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Saúde

Não haverá vacinação em massa contra Covid antes das festas de fim de ano

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O Estado de São Paulo tem 44 milhões de habitantes e o Governo assinou, essa semana, compromisso para receber 46 milhões de doses da Coronavac até o mês de dezembro, com a biofarmacêutica Sinovac Life Science.

A proteção contra o coronavírus, entretanto, não deve atingir a população paulista em massa antes das festas do fim de ano, já que o próprio Governo está anunciando que a vacinação deve começar só em 15 de dezembro e com os profissionais da saúde.

O calendário de imunização, aliás, pode a todo momento sofrer alterações já que a vacina ainda está em estudos, embora em fase avançada.

Com todas essas informações, fica difícil acreditar que a população paulista esteja imunizada antes das festas de Natal e Reveillon. Em tese, a cidade de São Paulo – onde vivem mais de 12 milhões de pessoas – já cancelou a festa de Reveillon e não há notícias sobre o Natal Iluminado – programação que costuma unir passeios turísticos, árvore iluminada e outros pontos de visitação em massa pela cidade.

Também a união das famílias terá que seguir protocolos ou exigir tempo de isolamento dos participantes…

Acordo

Ainda não se sabe se a nova vacina exigirá doses de reforço ou por quanto tempo garante proteção. O potencial imunizante contra o coronavírus é desenvolvido em parceria com o Instituto Butantan.

De acordo com o Governo do Estado, já há um entendimento verbal entre a direção do Butantan e a Sinovac para que outras 14 milhões de doses da vacina sejam fornecidas em fevereiro de 2021.

No valor de US$ 90 milhões, o contrato também formaliza a transferência de tecnologia para produção da vacina pelo Butantan. Até dezembro, a farmacêutica vai enviar 6 milhões de doses da vacina já prontas, enquanto outras 40 milhões serão formuladas e envasadas em São Paulo.
Ainda de acordo com o Governo, a segurança do imunizante já foi comprovada em uma pesquisa com mais de 50 mil voluntários na China. A vacina também já vem sendo testada no Brasil desde julho e, atualmente, os estudos clínicos da última fase são acompanhados por 12 centros de pesquisa científica em cinco estados e no Distrito Federal.

“É a vacina mais promissora neste momento no mundo. Esse acordo coloca o estado de São Paulo, o Instituto Butantan e a Sinovac em posição de destaque. E muito importante, é o início do processo de transferência de tecnologia para a produção da vacina”, afirma o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
Tanto na China como no Brasil, os testes clínicos passaram a envolver voluntários com mais de 60 anos, que são o grupo mais suscetível aos sintomas graves da COVID-19. De acordo com o Butantan, que coordena a pesquisa no Brasil, a expectativa é que os testes de eficácia da Coronavac sejam encerrados até o dia 15 de outubro.

Se a Coronavac tiver sucesso na última etapa dos testes, o Butantan pedirá a aprovação emergencial do imunizante à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O objetivo do Governo de São Paulo é iniciar uma campanha de vacinação contra o coronavírus na segunda quinzena de dezembro, com prioridade para profissionais de todas as unidades públicas e privadas de saúde de São Paulo.
Outras vacinas

Enquanto se discute o calendário de aplicação da Sinovac, existe um risco de transmissão de outras doenças no Estado, especialmente entre crianças e jovens em idade escolar, porque, por conta da pandemia, muitas famílias estão deixando de procurar postos de saúde para manter em dia a carteirinha de vacinação.

Uma das principais preocupações é com o sarampo – vale ressaltar que a doença, assim como o novo coronavirus, pode matar.

A doença, que estava sob controle no Brasil, voltou a apresentar surtos no ano passado no Brasil. A Secretaria de Estado da Saúde prorrogou, até dia 31 de outubro, a intensificação de vacinação contra o sarampo. O principal objetivo é aumentar a cobertura vacinal em adultos na faixa de 30 a 49 anos, que foi de apenas 6,7%, com 845,5 mil vacinados, de um total de 12,6 milhões de pessoas nesse público.

As doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, continuarão sendo aplicadas neste grupo de forma indiscriminada, ou seja, estas pessoas deverão receber um reforço mesmo que já tenham as duas doses completas na carteirinha.

Já para a faixa de crianças de 6 meses a adultos de 29 anos, um profissional de saúde avalia a situação vacinal e, se preciso, aplica a dose para os casos que ainda não tiverem o esquema de imunização completo.

Em 2020, até o momento, foram confirmados 785 casos da doença e um óbito, de uma criança na cidade de São Paulo. Em 2019, foram 17.876 casos e 14 mortes. As faixas etárias mais acometidas são a dos adultos jovens de 20 a 29 anos (26,8%), crianças menores de um ano (22,9%) e adolescentes de 15 a 19 anos de idade (15,6%).

O Programa Estadual de Imunizações (PNI) prevê, na rotina dos postos, a aplicação da tríplice aos 12 meses (dose 1) e também aos 15 meses (dose 2) para reforço da imunização com a tetraviral, que protege também contra varicela. Além disso, há a “dose zero” para os bebês com seis meses ou mais.

Crianças e adultos, com idade entre um ano a 29 anos, devem ter duas doses da vacina contra o sarampo. Acima desta faixa, até 60 anos, é preciso ter uma dose. Pessoas com idade superior não têm recomendação para imunização.

A vacina é contraindicada para bebês com menos de 6 meses, bem como para pessoas imunodeprimidas e gestantes.

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