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Meio ambiente

Prefeitura e Ecourbis dão explicações diferentes para falhas na coleta seletiva

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De quem é a responsabilidade pelas falhas na coleta seletiva na região? Da Prefeitura, que não disponibiliza centrais de triagem suficientes para absorver a quantidade de resíduos recicláveis produzidos diariamente na cidade ou da Ecourbis, empresa concessionária do sistema que deixa de efetuar o serviço?

A Ecourbis garante que o caminhão da seletiva só deixa em passar em algumas ruas quando estão lotados, por não terem conseguido descarregar o material recolhido pelas ruas anteriores nas centrais de recicláveis existentes na cidade. “Os caminhões tentam em todas as oito unidades e, se não conseguem deixar os resíduos, não têm como continuar a coleta naquele dia”, explica o superintendente de operações, Walter de Freitas. “Nossos equipamentos são rastreados por satélite e temos total controle do trajeto feito pela equipe”, completa.

O Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb) diz apenas que a concessionária tem obrigação contratual de manter a regularidade do serviço em todas as vias, além de orientar com precisão os horários e datas da coleta diferenciada. Mais do que isso, o órgão público nega que as centrais de triagem estejam sobrecarregadas. A assessoria de imprensa da Secretaria de Serviços garantiu ao São Paulo Zona Sul, na semana passada, que a central de recicláveis da Moóca está carente de material.

Mas, a Ecourbis se defende. Informa ser proibida por contrato de deixar os resíduos recicláveis em centrais que não estejam em sua área de atuação, como é o caso da unidade Mooca. Misturar esses resíduos ao lixo comum também é proibido e ato sujeito a sanções. “O Ministério Público pode nos acusar de crime ambiental se simplesmente descartarmos em aterros um material que poderia estar sendo reciclado”, diz o superintendente.

Para o presidente da empresa, Nelson Pinto, a inauguração de uma nova central de triagem na região de Santo Amaro deve aliviar ou até eliminar as falhas. “Estamos construindo ali uma moderna central de recicláveis, antes do que havia sido previsto inicialmente em contrato, a pedido da Prefeitura”, explica.  A promessa da Prefeitura é criar nove centrais até 2012.

A empresa convidou o jornal São Paulo Zona Sul a conhecer uma de suas sedes administrativas, na semana passada. Localizada no Capão Redondo, extremo sul da capital, a unidade conta com ampla aparelhagem para registrar o exato roteiro de cada um dos caminhões. Preocupações com a manutenção e limpeza também são visíveis no galpão – há até uma unidade de pintura dos veículos, para reparos que podem ocorrer a cada 15 dias, além de estação de tratamento para a água usada.

Na Vila Mariana e Saúde, caminhões farão coleta até alta madrugada

Não é somente da ausência do caminhão de coleta seletiva que a população de Saúde e Vila Mariana reclama. Os moradores dos bairros que integram estes distritos se consideram mal informados quanto às mudanças de horário implantadas pela Ecourbis: receberam apenas o panfleto sobre as alterações na coleta domiciliar comum e não conseguem falar na central 0800 disponibilizada pela empresa.

Segundo Maria Rita Faria, que coordena a área logística da Ecourbis, a central de atendimento telefonico da empresa realmente passou por uma sobrecarga de telefonemas. Não houve aumento no número de atendentes, que são apenas três, para a fase de mudança. O número é suficiente em fases normais, mas durante a remodelação do sistema não foi possível atender a demanda. Mas a diretora lembra que as pessoas também podem tirar dúvidas e fazer reclamações pela central da Prefeitura, o telefone 156.

O superintendente de operações da Ecourbis, Walter de Freitas, também avalia que muitos podem não ter recebido os folhetos que especificavam o novo horário da coleta seletiva e promete voltar a panfletar a região esta semana.

Quanto ao horário em que os caminhões têm feito a coleta na região, ele explica que áreas mais centrais continuarão recebendo o caminhão de lixo durante a madrugada. Na Vila Mariana e na Saúde, os caminhões iniciam a retirada do lixo domiciliar de várias ruas às 21h e só vão acabar entre 4h e 5h da madrugada. “Estes bairros têm tráfego intenso e restrições à circulação de caminhões”, justifica o superintendente.

Mas, ele garante que em breve a população vai ter o serviço regularizado. “Ampliamos a frota e estamos equacionando o horário da passagem em cada via. É preciso um prazo de cerca de 40 dias para que os ajustes aconteçam e haja maior precisão do horário para informar ao munícipe”, diz o diretor, garantindo que em março já haverá informações precisas no site da empresa (www.ecourbis.com.br).

Avalia ainda que o atendimento telefônico, pela central 0800-7727979, já atua com normalidade.

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