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Papa Francisco na América do Sul: uma mensagem de esperança e solidariedade

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Papa terminou recentemente sua primeira viagem à América do Sul, na qual priorizou os três países mais pobres e periféricos deste continente. Equador, Bolívia e Paraguai com o objetivo de levar esperança e solidariedade aos seus habitantes que têm sofrido vítimas de ditaduras em passado recente e atualmente com este “sistema econômico que impõem a lógica dos lucros a qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza”, segundo suas próprias palavras.
Interessante pensar que estes países foram “colonizados” pelos Jesuítas, congregação a qual pertencia, o Papa que pediu desculpas a estes povos, em sua maioria de descendentes indígenas, contra os quais foram cometidos muitos e graves pecados em nome de Deus.
Outro ponto a destacar nessa sua visita é o seu compromisso prioritário e insistente com os marginalizados da terra, a exemplo do próprio Jesus, pois, no Equador se reuniu com pobres e idosos; na Bolívia, visitou a violenta penitenciária de Palmasola; no Paraguai foi à favela de Bañado Norte que sofre com seguidas enchentes. Inclusive para deixar claro esse seu compromisso com os pobres reverencia e relembra a memória daqueles que foram mártires nas ditaduras militares que “ensanguentaram” a América. Como por exemplo, o Padre Luís Espinal assassinado em 1980, cuja morte chocou o povo Boliviano, pois ele era considerado um defensor da democracia e dos direitos humanos, e dos povos marginalizados, indígenas, os sem terra, os sem trabalho e os sem teto. Inclusive um dos presentes que o Papa recebeu foi um crucifixo criado por este Padre (Espinal antes dele ser assassinado), que chegou a causar polêmica, pois a cruz de Jesus era simbolizada por uma foice e um martelo, o que diante da figura e da experiência de vida do padre Luís que viveu no contexto da Guerra Fria (capitalismo x socialismo) este deve ser considerado apenas um detalhe diante da lembrança de tão emérito defensor da dignidade humana.
Concluindo, duas questões claras e insistentemente colocadas pelo Papa Francisco foram à economia a qual ele afirma que “deve ser posta a serviço dos povos para assegurar os 3 Ts: trabalho, teto e terra”, para que não deixemos “nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhum povo sem soberania” e também a preocupação com a questão ambiental, exortando-nos a cuidar muito da Mãe Terra.
Armindo Boll, morador do Distrito da Saúde.
Mestre em
História pela PUC de SP,
Filósofo e Teólogo

 

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