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História

Na década de 1930, Moema era “fim de mundo”

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Fotos: Eurico Calçados

A partir dessa semana, o jornal São Paulo Zona Sul inicia uma série de matérias para resgatar a história da zona sul paulistana através de imagens. Vamos comparar presente e passado, relembrar fatos, mostrar como o crescimento desordenado da cidade responde por problemas da atualidade como os alagamentos e enchentes, trânsito e falta de transporte público suficiente, diferenças e desigualdades entre os bairros.

Para ver a mudança, arraste o cursor na imagem acima

Para estrear a coluna, uma foto de Moema na década de 1930. A imagem faz parte do acervo da Eurico Calçados, tradicional loja inaugurada na Avenida Jandira em 1938 e que permanece no local até hoje.

Fim do mundo

Em 1936, quando o fundador da loja – Herr Erich Rosenthal – veio da Alemanha para o Brasil, fugindo do cenário pré-guerra, inicialmente instalou-se no interior de estado de São Paulo, em uma fazenda de algodão. Mas, em princípios de 1938, a família resolveu se mudar para a capital. “Um dia tomou um bonde na Praça da Sé, que ia até Santo Amaro, mas o senhor Erich resolveu descer em Indianópolis. Na época já chamado de Senhor Eurico, ele avaliou que tinha encontrado ali o lugar ideal para desenvolver seu negócio.

Um bairro misto, afastado do centro, tal e qual era sua loja na Alemanha. Só que na verdade, a Avenida Jandira pouco ou nada tinha a ver com a Dusseldorfer Strasse”, relata o site da loja, que continua:

“Era uma rua de terra, que virava rio em dia de chuva, para alegria da meninada com seus barquinhos de papel. O comércio era mínimo: uma padaria na esquina, um barbeiro, um relojoeiro, uma loja de móveis, uma de uniformes escolares e alguns bazares.

Como disse um pedestre bem-humorado, era preciso ter coragem para abrir uma loja naquele fim de mundo. Mas o senhor Eurico acreditou.

O bairro era bom. Os funcionários das fábricas e indústrias da redondeza eram uma clientela em potencial. Na época, tinha a Metalúrgica Barbará, a Reiche, fabricante de parafusos, a Junker, de fogões, a Sherwin Williams, de tintas, e poucas outras.

A colônia alemã, atraída pela indústria em crescimento, era bastante expressiva.

A linha de bonde Centro-Indianópolis fazia seu balão de retorno praticamente na porta, o que era garantia de movimento. E o que era mais importante: não havia na região nenhuma loja de calçados.

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8 Comentários

8 Comments

  1. Reinaldo Santos

    14 de fevereiro de 2020 at 12:42

    A infra estrutura para evitar enchentes não acompanhou o crescimento da cidade

  2. Dalva Cardoso

    15 de fevereiro de 2020 at 17:58

    Moro em Mirandolis e javfaz umas semanas que nao recebemos o jornal, foi suspensa acentrega do mesmo? Tenham uma boa tarde.

    • Jornal Zona Sul

      17 de fevereiro de 2020 at 7:29

      Olá, Dalva! Não foi suspensa, não. Apenas há revezamento de ruas. Vale destacar que, atualmente, a edição online complementa a distribuição dos exemplares impressos. Você também pode se cadastrar no WhatsApp 9 8181-3467 para receber as edições em formato pdf ou link. Continue nos acompanhando!

  3. Ediney Prado

    16 de fevereiro de 2020 at 6:24

    A cidade se espalhou sem controle algum, inclusive ocupando os leitos das centenas de córregos que existem. O Uberabinha não é um córrego qualquer, ele nasce nas encostas da Saúde, passa sob a Av. J M Whitaker, o Parque das Bicicletas, Av. Hélio Pelegrino até desaguar no R. Pinheiros. Construíram bairros ao redor dele, inclusive a Vila Uberabinha, pra ganhar mais dinheiro, entubaram o córrego pra que ninguém soubesse de sua existência. Pra piorar, não paramos de impermeabilizar o solo. Estacionamentos asfaltados deviam ser proibidos: pelo menos que se usassem blocos intertravados sobre base de cascalho e areia, permitindo a entrada de água no solo.

  4. Thilo

    16 de fevereiro de 2020 at 9:27

    Moema e Campo Belo foram bairros criados com um mínimo de planejamento e infra-estrutura, fatores que ajudaram um desenvolvimento melhor sem grandes traumas sem sem questões de difícil solução.

  5. Arthemas Giliberti

    6 de março de 2021 at 15:21

    Tenho 81 anos e moro no bairro desde os 5 anos.Tinha a loja Sulamita, o Chico barbeiro,a Fiação Indiana, onde meu pai trabalhou por 35 anos e era um dos dirigentes fábrica onde hoje é o shopping Ibirapuera.Ruas de terra e lamaçal quando chovia.A casa Eurico existe ainda hoje e no mesmo local onde foi fundada.Ao lado da Indiana onde hoje é um hotel havia a Tecelagem as Américas.Bons tempos

  6. Maria Leide P. Kehl

    5 de janeiro de 2023 at 6:09

    Comprei muitos aviamentos e tecidos na loja Sulamita. Lembro que na hora do almoço os proprietários não fechavam a loja, tinha uma campainha sobre o balcão que a gente tocava para chama-los. Época de ouro.

  7. Mario Jorge Frassati

    11 de fevereiro de 2024 at 21:36

    Olá a todos. Apenas para completar o que o sr. Erich da Casa Eurico relatou, quando a familia Rosenthal chegou a Indianópolis haviam alguns “comercios” funcionado na avenida Jandira. Quando ele se refere a “… uma loja de uniformes escolares” remete à Casa Frassati. Imigrantes como o o alemão, , porém italianos, o Sr. Francesco Mario Frassati e sua esposa Rosa Mario Frassati, instalaram-se no bairro. Era uma pequena loja no numero 517, voltada a venda e manutenção de bicicletas, que posteriormente foi ampliada e passou a vender armarinhos, tecidos e variedades. A próxima reforma foi em meados dos anos 1960, quando a Casa Frassati também passou a comercializar uniformes escolares para as escolas da região. Nos anos dourados da Frassati, a loja, ampliada e modernizada, atendia mais de 80 instituições de ensino da zona sul de São Paulo, que a credenciavam para aquisição das roupas e acessorios. Além de papelaria completa. Meu Nôno Mario e dna. Maria, e na sequencia o seu Antonio (seu filho) e nora, Dna. Solange, recebiam anualmente e “religiosamente” pais e alunos para adquirirem seus produtos de volta às aulas. Bons tempos.

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