Meio ambiente
Publicidade deve ter responsabilidade
Propagandas não devem estimular o consumismo, mas sim divulgar características de produtos e serviços oferecidos
Publicidade é importante. É através dela que o consumidor pode conhecer os diferenciais de cada produto, de cada empresa. Pode também ser informado sobre a origem dos artigos oferecidos e as posturas de responsabilidade social e ambiental no processo produtivo. Por isso, um dos 10 Caminhos para a Produção e o Consumo Conscientes indicados pelo Instituto Akatu, é justamente o da Publicidade Não Voltada para o Consumismo.
O Instituto lembra que, efetivamente, o princípio da publicidade é vender o desejo por um produto ou um serviço, mas questiona se é da sua natureza incentivar o consumismo?
Ou seja, a publicidade pode até apontar as vantagens de se possuir um bom aparelho de som, indicar a beleza e o conforto de um novo sapato ou a comodidade de um serviço de tv a cabo, por exemplo, mas não deve incentivar o consumidor a trocas frequentes e descarte de produtos ainda em funcionamento, nem criar expectativas inadequadas no consumidor.
De acordo com o Akatu, a forte insustentabilidade social e ambiental da sociedade atual exige a busca por novos princípios para a publicidade: ela deve dialogar com a demanda do consumidor por bem-estar, mais do que pelo pretenso significado da compra e do uso de cada produto. Deve ainda conscientizar que o consumidor pode buscar por inovação na direção de um mundo mais sustentável, mais do que pela novidade em si.
Trata-se de uma grande oportunidade fazer uma publicidade mais consciente. Ela pode e deve trazer informações suficientes para que o consumidor escolha favorecendo a sustentabilidade.
Entre várias iniciativas atuais interessantes está a de uma fabricante de roupas de montanhismo. A empresa tem estimulado seus consumidores a reduzirem as compras e, consequentemente, e a pressão sobre os recursos naturais. Além disso, aposta na produção de roupas mais duráveis, conserta outras já danificadas, trazidas pelos clientes, e doa para caridade produtos próprios não vendidos. Por fim, ainda recicla o que chegou ao fim de sua vida útil e incentiva também os clientes a, eles mesmos, comprarem apenas o necessário, consertarem o que está danificado, vender ou doar as roupas não mais utilizadas e encaminhar as roupas que chegaram ao fim da vida útil à reciclagem.
A sociedade do futuro só encontrará equilíbrio entre bem-estar e uso correto dos recursos naturais, garantindo capacidade de regeneração na natureza, se houver preocupação com todo o processo de produção, consumo e descarte na natureza. Ou não haverá mais recursos disponíveis para todos ou espaço para descarte de excedentes.