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O que a paralisação dos caminhoneiros nos ensinou sobre o lixo que geramos

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Por conta da greve dos caminhoneiros, há pouco combustível disponível na cidade, até mesmo para os serviços essenciais como transporte coletivo, saúde, educação, limpeza urbana. Em limpeza pública, para garantir combustível suficiente para serviços essenciais como a operação dos caminhões que fazem a coleta de resíduos domiciliares e dos veículos responsáveis pela de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), a coleta seletiva foi temporariamente suspensa. Também está mantida, por outro lado, a coleta de animais mortos.

Na Zona Sul de São Paulo, esses serviços são prestados pela concessionária Ecourbis Ambiental, que conta com 250 veículos para coleta que é realizada nos períodos diurno e noturno.

A economia do combustível usado na coleta seletiva é fundamental nesse momento. Enquanto um caminhão de coleta regular transporta aproximadamente 10 toneladas por viagem, há setores em que a coletiva não atinge sequer 10% desse total.

Isso não acontece porque a coleta seletiva represente volume maior com peso menor, já que é composta, principalmente, por embalagens leves e outros resíduos secos de papel, metal e plástico. Mas, sim porque em muitos setores falta participação da população e o caminhão circula por várias vias em que há poucos sacos contendo os recicláveis, disponibilizados por moradores.

O consumo de diesel dos caminhões, em ambas as situações, é muito similar, mesmo com a diferença de peso e, por isso, é preciso concentrar o uso na coleta prioritária de resíduos domiciliares, saúde e animais.

Consciência e atitude coletiva

Em momentos críticos como esse, a postura coletiva é o que faz a diferença. Quem pratica cidadania e age pelo bem da cidade deve guardar os itens recicláveis – que é um resíduo limpo e seco – para que seja disponibilizado assim que a normalidade for retomada, o que não deve impedir a participação e contribuição para que a reciclagem seja estimulada na cidade.

Também é preciso ficar atento às notícias da Prefeitura e concessionárias. Se a situação perdurar e a coleta regular for prejudicada, é necessário manter em casa também os sacos.

O lixo disposto por muito tempo nas calçadas, ainda que bem acondicionado em sacos como indica a legislação, pode ser alvo da ação de animais, vandalismo ou outros acidentes que espalhem o conteúdo em vias públicas, comprometendo a limpeza urbana de forma grave.

Outra atitude coletiva fundamental é compartilhar essas informações: converse com amigos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho e escola. Compartilhe também na internet, por email e em redes sociais.

A limpeza pós-feiras livres também continua ocorrento. Já os Ecopontos permanecem fechados, pois os resíduos coletados nesses locais são encaminhados a aterros em rodovias federais e estaduais, algumas ainda bloqueadas pelos caminhoneiros.

Os serviços de varrição de vias e logradouros foram incrementados e permanecem ocorrendo na cidade, por enquanto.

Combustível

O momento crítico vivido pela ausência de combustível na cidade traz outros questionamentos importantes para quem quer adotar nova atitude de respeito ao meio ambiente.

O “lixo” que geramos diariamente – reciclável ou não – ainda tem outro custo ambiental: o do petróleo. Incluam-se aí os custos de exploração e refino do combustível, transporte entre refinarias e postos distribuidores, além da poluição provocada pelo uso dele.

No caso da seletiva, vale destacar que o caminhão ainda circula mais para recolher a mesma quantidade de resíduos.

O custo ambiental do lixo que cada ser humano produz também inclui o transporte até os aterros, com mais uso de combustível, espaço em aterros igualmente operados por maquinários movidos a combustível.

Finalmente, cabe apontar que a situação deve provocar reflexões sobre a valorização do transporte coletivo e de fontes renováveis de energia que possam servir de alternativa para o petróleo.

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