Ecourbis
Oito maneiras de reduzir geração de lixo
Estamos entrando em setembro e a humanidade já esgotou os recursos naturais que o planeta teria capacidade de recuperar. Na verdade, já faz mais de um foi: o chamado Dia de Sobrecarga da Terra em 2024 foi atingido em 1 de agosto.
Isso significa que em apenas sete meses os seres humanos consumiram matéria prima e geraram poluição equivalente ao que deveriam ter levado um ano inteiro para gastar. E há ainda um detalhe: países com alto nível de consumo, como os Estados Unidos, o Japão e o Brasil consomem esses recursos de forma ainda mais rápida, enquanto que países mais pobres, em várias regiões da África, por exemplo, não atingem o mesmo nível de destruição.
Na verdade, há diferenças dentro do próprio país, dentro da própria cidade onde se vive, por conta do excesso de consumo e geração de resíduos em alguns bairros.
Como é possível modificar essa realidade? Em termos planetários, há discussões entre lideranças políticas dos diferentes países, criação de novas regras como as que preveem a redução da produção e uso do plástico em nível global, responsabilização pela geração de resíduos ou baixo nível de reciclagem.
Mas, na casa da gente dá para fazer a diferença. No cotidiano, o que é possível fazer para equilibrar consumo para não comprometer os recursos naturais? O primeiro passo é medir o quanto estamos consumindo em recursos do planeta.
Como? Prestando atenção ao lixo – reciclável ou comum – que descartamos no dia a dia. E aí vale seguir algumas dicas para reduzir essa geração de resíduos ou ampliar a vida útil de tudo que compramos.
1. Separe os recicláveis
É claro que quando se fala em reduzir os resíduos de uma casa, a separação de materiais para reciclagem tem que ser considerada. Diferente do que muitos acreditam, é bastante simples participar da coleta seletiva na cidade.
A primeira atitude é separar o lixo comum do reciclável. Tudo que pode ser reciclado – papel, plástico, metais e vidro – deve ser colocado em um único recipiente, não é preciso separar por tipo.
Sempre que possível, dê uma enxaguada nas embalagens. Uma dica é fazer isso enquanto lava a louça – deixe os recipientes na pia, de forma a já retirar um pouco da sujeira.
Isso é importante para facilitar o trabalho das cooperativas de reciclagem que receberão o material em seguida, contribuindo para a saúde dos catadores.
Depois de ensacado, o reciclável deve ser levado para o contêiner do condomínio ou colocado na calçada no dia da coleta seletiva. Na maioria dos bairros da Vila Mariana, por exemplo, a seletiva já passa com equipe própria e exclusiva duas vezes por semana.
Outra possibilidade é levar os recicláveis a contêineres específicos espalhados em vários bairros da zona sul. Nos mais de 100 ecopontos existentes na capital há igualmente Pontos de Entrega Voluntária de Recicláveis.
Tanto o serviço de coleta de lixo comum quanto de coleta seletiva são prestados pela concessionária Ecourbis Ambiental nas zonas sul e leste da cidade. Agora, a coleta seletiva está em processo de universalização na cidade, ou seja, todos os moradores contarão com o serviço na rua onde moram. Para saber o dia e horário em que a coleta seletiva é feita em seu bairro, acesse https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html
2. Busque informações
Na hora da compra, preste sempre atenção ao rótulo. Ele indica se aquela embalagem é reciclável, indica se o produto é um multiprocessado que contém muitos conservadores e ingredientes que podem fazer mal à saúde.
Até nas compras de bens duráveis, a atenção pode auxiliar a economizar energia, água… Mas, quando se compra um produto desses, é necessário também se informar sobre o descarte futuro dele, quando deixar de funcionar.
O contato com fabricantes, aliás, é muito importante para o avanço da qualidade dos produtos e suas embalagens. Cobre de suas marcas favoritas preocupação com a logística reversa, ou seja, com o descarte ou possível reciclagem de partes do objeto depois de sua vida útil.
3. Planeje suas compras
Comprar por impulso faz mal. Faz mal para a saúde, para o bolso, para o planeta. Isso vale tanto para decisões apressadas na escolha de bens duráveis como um carro, um celular ou qualquer outro eletrônico, mas vale também para itens em liquidação. Muita gente compra roupas, utilidades domésticas, calçados, livros por conta de promoções e acaba sequer usando esses produtos.
Também é preciso planejar compras de alimentos, pensar no cardápio, evitar que perecíveis se estraguem sem sequer terem sido utilizados em uma receita. Sobrou comida pronta? Congele – facilita a rotina diária e ainda evita gastos com gás na hora de cozinhar.
