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O que é obsolescência programada?

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O nome parece bem complicado, mas qualquer consumidor moderno convive com o conceito de “obsolescência programada”.  Explicando de forma simplificada, trata-se da atitude dos fabricantes de produtor itens já prevendo que terão pouca durabilidade.

Sabe quando você compra um celular, novinho? Já sabe que em dois ou três anos ele estará obsoleto, correto? Ou não terá recursos necessários para uso, ou deixará de receber atualizações ou mesmo terá problemas de funcionamento.

O mesmo acontece com vários outros aparelhos. Ou mesmo com as roupas, não apenas por que podem “ficar fora de moda” como também porque o material de sua composição é mais frágil e resiste a menos lavagens e usos.

Essa é apenas uma das discussões quando se trata de preservar o meio ambiente e a natureza. Itens que duram pouco representam muito “lixo” sendo produzido. E vale pontuar que boa parte é apenas “lixo”, mesmo, já que é um tipo de resíduo que é de difícil reaproveitamento ou reciclagem.

Além disso, o excesso de produção industrial geral poluição do ar, do solo e da água; retira matéria prima da natureza, consome energia e água.

Assim, um dos grandes desafios da economia mundial atual é rever práticas de consumismo, troca excessiva de produtos ainda com capacidade de atender a demanda, resolver a questão da destinação desses resíduos todos, já que – como se costuma dizer – não existe “jogar fora”, tudo será despejado dentro do planeta que coabitamos.

Todo e qualquer resíduo gerado em nosso cotidiano, portanto, precisa ter destinação correta – seja um copo descartável, seja uma geladeira ou até mesmo um automóvel.

Consertar sempre

Mas nem todos se deixam levar por esse hábito negativo ou mesmo de forma despreocupada.

Ricardo Mendes Pereira mora nas proximidades do Ecoponto José Maria Whitaker, em Mirandópolis. Ali, ele descarta o que não tem mais uso em sua casa, como móveis quebrados ou eletroeletrônicos sem conserto.

Mas, para chegar a esse ponto, há um longo caminho: não basta parar de funcionar. Isso porque o morador, que é técnico em informática, não costuma descartar nada assim, tão fácil. Antes de desistir de um aparelho celular ou de um televisor, ele busca pelo conserto.

Dono de um imóvel também em Itanhaém, ele costuma reaproveitar móveis, bicicletas, almofadas e qualquer aparelho eletrodoméstico ou eletrônico. “Eu mesmo conserto, muitas vezes. Se necessário, busco alguma peça, um cabo, uma bateria, mas descartar sem necessidade aqui em casa não acontece”.

As bicicletas, por exemplo, ele não conseguia usar muito em São Paulo, por conta de uma rotina mais corrida. Acabaram ficando encostadas por algum tempo, passaram a ter problemas… Mas, Ricardo resolveu leva-las para a casa de praia, não sem antes providenciar uma reforma completa. Agora, usar nos terrenos planos do litoral sul paulista é um prazer e ainda melhora as condições físicas, de saúde.

O mesmo aconteceu com móveis que não eram mais aproveitados na capital e foram reformados para uso em Itanhaém. “Pintei de branco, ficaram mais modernos e economizamos muito por não ter que mobiliar as duas casas”, conta.

Pós-consumo

A fama de “conserta-tudo” está disseminada na família de Ricardo. Sempre que um aparelho celular, um computador ou até mesmo um secador de cabelos para de funcionar ou apresenta defeitos, os familiares antes de descartar ou comprar novos itens procuram por Ricardo. “As pessoas querem ter certeza de que realmente não há conserto”.

Além de economizar, ao não simplesmente desistir de um aparelho, cada um de nós está também evitando a geração de resíduos – e o que é pior, do chamado “lixo eletrônico”, que são restos de aparelhos com metais pesados e poluentes.

“Mas é bem verdade que muitas vezes um conserto pode não valer a pena. Há peças que podem custar mais do que um aparelho novo”, relata o técnico. Nesses casos, aí sim ele busca o descarte correto em lojas que praticam a chamada “logística reversa”, ou seja, recebem os produtos que vendem no pós consumo, ou o ecoponto do bairro. Por isso, o técnico também sempre orienta as pessoas próximas a não comprarem itens “piratas”, ou de fabricantes de baixa qualidade. “É aquela velha história: o barato pode sair caro”, aconselha.

Reciclar

Essa consciência de se preocupar com o pós-consumo, Ricardo e a esposa Mara levam também para os produtos de uso cotidiano, perecíveis ou não perecíveis. Evitar o desperdício, cozinhar e congelar alimentos, controlar o uso da água são rotina na casa do casal.

Assim como é separar os recicláveis. “É muito absurdo pensar que uma embalagem, feita a partir de matérias naturais, com processos industriais que consomem muita energia, simplesmente vai para o lixo comum. Aqui em casa, não, tudo é separado para reaproveitamento ou reciclagem”.

Na casa deles, a coleta seletiva acontece todas as quartas-feiras  e sábados à noite. “Como moramos em casa, sempre aproveitamos as datas da coleta para colocar qualquer quantidade de recicláveis para a coleta seletiva”, conta o morador. Ele só diz evitar colocar os recicláveis quando não estão em casa pouco antes do horário da coleta ou quando há muita chuva. “Sabemos que o material reciclável é leve e pode ser levado pela enxurrada. Então, guardamos para a data seguinte da coleta”, relata.

A visão de reaproveitamento de Ricardo também faz com que separe potes de vidro ou plástico, assim como algumas caixas de papelão, para guardar seu material de trabalho: fios, cabos, parafusos e mesmo as ferramentas são armazenadas em embalagens reaproveitadas.

Sem acumular

Mas, se Ricardo tem essa preocupação em não descartar o que pode ter um uso, a esposa Mara garante um equilíbrio para que não haja acumulação desnecessária.

“Podemos deixar algumas embalagens para organizar objetos de forma organizada e harmônica. Mas não deixo nada acumular no quintal ou nos armários”, relata ela.

A moradora ainda pondera a preocupação com a limpeza, com evitar ter objetos que possam acumular água parada ou atrair insetos. “Aliás, é por isso que a coleta seletiva é importante, também. Garantimos o envio de papel, plástico, vidro e metais para que sejam materiais reaproveitados pela indústria, sem que seja preciso ficar acumulando em nossas casas”, avalia.

Tanto a coleta seletiva quanto a coleta tradicional de lixo são serviços prestados pela concessionária Ecourbis Ambiental, nas zonas sul e leste da cidade. Para saber o horário em que cada coleta acontece, basta acessar https://www.ecourbis.com.br/coleta/index.html e informar seu CEP ou endereço.

“Em especial após a pandemia de Covid-19, aprendemos que respeitar o meio ambiente é essencial. Essa situação também nos ensinou que precisamos buscar equilíbrio entre o consumo e aproveitar as coisas mais simples da vida”, conclui Ricardo.

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