.
Doria entretanto se mostrou insatisfeito com a queda da adesão da população ao distanciamento social, que caiu para menos da metade da população essa semana. E disse que esse baixo índice deve impedir a reabertura em várias regiões.
Sobre as aulas, Doria declarou que as aulas presenciais nas redes públicas estadual e municipais serão retomadas de forma gradual e regionalizada a partir de julho.
Para alunos de creches e unidades de educação infantil, o retorno pode ser antecipado. Porém, o cronograma depende de aval do Centro de Contingência do coronavírus de São Paulo. A Secretaria de Estado da Educação informou que a retomada será feita de maneira controlada e planejada, zelando pela saúde e segurança da comunidade escolar e da sociedade. As atividades na educação infantil só serão retomadas uma vez que as regiões estejam autorizadas pela Secretaria Estadual da Saúde.
“A educação infantil, que tem atendimento de creche, será priorizada pensando especialmente nas mães que trabalham fora e nas demais configurações de famílias que necessitam de cuidados integrais aos filhos, para que retornem ao trabalho”, disse o Secretário Rossieli Soares.
Na primeira semana da retomada, os alunos serão avaliados sobre eventuais prejuízos de aprendizado durante o período de suspensão das atividades presenciais. Na segunda semana, ainda de forma escalonada, as equipes darão prioridade ao acolhimento dos alunos.
As primeiras semanas serão utilizadas também para que professores planejem estratégias de reforço e recuperação. O planejamento será baseado nos resultados das avaliações realizadas durante a primeira semana do retorno às aulas.
As aulas na rede estadual de São Paulo estão suspensas desde o dia 23 de março como medida de controle à propagação do coronavírus. O Estado antecipou o período de férias e recesso escolar. As aulas à distância que contarão como dias letivos recomeçam no dia 27 de abril.
Proteção
Em grupos de bairros da zona sul paulistana, o assunto da reabertura do comércio é recorrente.
Em alguns deles, as pessoas se perguntam sobre a retomada das aulas. Uma enquete postada no grupo de Mirandópolis, por exemplo, perguntava aos moradores se, caso a quarentena terminasse agora, seus filhos voltariam às aulas presenciais?
Das mais de 60 respostas, apenas um dos moradores disse que sim.
Escolas particulares
Em algumas escolas particulares, a suspensão aconteceu já no dia 13 de maio. Outras optaram por interromper no dia 16 e algumas, ainda, seguiram a orientação do Governo do Estado e tornaram a semana de 16 a 23 de março como opcional.
Gradativamente, todas passaram a oferecer atividades, aulas virtuais e videoaulas. Mas a situação causa receio nos pais porque, além de reduzir a interação entre as crianças e jovens, há dúvidas quanto à concentração dos alunos no ambiente doméstico, avaliação de desempenho e acompanhamento próximo. Outro problema é a falta de atividades artísticas, aulas práticas, de laboratório e educação física.
O principal motivo de angústia, entretanto, está relacionado à indefinição do calendário do ano: ainda não há definições quanto às férias, quantidade de dias letivos e sobre o preparo para vestibular, Enem e outras provas.
Rede municipal
A Secretaria Municipal de Educação (SME) em parceria com o Google e a Foreducation EdTech disponibilizou como forma de complementar o material impresso a solução tecnológica G Suite for Education, um conjunto de ações e ferramentas digitais gratuitas. Segundo a SME, mais de 1 milhão de estudantes e 80 mil professores da Rede Municipal poderão utilizar as ferramentas tecnológicas como alternativas para a realização de estudos e atividades escolares com currículo flexível, além da integração com as tecnologias digitais.
A implantação das ferramentas tecnológicas na Rede Municipal de Ensino ainda está em implantação. A primeira, que já foi iniciada, é a criação de das Contas Google Educacionais para docentes e estudantes. Na última semana foram realizadas formações técnico-pedagógicas para os profissionais de TI e gestores da SME, além de duas transmissões exclusivas para os professores da Rede Municipal.
Neste momento, estudantes de Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA já podem iniciar a ativação de suas Contas Google Educacionais. As Contas Google Educacionais para estudantes da Educação Infantil estarão disponíveis “em breve”, diz a Prefeitura.
Enem
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) alterou as datas de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem ) digital para os dias 22 e 29 de novembro e as regras de solicitação de isenção da inscrição. Os editais com os ajustes foram publicados hoje (22) no Diário Oficial da União e também estão disponíveis na página do Enem.
No primeiro edital, publicado no mês passado, os participantes que optassem pela versão digital do exame fariam as provas nos dias 11 e 18 de outubro. O Inep também definiu novas cidades para aplicação do Enem digital, alcançando localidades em todos os estados e no Distrito Federal. A estrutura do exame será igual à da versão impressa.
A aplicação do Enem impresso continua marcada para os dias 1º e 8 de novembro. As inscrições começam em 11 de maio e vão até dia 22. O valor da taxa de inscrição permaneceu o mesmo da edição de 2019 – R$ 85 – e deverá ser pago até 28 de maio.