Estabelecer os menus previamente impede o desperdício tanto de alimentos in natura, ou seja, antes do preparo, como também jogar comida pronta fora. Lembrando que a produção de alimentos, animais ou naturais, consome recursos naturais diversos: água, energia, provoca poluição do solo e do ar…
4. Compre usados
Um dos problemas do mundo moderno é o chamado Fast Fashion, ou seja, moda rápida. São roupas que, com brevidade, estragam ou “saem de moda”. De baixa qualidade, esses itens acabam no lixo com muita rapidez. Sem falar que a produção de roupas, além de consumir recursos naturais e danificar o solo, também gera muitos retalhos, sobras das peças produzidas, que acabam… no lixo, também.
Então, mudar os hábitos e comprar menos peças, além de optar por itens atemporais, que possam ser usados por mais de uma estação, é inteligente e sustentável.
Outra boa opção é recorrer aos brechós e bazares. Tanto para comprar quanto para vender as peças que não usa mais.
E olha só que interessante: muitos bazares ainda têm sua renda revertida para trabalhos sociais. Organizações não governamentais, entidades assistenciais diversas sobrevivem da arrecadação e venda dessas doações. Não só de roupas, mas há ainda bazares de utilidades domésticas, livros, móveis, eletrônicos, brinquedos, cds, dvds, livros…
5. Troque, doe e venda pela internet
Além dos brechós e bazares, outra forma de evitar o consumo constante e direto é por meio das redes sociais. Muitas pessoas buscam vender ou comprar os mais diversos itens por sites de classificados ou pelas redes sociais, gerando renda ou auxiliando quem precisa.
Mas, é importante ficar atento para evitar comprar itens sem procedência garantida e não cair em golpes. Por isso, peça sempre que possível a nota fiscal original do produto – em caso de bicicletas, aparelhos eletrônicos etc – e faça pagamentos apenas depois de ter visto o produto pessoalmente.
6. Consertar pode ser ideal
Já ouviu falar em obsolescência programada? Pois é, realmente muitos produtos oferecidos atualmente no mercado têm vida útil limitada. Dessa forma, depois de alguns anos, vão simplesmente perder suas funcionalidades ou quebrar.
E não se trata só de querer trocar o equipamento por algo mais moderno, por modismo ou consumo não consciente, mas sim porque os programas não atualizam mais, algumas funções deixam de existir.
Essas características, na verdade, devem estimular o consumidor a refletir antes de concretizar uma compra. Comprar produtos mais duráveis e com melhores avaliações dos consumidores pode garantir vida útil mais prolongada.
Tente sempre promover o conserto de itens – sejam roupas, calçados ou aparelhos – antes de optar por uma nova compra. O reparo também pode ser uma boa ideia para vender ou doar itens antes de comprar novos produtos.
7. Descubra novos usos
A criatividade pode ser uma aliada nas ações de proteção ao meio ambiente. Desde a década de 1970, os ambientalistas propõem que, antes mesmo de reciclar materiais, haja reaproveitamento.
Até mesmo itens não recicláveis podem ser reaproveitados. As ideias de reúso incluem não só transformar um pote de vidro ou plástico para armazenar coisas e alimentos. É possível ir além.
A cerâmica, por exemplo, não é reciclável. Mas, muitos artesãos conseguem criar mosaicos em bandejas e mesas com cacos. Artesãos também conseguem usar retalhos de tecidos para compor uma colcha, transformar banners publicitários descartados em sacolas de compras, bijuterias quebradas em novas peças reaproveitando componentes…
Procure em seu bairro organizações não governamentais, artesãos e costureiras que aceitem esse tipo de doação. Outra boa ideia também é doar itens que não usa mais para colecionadores ou lojas de antiguidades: brinquedos, revistas, livros, objetos de decoração estão nessa lista. Dessa forma, em vez de gerar lixo, está dando nova vida a vários produtos.
8. Menos é mais
Recusar, aprender a dizer não, refletir antes de trazer novos itens para dentro de casa devem ser atitudes sempre no radar do consumidor moderno.
Essa nova postura é ambientalmente correta e também contribui para a economia doméstica e para a saúde – até mesmo mental. Países desenvolvidos têm enfrentado, cada vez com mais frequência, problemas mentais relacionados a acumulação de objetos.
A movimentação da economia não deve ser refém de excessos que comprometem a qualidade de vida ou a saúde do planeta.
Então, o ideal é passar a trocar objetos por experiências. É melhor investir em uma viagem ou um passeio do que em um aparelho ou brinquedo que será pouco utilizado.
Ensine ainda às crianças a recusar brindes que em breve serão descartados, por exemplo.
Na hora de fazer compras domésticas, reflita: a bebida em latinha é melhor do que em garrafas do tipo long neck, que tem reciclagem difícil. A haste de algodão vai para o lixo após uso único e pode ser substituída pela higienização com toalhas.
Copos e talheres descartáveis, sachês de temperos, guardanapos de papel podem ser recusados nos pedidos de entrega de comida em casa.
Quanto lixo a menos será produzido em casa se essas dicas forem seguidas?