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Saúde

Pacientes do CRT Aids, na Vila Mariana, temem mudanças

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Em dezembro, funcionários e pacientes atendidos pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids de São Paulo (CRT) foram surpreendidos pela notícia de que haveria mudanças no comando estadual do programa de DST/Aids, que por sua vez implicariam em alterações no atendimento da unidade, que existe desde 1983 na Vila Mariana e é considerada pioneira no enfrentamento à Aids no país. Houve até passeata pela Vila Mariana, com forte adesão da equipe de profissionais e de muitos dos usuários da unidade, com cartazes de protesto, pregando a manutenção da situação atual do CRT DST Aids.

A notícia dava conta, de acordo com a Agência de Notícias Aids , que o objetivo seria separar a coordenação do Programa dos serviços de assistência do CRT.

“Entendemos que a Coordenação do Programa Estadual de DST/Aids deve permanecer como atribuição do CRT DST Aids. Acreditamos que retirar esse papel daquele Centro irá enfraquecer a resposta paulista à epidemia e fragilizar de forma importante o funcionamento do próprio CRT DST/Aids. Dada a importância e ao peso do estado de São Paulo tal mudança pode trazer prejuízos para a resposta a epidemia de HIV/aids em todo o país”, defendem ativistas.

O Fórum de ONGs Aids publicou nota repudiando as propostas de mudanças:

“A resposta à epidemia de Aids no estado de São Paulo, que lidera as iniciativas no País e serve de modelo a várias gestões estaduais e municipais, além de alguns programas nacionais de enfrentamento à epidemia, consolidou-se graças ao diálogo direto implementado com a sociedade civil e ao esforço de técnicos e dirigentes do Programa Estadual. Este cenário foi possível pelo fato do programa estar abrigado dentro de uma estrutura que possibilita fluidez de ações e transparência, cenário apontado internacionalmente como favorável a bons resultados, que estão sendo alcançados.”

Se hoje os dados permitem ver com precisão o perfil da população mais vulnerável e encaminhar estratégias para acessá-la, isto se deve a compromissos implantados ao longo de 35 anos de atuação neste formato, o que consolidou a política pública, elencando populações prioritárias e encaminhando ações para parcerias frutíferas cujos resultados já são vistos. a queda de mais de 30% na incidência na última década é um dos exemplos de um trabalho que dá certo.

Temos, no entanto, vários desafios a enfrentar, mas entendemos que a base para estes encaminhamentos está dada e não pode se alterar, sob pena de regressão no trabalho já desenvolvido.

A Secretaria, por sua vez, ainda de acordo com informações da Agência de Notícias Aids, divulgou nota negando as alterações: “não procede qualquer informação de descontinuidade das ações hoje realizadas no Centro de Referência e Treinamento IST/Aids (CRT). A unidade hoje já faz parte da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria. “O Programa Estadual de IST/Aids é, e continuará sendo, referência nacional e internacional em políticas públicas de prevenção e tratamento de IST/Aids e a pasta estadual reforça o compromisso de garantir e fortalecer a assistência aos pacientes atendidos no CRT.”

Ainda assim, ao jornal Brasil de Fato, a a deputada estadual Érika Hilton (Bancada Ativista-PSOL) afirmou que pretende convocar audiência pública sobre o tema na retomada das atividades da Assembleia Legislativa, em fevereiro.

O CRT

Localizado na Rua Santa Cruz, 81, o CRT oferece atendimento multidisciplinar não só a pessoas com o vírus HIV/Aids, mas também testes para quem quer descobrir doenças sexualmente transmissíveis.

Outro destaque é o Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais, que no ano passado celebrou dez anos de existência. Reconhecido por entidades internacionais, o ambulatório oferece assistência integral a travestis e transexuais e conta com atendimento especializado em cardiologia, oftalmologia, endocrinologia, urologia, proctologia, ginecologia, fonoaudiologia e otorrinolanringologia, além de psicólogos e psiquiatras, clínica médica, enfermagem, vacinação, serviço de orientação relacionado à saúde, geração de renda e assessoria jurídica.

Com informações e
fotos da Agência Aids e jornal Brasil de Fato

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1 Comentário

1 Comentário

  1. Alexandre Rodrigues de carvalho

    9 de maio de 2020 at 2:20

    Gostaria de saber como serão afastados os funcionários em situação de risco idosos,diabeticos,cardíacos

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