Cultura
Museu Lasar Segall reabre neste sábado, 8
Vinte meses. Foi o tempo necessário para fazer uma reforma estrutural no Museu Lasar Segall, na Vila Mariana. O espaço reabre suas portas neste sábado, dia 8, com uma mostra inédita, que reunirá obras de Mario de Andrade, Portinari e do próprio Segall.
A retomada completa das atividades, entretanto, ainda levará mais tempo, até que todos os espaços estejam prontos para receber o público. Assim, a programação de cursos e cinema só deve ser normalizada em setembro, enquanto que a remontagem da biblioteca deve levar mais tempo. O Museu, que funciona na antiga residência do próprio Lasar Segall, passou por reforma estrutural que incluiu a parte elétrica, climatização, telhado, iluminação e segurança e foi feita com recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC) e da Petrobras.
Exposição
A exposição será aberta ao público a partir das 17h do sábado, 8. Está sendo promovida em parceria com o Museu da Chácara do Céu, no Rio que, assim como o Segal, é ligado ao Instituto Brasileiro de Museus. A mostra tem caráter histórico por reunir pela primeira vez obras dos três expoentes da cultura brfasileira, ao mesmo tempo em que destaca a relação do escritor Mário de Andrade com a obra dos artistas Lasar Segall e Candido Portinari.
A curadoria é de Anna Paola Baptista que celebra na seleção de obras mais de duas décadas de admiração e amizade entre Mário de Andrade e os dois artistas. Vale ressaltar a mostra ainda marca os 70 anos de falecimento de Mário de Andrade (1893 -1945).
Entre a década de 1920 e meados da década de 1940, a arte moderna nasce e se consolida. A mostra acompanha este percurso que começa com as primeiras lutas contra a arte chamada “passadista” (identificada com o parnasianismo na literatura e o academicismo nas artes plásticas). Foi nesta fase que Segall, nascido na Lituânia, fixou-se no Brasil e passou a ser acolhido pelos modernistas.
Depois, a mostra prossegue com a segunda geração modernista, da qual Portinari (1903-1962) foi o principal expoente. Nesse momento, o moderno já havia adquirido algum lastro e infiltrava-se nas instituições, apesar do público geral ainda mostrar resistência.
Para Mário de Andrade, Segall e Portinari passaram a ser seus “dois pintores”, não só porque melhor capturaram o escritor em tela, mas porque eram, em sua opinião, “os que contavam mesmo” na cena cultural brasileira. E ele passaria a viver entre os dois na medida em que se desenvolveu uma extrema polarização entre Segall e Portinari no âmbito do mundo artístico brasileiro.
“A rivalidade entre os dois artistas, se não era certamente promovida ou causada por Mário de Andrade, com certeza passava também por ele, que tentava administrá-la, por vezes mitigando, por vezes fustigando”, explica a curadora. A exposição é composta por 50 obras de Lasar Segall e Candido Portinari, produzidas entre 1913 e 1943, pertencentes a coleções institucionais e particulares.
A exposição “Mário de Andrade e seus dois pintores: Lasar Segall e Candido Portinari” ficará aberta ao público de 8 de agosto a 5 de outubro.
O Museu fica na Rua Berta, 111 – Vila Mariana. Telefone: 2159-0400. Abre diariamente, das 11h às 19h. Fecha às terças-feiras.